Baresi começa a sua trajetória no Tricolor neste domingo, contra o Cruzeiro (Crédito: Ari Ferreira)
Nos últimos cinco anos, o São Paulo ganhou títulos, colecionou fracassos, teve altos e baixos, causou inveja nos adversários e foi alvo de gozações. Mas um aspecto não mudou. O futebol da equipe foi motivo de críticas durante quase todo esse período.
Primeiro, majoritariamente por torcedores rivais. Sem os títulos para mascarar a falta de qualidade, os próprios tricolores passaram a questionar o pragmatismo e a covardia de seu time.
Agonia sem fim? Não se depender de Sérgio Baresi. Aposta dos dirigentes, cansados da mesmice do mercado e incapazes de chegar a um nome de consenso, o técnico interino chegou com pinta de efetivo: apresentado oficialmente, com detalhes da carreira distribuídos pela assessoria e, dentro de campo, esbanjando segurança.
Aos poucos, o ex-zagueiro e técnico do time sub-20 implanta sua filosofia. E Sérgio (o treinador se incomoda quando chamado só pelo apelido, referência ao ex-zagueiro italiano Franco Baresi) garante: fazer o São Paulo voltar a jogar bonito é uma de suas metas.
– Quero dar uma ofensividade maior, com um ou dois toques na bola, chegando à área do rival com três ou quatro atacantes – disse.
Mas, calma, são-paulinos! O comandante é honesto ao dizer que neste domingo, diante do Cruzeiro, a partir das 16h (em tempo real pelo LANCENET!), o Tricolor dos sonhos estará relacionado apenas a atitude e comprometimento. Sérgio precisa de um mês para esboçar um time que atue como grande. E sabe que corre contra o tempo no Brasileiro.
– Não temos esse tempo, mas vamos implementar isso. Devagarinho, aos poucos, com resultados, nós vamos conseguir – assegurou.
Na última sexta-feira, o técnico atendeu à reportagem do LANCENET! no CT da Barra Funda. Com toda atenção em cada pergunta e adepto do “olho no olho”, Sérgio falou sobre a expectativa de seu primeiro trabalho.
Confira os principais trechos:
LANCENET!: É surpresa ou tendência o clube apostar em um iniciante?
SÉRGIO BARESI: A tendência do mercado pede justamente esse profissional. Os clubes correm atrás desse perfil.
LANCENET!: Que perfil é esse? Por que vocês valem a pena ao mercado?
SÉRGIO BARESI: Esse profissional corre muito mais atrás de informações, não é famoso, quer saber o que acontece em todos os lugares. Eu sempre quis ser técnico, nunca auxiliar. Sei bem o que quero e, paralelamente, estudei: me formei em Educação Física, fiz pós em Psicologia Esportiva no futebol, treinamento esportivo. Tudo que o mercado pede e a geração tem essa linha de pensamento.
LANCENET!: Você enfatizou trabalhos de campo na semana. É seu método?
SÉRGIO BARESI: Pedi que trabalhássemos com cinco goleiros. Demos prioridade a Rogério, mas precisamos de mais quatro para acelerar quem não vem jogando. Isso se faz com trabalhos fortes, com bola, como o atleta gosta.
LANCENET!: Você está interinamente no cargo. Vai ao CT e pensa que no dia seguinte pode não voltar?
SÉRGIO BARESI: Estou encarando tudo como técnico número um do São Paulo. Amanhã ou depois pode vir outro técnico, a diretoria deixou isso claro. Mas quando atravesso o portão, eu sou o técnico do São Paulo. A palavra interino não passa pela minha cabeça e não me incomoda porque, dentro de mim, sou o técnico.
LANCENET!: Tem um espelho como técnico?
