São Paulo,do ex-técnico Ricardo Gomes, cometeu uma série de equívocos em 2010
Foto: Wagner Carmo/Vipcomm/Divulgação

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A derrota por 3 a 0 no clássico para o Corinthians foi mais um golpe na dura temporada que o São Paulo enfrenta. A equipe do Morumbi repete o script de 2009, quando ficou pelo caminho nos três campeonatos que disputou (Paulista, Copa Libertadores e Brasileiro). Os resultados ruins são reflexo de uma sequência de erros cometidos durante o ano, alguns que ainda não indicam ter solução em curto prazo. O Terra selecionou os equívocos são-paulinos.

Contratações não funcionaram

No começo do ano, a diretoria apresentou um pacote de jogadores para reforçar o elenco são-paulino. Diferentemente de temporadas anteriores, em que a aposta era em atletas promissores e em boa fase, o clube trouxe veteranos e nomes que não se encaixaram no time então comandado por Ricardo Gomes.

André Luis, Marcelinho Paraíba e Léo Lima vieram já deixaram o São Paulo, enquanto Cléber Santana esteve perto de trocar os paulistas pelo Fluminense. Somente Xandão conseguiu demonstrar um bom futebol entre os que vieram no começo do ano, além do repatriado Alex Silva. Já Fernandinho rendeu pouco, e é opção entre os reservas.

Manutenção de jogadores que não renderam

Em 2009, a equipe que buscou o título do Campeonato Brasileiro até a última rodada demonstrou falhas em setores como as laterais e a criação no meio de campo. No ano seguinte, os problemas permaneceram. Junior César, criticado na reta final do Nacional, continuou como titular, e Jean seguiu na ala direita, mesmo com a contratação de Cicinho.

Marlos continuou como aposta para a armação das jogadas, ainda que não tenha rendido na temporada anterior. No ataque, os criticados Dagoberto e Washington fixaram-se como dupla titular após a saída de Borges. Com a sequência da temporada, o camisa 9 seguiu para o Fluminense, enquanto o dono da 25 virou o "culpado" pela queda na Libertadores e não é aproveitado.

Promessas novamente não foram aproveitadas

O São Paulo investiu pesado em seu Centro de Formação de Atletas, em Cotia, mas não cumpriu a meta de ter uma equipe baseada em jogadores revelados em sua base. Muricy Ramalho era criticado por não aproveitar as promessas, mas Ricardo Gomes não mudou este panorama. Garotos como os atacantes Henrique e Mazola deixaram o Morumbi e se destacam respectivamente por Vitória e Guarani.

Este aspecto dá mostras de que deve ser alterado. Após a queda de Gomes, o São Paulo acena como um maior aproveitamento de jogadores da base, e Casemiro assumiu o lugar de Hernanes entre os titulares do meio de campo. Além do volante, Marcelinho, Lucas Gaúcho, Sergio Mota e Diogo deverão ter mais chances.

Instabilidade interna

O São Paulo era elogiado por ter um clima político estável, além de guardar seus problemas para si. Em 2010, porém, o clube largou a calmaria para preocupar-se com assuntos como a falta de patrocínio fixo na camisa e a presença do Morumbi na Copa do Mundo de 2014. O estádio não está garantido, e a agremiação também comprou briga com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) durante as eleições para o Clube dos 13.

As consequências puderam ser notadas no planejamento falho na temporada, especialmente nas contratações. O São Paulo apostou todas suas fichas no sucesso da Copa Libertadores, e viu ano ser frustrado com a eliminação.

Manutenção de Ricardo Gomes

O substituto de Muricy Ramalho não foi unanimidade em 2009, mas conclui a temporada com boa aprovação. Neste ano, falhou na missão de montar uma nova equipe, e não encontrou um time ideal no tempo em que esteve no comando.

Gomes apostou esquema com quatro defensores no início da temporada, mas voltou ao consagrado 3-5-2 na Copa Libertadores. Após a Copa do Mundo, perdeu o controle da equipe, mas permaneceu no comando uma vez que o time prosseguiu na competição continental. Foi finalmente demitido com a eliminação para o Internacional na semifinal.

Demora para encontrar o substituto de Gomes

Se o São Paulo demorou para definir a demissão de Ricardo Gomes, a busca por seu substituto mostra a mesma lentidão. Milton Cruz apareceu como comandante temporário para o jogo com o Atlético-PR, pelo Campeonato Brasileiro, mas foi substituído em seguida por Sergio Baresi, treinador campeão na Copa São Paulo de Juniores, em janeiro.

O ex-zagueiro foi anunciado como interino, mesmo ganhando apresentação de técnico Sem treinadores de peso no mercado, o São Paulo corre para buscar o novo comandante.

Defesa deixou de ser confiável

Em 2007 e 2008, a equipe do São Paulo tinha como base sua sólida defesa. O setor passou a demonstrar falhas no ano seguinte, e na atual temporada tornou-se definitivamente um problema. Na semifinal do Campeonato Paulista, viu a badalada equipe do Santos marcar seis gols.

A Copa Libertadores foi o refúgio da defesa são-paulina, que terminou o torneio com o menor número de gols sofridos entre os classificados às quartas de final. Das quatro vezes em que foi vazado, porém, duas foram na semi contra o Inter, e culminaram na eliminação. No Brasileiro, o São Paulo já sofreu 20 gols e tem a nona pior defesa.