Maurren chora quando é atendida pelas fisioterapuetas da equipe do São Paulo

“Já passei por coisa pior. Vou superar esta. Mas estou bem chateada agora”. Esta frase, dita por Maurren Maggi, veio entrecortada por um silêncio de lágrimas. Quando conversou com o Blog do Boleiro, a medalhista de ouro olímpica estava em seu apartamento na zona sul de São Paulo.

Maurren tinha acabado de saber, pelo técnico Nélio Moura, que vai ser examinada pelo médico Moisés Cohen amanhã ou no início da próxima semana. Ao realizar o primeiro salto na nova pista do Centro Olímpico do Ibirapuera, em São Paulo, ela sentiu uma dor no músculo posterior da coxa esquerda.

“Eu senti a dor na parte final da corrida, mas saltei assim mesmo. Eu quis terminar”, contou por telefone. Ela saltou 6,45 metros, nove centímetros a mais do que tinha conseguido no retorno às pistas no início do mês em Ávila, na Espanha.

“Eu disse para ela que, independente do que ela sentia, estava satisfeito com o salto que ela fez. Estamos no caminho certo. Esta dorzinha será tratada e ela vai voltar”, avaliou o técnico Nélio Moura que teve de consolar a atleta que deixou o Centro Olímpico chorando muito.

Maurren saltou, utilizando a perna direita – cujo joelho foi operado há nove meses – como alavanca. “O problema do joelho é passado. Agora é voltar a trabalhar depois de tratar esta lesão”, disse Moura.

Aos 34 anos, a campeã olímpica em Pequim (2008) e atleta do São Paulo já enfrentou problemas que a tiraram das competições em ocasiões diferentes. Durante a prova de salto em Sindey (Jogos de 2000), ela sentiu uma lesão muscular na corrida.

Depois, no auge da forma, em 2003, foi suspensa pela Federação Internacional de Atletismo por doping. A atleta não sabia da presença da substância clostebol, detectado em sua coleta, na composição de um creme cicatrizante aplicado após uma sessão de depilação.
Ficar, no máximo, três semanas tratando da nova lesão – se for confimrada uma contratura ou estiramento – é um percalço menor do que os já enfrentados por Maurren.

Só não digam para ela que o salto foi muito bom, como analisou seu treinador. “É, foi bom, mas eu me machuquei”, respondeu ao ouvir esta referência.