SÉRGIO BARESI: Realizo trabalhos com minha filosofia, metodologia, mas gosto de Vadão e sempre admirei muito Cilinho pela velocidade que colocava nas jogadas do São Paulo. Com Silas, Muller, Sidnei, um time fabuloso e ele colocou uma dinâmica muito boa, difícil para os padrões daquela época. Hoje o futebol é tão veloz, que me inspiro nele. E Muricy, campeão por três anos consecutivos. Quando eu era técnico do time B, treinava aqui e via sua forma de trabalhar, cobrando marcação forte, bola parada, que sempre foi o ponto alto. O time fazia o gol e não tomava, são formas que assimilei.
LANCENET!: A torcida reclama que há muito tempo a equipe não joga bonito. É possível fazer esse time jogar?
SÉRGIO BARESI: É possível porque o São Paulo tem um elenco de qualidade. Ainda não deu para colocar isso, estamos implantando o pensamento, a filosofia e a didática do trabalho. E a receptividade dos atletas é positiva. Você tem os planos A, B e C. Se o A não der certo, parte para os outros, mas fiquei no A, que é justamente dar ofensividade maior, um ou dois toques na bola, rápidos, aproximarmos nossa linha de marcação mais aguerrida. É um objetivo fazer o time jogar bonito e nós implantar.
LANCENET!: De quanto tempo você precisa?
SÉRGIO BARESI: Técnica e taticamente, no mínimo um mês, mas o Brasileiro não permite porque tem jogo de quarta e domingo. Isso vai acontecer na outra semana. Ficaremos defasados, então vamos pegar forte a parte tática para que assimilem rapidamente. O ideal é ter no mínimo um mês. Fora isso, vai na vontade, determinação, no posicionamento.
LANCENET!: Juvenal fez alguma recomendação sobre usar garotos ou vetar alguns jogadores específicos?
SÉRGIO BARESI: Não. Eu estava treinando o time sub-20 quando chegou o comunicado que o presidente queria falar comigo: “Baresi, decidi, você vai ser o treinador interino a partir de agora. Amanhã você assume, espero que tenha sucesso, terá meu respaldo e o da diretoria do São Paulo Futebol Clube. Muito boa sorte.” Foi isso.
LANCENET!: Encara como um primeiro passo para estreitar relações entre a base e o futebol profissional?
SÉRGIO BARESI: Esse passo foi dado por Ricardo Gomes, que subiu quatro atletas. Estou analisando o plantel e se houver necessidade de buscar na base, será feito. Preciso de mais tempo para ter uma análise precisa porque a responsabilidade é minha. O relacionamento com o pessoal da base era diário, assim como é agora com o profissional. Então a transição fica um pouco mais rápida.
LANCENET!: Você falou sobre Sergio Mota. Ele é uma solução imediata?
SÉRGIO BARESI: Ele está sem ritmo, assim como outros que jogaram pouco: Jorge Wagner, Carlinhos Paraíba, Fernandinho. A partir da semana que vem vamos marcar amistosos para dar ritmo a eles, é fundamental.
LANCENET!: Vê o elenco do São Paulo como um dos melhores do país?
SÉRGIO BARESI: É um dos melhores, tem muita qualidade, mas sempre falta alguma coisa e o São Paulo já sabe disso. Precisamos de paciência nessa transição, temos tudo para dar certo. Devagar, com trabalho e competência, vamos alcançar o objetivo.
LANCENET!: Qual sua meta no Brasileiro?
SÉRGIO BARESI: Bati um papo com os jogadores na sexta-feira e nossa meta é alcançar o G4. Estamos a poucos pontos disso e alguém vai tropeçar. Temos de desenvolver uma equipe mais coesa e consistente para aproveitar as oportunidades de gol, ter tranquilidade, ganhar confiança de novo e pouco a pouco nos aproximarmos dos líderes.
LANCENET!: Você é melhor técnico do que foi como jogador?
SÉRGIO BARESI: Ainda não tive chance de provar essa competência. Fui um bom atleta, o que envolve todo o sistema, não só dentro das quatro linhas. Como técnico posso ser muito melhor. Uma sequência de jogos e competições me dará essa condição de comprovar isso.
