Que fase vive o São Paulo. Certamente momento incomum nos últimos anos em que empilhou títulos brasileiros (2006, 2007 e 2008). Agora, nem quando vence, a crise é deixada de lado. Dagoberto desabafou contra a diretoria e o capitão Rogério Ceni após marcar gol decisivo contra o Atlético-GO (vitória por 2 a 1). Mas o elenco tenta passar pelo Atlético-MG, às 18h30, no Ipatingão, para tentar abafar os atritos do vestiário tricolor.

"É o momento mais difícil do São Paulo desde que eu cheguei aqui, seis anos atrás", confessa Richarlyson, que deve voltar à equipe titular em Minas Gerais. "Chegamos muito perto de nosso maior objetivo na temporada (o título da Taça Libertadores), não conseguimos e agora estamos passando muito tempo em posição ruim no Campeonato Brasileiro."

Boa parte do elenco tricolor agora começa a entender o que é brigar para sair das últimas colocações da tabela. Em 2009, mesmo depois da eliminação na Libertadores, o São Paulo ainda conseguiu disputar o título brasileiro até a última rodada. Agora, falar em taça é proibido. E como em toda fase ruim, as dificuldades de relacionamento vêm à tona. "Acho que é até um aprendizado para nós, jogadores", analisa Richarlyson. "Com todo o respeito às outras equipes, o São Paulo não está no lugar que merece. Uma sequência de vitórias vai quebrar esta fase negativa e dar tranquilidade para o Baresi trabalhar."

O treinador, que ainda convive com a desagradável alcunha de interino no São Paulo, terá um rival experiente do outro lado, mas igualmente afundado numa crise: Vanderlei Luxemburgo. Baresi admite que não conhece de perto o trabalho do técnico adversário e diz que está mais preocupado em acertar o São Paulo no momento. "É um confronto complicado, temos alguns problemas para escalar o time", diz.

Uma das "dúvidas" de Baresi é escalar ou não Dagoberto. O treinador comprou briga com a torcida, mas agradou à diretoria quando decidiu deixá-lo no banco de reservas na última quinta-feira. Agora precisará escolher se segue a orientação de cima ou o anseio das arquibancadas. Com Fernandinho e Ricardo Oliveira lesionados, a única pirueta tática que pode cogitar é adiantar Marlos para o ataque.

O problema é que, em caso de derrota, fatalmente os torcedores não perdoariam a invenção. "O Dagoberto pode jogar, ele está à disposição, jogou bem contra o Atlético-GO, mas a escalação dele ou não é uma opção só minha", despista o treinador.

Crise atleticana. Na zona de rebaixamento, o Atlético-MG agoniza. Ricardinho e Diego Tardelli não serão titulares contra o São Paulo e Diego Souza está suspenso. Neto Berola e Obina vão formar o ataque do time de Luxemburgo.

Crédito: Gaspar Nóbrega/VIPCOMM