Crédito: Wagner Carmo/VIPCOMM

Queiram ou não, o São Paulo é mesmo um clube diferenciado, Iso 9000 no pobre esporte bretão. Merece ocupar o lugar mais alto do pedestal de um centímetro de altura.

Os engomadinhos do Morumbi estão certíssimos quando estufam o peito e se propõem a servir de exemplo aos coirmãos, principalmente do ‘trio de ferro’, Palmeiras e Corinthians.

Nada abala os alicerces de areia movediça que sustentam a modelar agremiação, orgulhosamente no 15º lugar do Brasileirão, a dois pontos do subsolo. Os últimos fatos dizem tudo:

Torcida organizada supera a inexpugnável fortaleza do CT e ‘peita’ atletas e cartolas; PM acionada para conter possível tumulto; jogadores rebatem acusações de ‘baladeiros’; galera exige e Dagoberto volta a ser relacionado para jogo; diretoria contrata ‘reforços cirúrgicos’ de baciada e poucos vingam; zagueiro chileno Saavedra, um símbolo de planejamento – nunca foi utilizado, mas renovou contrato até dezembro.

Mais: presidente ‘Juvenal Antena’ promete o maior patrocínio do país, porém fica de chapéu na mão – quando o Corinthians apresentou seu enxoval, são-paulinos ironizaram dizendo que era ‘macacão de F-1’; fisiologista Turíbio Leite de Barros é dispensado por telefone após 25 anos de trabalho; Morumbi fora da Copa-2014 – por enquanto.

A dança dos técnicos também é um belo modelo tricolor: vai para o nono CD na era dos pontos corridos.

2003: Oswaldo de Oliveira e Roberto Rojas
2004: Cuca e Emerson Leão
2005: Emerson Leão e Paulo Autuori
2006, 2007 e 2008: ‘Muriçoca’ Ramalho
2009: ‘Muriçoca’ Ramalho e Ricardo Gomes
2010: Ricardo Gomes, Sérgio Baresi e...
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Cocoricó. Corre à boca pequena, de aligator em aligator, que um badalado atacante foi chorar o milho derramado na boate e cachaçaria Alambique, no bairro do Estoril, em Belo Horizonte, e se deu mal. Quebrou a cara, literalmente: um torcedor não gostou nada, já que a equipe havia perdido poucas horas antes, e agrediu o atleta. O bafafá só não acabou na delegacia porque o jogador se transformou em Usain Bolt.

Twitter. O apoio moral dos corintianos aos são-paulinos não para: ‘Novos números na camisa tricolor: 42-6-4 (meses, derrotas e empates).

Dólar furado. Depois do tiroteio entre policiais e traficantes da Rocinha, que na fuga invadiram o Hotel Intercontinental e fizeram reféns, o rei da bola, Ricardo Teixeira, resolveu colocar no peito a estrela de xerife da Cidade Maravilhosa dos morros uivantes. Em comunicado no site do Circo Brasileiro de Futebol, o mandachuva e trovoadas garantiu que o Rio terá “o clima de normalidade necessário” para uma Copa do Mundo, em 2014. Era uma vez o Oeste...

Sugismundo Freud (pedindo licença a Eça de Queiroz). Os políticos são como as fraldas: devem ser trocados constantemente, e sempre pelo mesmo motivo...

Pica-Pau. O pão de queijo nunca esteve tão saborosamente queimado. A Raposa tem o quarto pior aproveitamento como mandante no Brasileirão. Ganhou apenas dois dos sete jogos que disputou em casa. E só marcou seis vezes. O Galo do ‘pofexô’ Vanderlei Luxemburgo também festeja no salão da zona do agrião queimado: é o melhor convidado do campeonato, com seis derrotas e um empate em festa do coirmão (aproveitamento inferior a 5%). Balançou as redes quatro vezes, e levou 16 gols. Tem a pior cozinha da competição (28 gols sofridos) e o maior número de derrotas (10).

Rei da zaga. O Palmeiras perdeu um de seus maiores símbolos, Valdemar Carabina. O ex-zagueiro morreu aos 78 anos. Revelado no clube na década de 50, Carabina disputou 584 jogos e marcou apenas nove gols. A fama de xerife sempre o acompanhou. Até quando parou de jogar. Entrevistado pelo ‘Estadão’ após a vitória do Corinthians sobre o Palmeiras, com o ‘gol porquinho’ de Viola, Carabina fuzilou: “Se ele fizesse isso na minha frente, nunca mais ia se levantar.” O ex-zagueiro se orgulhava de nunca ter perdido do Corinthians.

Gilete press. Do colunista Ancelmo Gois, no ‘Globo’: “O preço da camisa da nossa seleção na Europa despencou pós-fracasso na África do Sul. No ranking das liquidações de verão de Amsterdã, ela aparece ao lado de França e Portugal, a 39,99 euros. A da Jamaica, veja só, sai por 49,99. A vermelha da Espanha, campeã do mundo, custa 59,99. A laranja dos donos da casa segue com 69,99 euros.” Dunga e seus anões deixaram um belo legado.

Tititi d’Aline. Há quem jure que o Galinho Zico ficaria bem mais feliz se pudesse dar bicadas com mais autonomia nas receitas da jabulani do Flamengo.

Você sabia que... a Liga Inglesa tem o maior número de estrangeiros (59,8%) que jogam nos principais campeonatos da Europa?

Bola de ouro. Cariocas. Depois de um longo e tenebroso inverno de 40º, os quatro grandes figuram entre os ‘top ten’ do Brasileirão: Fluminense na ponta, Botafogo em terceiro, Vasco em nono e Flamengo em décimo. Até uma largada pelo avesso, nenhum deles lembra cavalo paraguaio.

Bola de latão. Sevilla. Após cair de quatro diante do Barcelona e perder a Supercopa da Espanha, a equipe de Luís Fabiano foi eliminada da Liga dos Campeões pelo Braga. Menção honrosa ao ex-corintiano Felipe, do time português: engoliu um peru.

Bola de lixo. Série D. O supimpa Brasileirinho da quarta divisão terminou a primeira fase em grande estilo: já eliminado, o Náuas, do Acre, não apareceu para jogar contra o Vilhena, em Rondônia.

Bola sete. “O que eu sei é que ganhamos quatro títulos e o São Paulo não ganha nada há dois anos. Espero que não caiam, mas depois que o maior de todos foi rebaixado, qualquer um pode” (do presidente corintiano Andrés Sanchez, alfinetando o Tricolor).

Dúvida pertinente. O que é mais fácil: o fofo Ronaldo voltar a jogar ou o São Paulo entrar na briga por vaga na Libertadores?


Crédito: Wagner Carmo/VIPCOMM