Nos últimos cinco anos, o São Paulo ganhou títulos, colecionou fracassos, teve altos e baixos, causou inveja nos adversários e foi alvo de gozações. Mas um aspecto não mudou. O futebol da equipe foi motivo de críticas durante quase todo esse período.
Primeiro, majoritariamente por torcedores rivais. Sem os títulos para mascarar a falta de qualidade, os próprios tricolores passaram a questionar o pragmatismo e a covardia de seu time.
Agonia sem fim? Não se depender de Sérgio Baresi. Aposta dos dirigentes, cansados da mesmice do mercado e incapazes de chegar a um nome de consenso, o técnico interino chegou com pinta de efetivo: apresentado oficialmente, com detalhes da carreira distribuídos pela assessoria e, dentro de campo, esbanjando segurança.
Aos poucos, o ex-zagueiro e técnico do time sub-20 implanta sua filosofia. E Sérgio (o treinador se incomoda quando chamado só pelo apelido, referência ao ex-zagueiro italiano Franco Baresi) garante: fazer o São Paulo voltar a jogar bonito é uma de suas metas.
– Quero dar uma ofensividade maior, com um ou dois toques na bola, chegando à área do rival com três ou quatro atacantes – disse.
Mas, calma, são-paulinos! O comandante é honesto ao dizer que neste domingo, diante do Cruzeiro, a partir das 16h (em tempo real pelo LANCENET!), o Tricolor dos sonhos estará relacionado apenas a atitude e comprometimento. Sérgio precisa de um mês para esboçar um time que atue como grande. E sabe que corre contra o tempo no Brasileiro.
– Não temos esse tempo, mas vamos implementar isso. Devagarinho, aos poucos, com resultados, nós vamos conseguir – assegurou.
Na última sexta-feira, o técnico atendeu à reportagem do LANCENET! no CT da Barra Funda. Com toda atenção em cada pergunta e adepto do “olho no olho”, Sérgio falou sobre a expectativa de seu primeiro trabalho.
Confira os principais trechos:
LANCENET!: É surpresa ou tendência o clube apostar em um iniciante?
SÉRGIO BARESI: A tendência do mercado pede justamente esse profissional. Os clubes correm atrás desse perfil.
LANCENET!: Que perfil é esse? Por que vocês valem a pena ao mercado?
SÉRGIO BARESI: Esse profissional corre muito mais atrás de informações, não é famoso, quer saber o que acontece em todos os lugares. Eu sempre quis ser técnico, nunca auxiliar. Sei bem o que quero e, paralelamente, estudei: me formei em Educação Física, fiz pós em Psicologia Esportiva no futebol, treinamento esportivo. Tudo que o mercado pede e a geração tem essa linha de pensamento.
LANCENET!: Você enfatizou trabalhos de campo na semana. É seu método?
SÉRGIO BARESI: Pedi que trabalhássemos com cinco goleiros. Demos prioridade a Rogério, mas precisamos de mais quatro para acelerar quem não vem jogando. Isso se faz com trabalhos fortes, com bola, como o atleta gosta.
LANCENET!: Você está interinamente no cargo. Vai ao CT e pensa que no dia seguinte pode não voltar?
SÉRGIO BARESI: Estou encarando tudo como técnico número um do São Paulo. Amanhã ou depois pode vir outro técnico, a diretoria deixou isso claro. Mas quando atravesso o portão, eu sou o técnico do São Paulo. A palavra interino não passa pela minha cabeça e não me incomoda porque, dentro de mim, sou o técnico.
LANCENET!: Tem um espelho como técnico?
