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'Vilão' da Libertadores, Dagoberto desabafa sobre críticas

Dagoberto rompeu o silêncio. O atacante cansou de levar pancada e ser apontado até por dirigentes do próprio São Paulo como culpado pela eliminação na semifinal da Libertadores para o Internacional. Na 4ª feira (11), depois de treinar pela segunda vez entre os reservas no coletivo comandado pelo técnico Sérgio Baresi, o jogador concedeu entrevista no deck da piscina do CT. Enquanto Ricardo Oliveira falava sobre o Cruzeiro, rival de domingo, ele desabafou.

P - O que você está sentindo neste momento, diante de tantas críticas e depois de perder o seu lugar entre os titulares?

Dagoberto - O momento é delicado, saímos de um objetivo tão grande. Aí você começa a escutar muitas coisas. Até agradeço pela oportunidade de falar, até porque sempre tive uma excelente relação com vocês. É normal essas críticas, é natural dizer que aquele está velho, o outro está acabando o contrato. Quem sabe essas mesmas pessoas que estão falando foram contra o Dagoberto vir para o São Paulo no início também. Então, hoje eu estou muito tranquilo, eu sei o que eu faço. Eu venho aqui e faço o meu melhor. Foi por uma infelicidade que não conseguimos o objetivo que queríamos. Agora falar? Quem tem boca fala o que quer. O dia que o presidente chegar e expor o pensamento dele, aí, se não for da vontade, cada um segue o seu rumo.

P - Você é o único culpado pela eliminação da Libertadores?

Dagoberto - Quando você consegue os resultados é sempre diferente, aí falam que sua fase é boa, todos elogiam. É simples e objetivo. Quando você não tem o resultado, aí falam de um ou de outro. Eu vejo que tem jogos que o time não está bem e aí o individual fica difícil. O Fernandão foi muito feliz ontem quando falou com vocês. Eu vejo que quando você não consegue o objetivo é o coletivo. É tudo mundo que não conseguiu o objetivo Nós estávamos muito bem antes da Copa e depois não conseguimos retomar. Não adianta você taxar sicrano ou fulano. É todo mundo que está no barco. Quando conquistamos os títulos, todo mundo teve o seu mérito. Agora que o objetivo não foi alcançado é todo mundo também. Mas isso não me abate, eu sei do meu potencial, acredito muito em mim. Se cheguei até aqui é porque eu tenho muito valor.

P - Então você se sente injustiçado?

Dagoberto - O peso no Dagoberto foi muito grande nos últimos quatro anos. Eu vejo desta maneira. Sempre que acontecia alguma coisa era eu que saia do time. Isso que eu vejo, mas sempre respeitei todo mundo, sempre trabalhei e vou continuar trabalhando como sempre fiz. Eu sou funcionário, pessoas podem falar isso ou aquilo, mas eu estou muito tranquilo.

P - Em 2008, pouco antes de o clube conquistar o segundo título Brasileiro, você revelou que quase deixou o São Paulo por causa das críticas. Isso agora pode acontecer de fato?

Dagoberto - Esse negócio de ir ou ficar é muito de momento também. Nós tínhamos conquistados os títulos e tinham muitas propostas também, como sempre teve, como sempre existiu. É uma situação de se conversar, de se entender todo mundo. Meu pensamento... Sei lá. É que agora é muito recente. A ferida da eliminação ainda está aberta, mas eu vejo que você precisa buscar ser feliz sempre, eu sou assim. Acho que todos foram felizes aqui com os títulos. Chegamos tão perto do objetivo agora, mas eu vejo que o peso sobre mim é maior. A diferença é muito grande. É isso que me incomoda um pouco. Quando ganha, os méritos são divididos. E quando perde, eu vejo que o peso não é tão dividido. Mas eu tenho Deus na minha vida, tenho meus princípios, eu sei o que eu realmente quero.

P - Você acha que essa cobrança exagerada é porque o São Paulo investiu R$ 5,4 milhões para te contratar em 2007 ou está mais ligado ao seu comportamento em campo. Muitas pessoas, até dirigentes, dizem que você é indolente em campo, que se desliga dos jogos importantes...

Dagoberto - Não sei. Os jogadores que chegam ao São Paulo são excelentes e são cobrados como devem ser. Ricardo Oliveira, Fernandão... Todos eles têm um peso muito grande. Claro que houve uma força do São Paulo em me contratar, mas também teve uma vontade muito grande minha de vir para cá. Eu tinha muitas propostas de fora do país, eu poderia ganhar muito mais dinheiro Mas eu optei por vir para o São Paulo e conquistar títulos, como conquistamos dois importantes. É uma coisa que vão falar hoje, amanhã, não vai mudar. Não vai ser a primeira, não vai ser a última vez. O importante é que estou bem. A vida segue.

P - O que fazer para mudar isso?

Dagoberto - Voltar a jogar, ganhar títulos, fazer bons jogos, sempre foi assim. Em 2007 e 2008, nós saímos de uma Libertadores, aconteceram os questionamentos e conquistamos o título brasileiro. A vida é assim. Ela nunca será fácil, mas também não é difícil como nós pensamos. O importante é você ter a consciência de que está andando no caminho certo. É isso o que mais importa.

P - Você conversou com o seu empresário, o Marcos Malaquias, sobre o futuro, vai ficar no São Paulo, quer sair? Tem proposta? O clube parece desesperado para te negociar até o fim da janela de transferências...

Dagoberto - Conversamos, mas é uma coisa mais nossa, interna. Vamos esperar. Sempre tem alguma coisa. O São Paulo já recusou ofertas altíssimas, não quis vender. Então não dá para reclamar também, né? Os meus empresários trouxeram ofertas com valores superiores ao que eles pagaram para me contratar e não aceitaram Mas o futuro a Deus pertence. (Marcius Azevedo - AE)

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