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São Paulo: Entre a pressão e a razão

Quase metade do campeonato e o São Paulo não se encontra. O mesmo que virou sinônimo de modelo de administração e estrutura, primeiro hexacampeão brasileiro com um incontestável tricampeonato, é o mesmo que agora patina à beira do abismo, a apenas dois pontinhos da guilhotina.



E apenas 17 dias após perder a Libertadores e demitir Ricardo Gomes, vai mudar de novo de treinador: Caiu Sérgio Baresi, que chegou a ser anunciado como efetivo até o fim do ano, depois foi chamado de interino… Enfim, uma tímida e confusa aposta que desceu pelo ralo. Um frágil improviso que não resistiu a uma derrota acachapante, logo diante do Corinthians, e que não virou desastre memorável porque Rogério Ceni estava em seus melhores dias.

E o pior: Mais do que superado tecnicamente, o que se viu foi um São Paulo sem atitude, sem reação, sem lembrar em nada o time que há bem pouco tempo era o mais temido do Brasil.

No dia seguinte, torcedores descontentes vão ao centro de treinamento cobrar dos jogadores. Estão brabos, mas não promovem qualquer ato de violência ou hostilidade além dos limites aceitáveis. E conseguem ser recebidos e conversar para pedir atitude e expor sua insatisfação.

Conheço muita gente boa que implica com isso. Eu não.

Que me perdoem os times sem torcida, mas clube de futebol só tem razão de ser se tiver uma legião de fãs apaixonados. Uma convicção incompatível com clubes “inventados”, e cata-catas de empresários que viram times de aluguel; aqueles, que só existem para encher bolsos suspeitos.

Não é o caso do São Paulo.

O tricolor paulista construiu nas duas últimas décadas uma sólida posição como terceira maior torcida do país. Obviamente, os poucos que foram ao CT após a derrota para o Corinthians são uma micro-amostra de toda essa gente. Mas não tenho dúvida que representam, agora, o sentimento da imensa maioria do macro-universo em todo o Brasil.

O que choca os puristas é ver isso acontecer exatamente no clube que de certa forma se auto-proclamava “diferente” – às vezes até com certa arrogância – como se fosse melhor que outros.



Torcida que consegue entrar no treino e cobrar resultados… No São Paulo?! Onde já se viu?!

Nada que um décimo-quinto lugar no campeonato, as minguadas quatro vitórias, e os dezesseis pontos que o separam do líder não possam mudar. Sim, o poderoso São Paulo, em boa hora, desceu do pedestal e caiu na real. Pode ser algo novo, mas não é vergonha alguma.

Cobrar civilizadamente, pedir empenho, dizer que não está bom, machuca alguém?! É demérito receber e ouvir o que sentem exatamente aqueles que são a razão de ser de todo o trabalho?!

Não, não é.

Se vai servir pra alguma coisa é outra história. Claro que o clube precisa se reorganizar, precisa de um treinador mais experiente, até de elenco, que muito se enfraqueceu. Mas, sem demagogia alguma, torcida – seja de que time for – é um ótimo termômetro de como andam as coisas, e quase nunca atrapalha.

Quando apóia, é porque merecem. Quando cobra, costuma ter razão.

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