SÉRGIO BARESI: Realizo trabalhos com minha filosofia, metodologia, mas gosto de Vadão e sempre admirei muito Cilinho pela velocidade que colocava nas jogadas do São Paulo. Com Silas, Muller, Sidnei, um time fabuloso e ele colocou uma dinâmica muito boa, difícil para os padrões daquela época. Hoje o futebol é tão veloz, que me inspiro nele. E Muricy, campeão por três anos consecutivos. Quando eu era técnico do time B, treinava aqui e via sua forma de trabalhar, cobrando marcação forte, bola parada, que sempre foi o ponto alto. O time fazia o gol e não tomava, são formas que assimilei.
LANCENET!: A torcida reclama que há muito tempo a equipe não joga bonito. É possível fazer esse time jogar?
SÉRGIO BARESI: É possível porque o São Paulo tem um elenco de qualidade. Ainda não deu para colocar isso, estamos implantando o pensamento, a filosofia e a didática do trabalho. E a receptividade dos atletas é positiva. Você tem os planos A, B e C. Se o A não der certo, parte para os outros, mas fiquei no A, que é justamente dar ofensividade maior, um ou dois toques na bola, rápidos, aproximarmos nossa linha de marcação mais aguerrida. É um objetivo fazer o time jogar bonito e nós implantar.
LANCENET!: De quanto tempo você precisa?
SÉRGIO BARESI: Técnica e taticamente, no mínimo um mês, mas o Brasileiro não permite porque tem jogo de quarta e domingo. Isso vai acontecer na outra semana. Ficaremos defasados, então vamos pegar forte a parte tática para que assimilem rapidamente. O ideal é ter no mínimo um mês. Fora isso, vai na vontade, determinação, no posicionamento.
LANCENET!: Juvenal fez alguma recomendação sobre usar garotos ou vetar alguns jogadores específicos?
SÉRGIO BARESI: Não. Eu estava treinando o time sub-20 quando chegou o comunicado que o presidente queria falar comigo: “Baresi, decidi, você vai ser o treinador interino a partir de agora. Amanhã você assume, espero que tenha sucesso, terá meu respaldo e o da diretoria do São Paulo Futebol Clube. Muito boa sorte.” Foi isso.
LANCENET!: Encara como um primeiro passo para estreitar relações entre a base e o futebol profissional?
SÉRGIO BARESI: Esse passo foi dado por Ricardo Gomes, que subiu quatro atletas. Estou analisando o plantel e se houver necessidade de buscar na base, será feito. Preciso de mais tempo para ter uma análise precisa porque a responsabilidade é minha. O relacionamento com o pessoal da base era diário, assim como é agora com o profissional. Então a transição fica um pouco mais rápida.
LANCENET!: Você falou sobre Sergio Mota. Ele é uma solução imediata?
SÉRGIO BARESI: Ele está sem ritmo, assim como outros que jogaram pouco: Jorge Wagner, Carlinhos Paraíba, Fernandinho. A partir da semana que vem vamos marcar amistosos para dar ritmo a eles, é fundamental.
LANCENET!: Vê o elenco do São Paulo como um dos melhores do país?
SÉRGIO BARESI: É um dos melhores, tem muita qualidade, mas sempre falta alguma coisa e o São Paulo já sabe disso. Precisamos de paciência nessa transição, temos tudo para dar certo. Devagar, com trabalho e competência, vamos alcançar o objetivo.
LANCENET!: Qual sua meta no Brasileiro?
SÉRGIO BARESI: Bati um papo com os jogadores na sexta-feira e nossa meta é alcançar o G4. Estamos a poucos pontos disso e alguém vai tropeçar. Temos de desenvolver uma equipe mais coesa e consistente para aproveitar as oportunidades de gol, ter tranquilidade, ganhar confiança de novo e pouco a pouco nos aproximarmos dos líderes.
LANCENET!: Você é melhor técnico do que foi como jogador?
SÉRGIO BARESI: Ainda não tive chance de provar essa competência. Fui um bom atleta, o que envolve todo o sistema, não só dentro das quatro linhas. Como técnico posso ser muito melhor. Uma sequência de jogos e competições me dará essa condição de comprovar isso.
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