Não há maior termômetro para os sentimentos são-paulinos que o próprio capitão Rogério Ceni. As reações do maior ídolo ao longo de toda Copa Libertadores, em especial desta quinta-feira no Morumbi, dão o tom sobre a dolorosa ferida que se abriu contra o Internacional. Pelo quinto ano consecutivo, sendo a segunda vez diante dos mesmos colorados, o São Paulo viu morrer o sonho do tetra naquela que é menina dos seus olhos.
Ceni adentrou o gramado do Morumbi simplesmente eufórico. O capitão havia convocado a torcida para a decisão contra o Inter e foi correspondido por uma casa cheia. Em uma das noites mais frias de 2010 para os paulistanos, o goleiro pisou no campo batendo no próprio braço, como quem pede raça. Sua presença não passava despercebida antes mesmo de a bola rolar. Possuído talvez fosse a melhor palavra para explicá-lo.
A Ricardo Gomes, o capitão confessara a tensão para o confronto decisivo. "Conversamos durante a semana e ele declarou até dificuldade para dormir. Se dizia ansioso querendo outra Libertadores". Mesmo aos 37 anos e uma trajetória vitoriosa, o camisa 1 parecia um juvenil atrás da primeira conquista.
E assim foi durante os 90 minutos. Rogério Ceni fez boas defesas e pouco poderia fazer no gol letal de Alecsandro. Da retaguarda, jogou com o time. Ajoelhou e olhou para o céu após uma chance perdida já próximo do fim. Atabalhoado, depois partiu para a área no último lance e acabou prejudicando seu time ao cometer falta em Renan antes mesmo de o escanteio ser cobrado.
Com muitas lágrimas escorrendo pelo rosto, Rogério Ceni se dirigiu ao túnel de acesso aos vestiários. Logo ele, o principal personagem da equipe em mais uma Copa Libertadores - a sétima consecutiva com ele no gol titular.
O nome da campanha
Na fase de oitavas, Ceni foi o maior combustível da equipe para superar o Universitario, do Peru, nos pênaltis. Errou sua cobrança, mas fez outras duas defesas e carimbou o passaporte para a etapa seguinte da Libertadores.
Perfeito diante do Cruzeiro, Rogério Ceni chegou às semifinais com a incrível marca de apenas dois gols sofridos em 10 jogos pela Libertadores. No Beira-Rio, vazado por Giuliano, se desesperou com a defesa. Longe de seu estilo, deu bronca em defensores por uma falha na marcação que todos haviam elegido como a ideal na proteção da grande área.
Impotente no jogo da volta, Ceni deu adeus àquela que é a competição com a qual os são-paulinos, como ele, sonham a cada temporada. Seja no vestiário que o desolado Ricardo Gomes classificou como silencioso, na tristeza de Hernanes se despedindo, ou no quase choro de Ricardo Oliveira, todos os tricolores deixaram o Morumbi com a sensação de perda.
Tal qual nas vitórias, Rogério Ceni foi quem melhor expressou as emoções de uma noite para o são-paulino esquecer.
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