Não houve tempo para nada. Enquanto os cruzeirenses se aqueciam para sonhar com uma virada espetacular no Morumbi e os são-paulinos ainda esperavam a postura dos rivais, o atacante Kléber foi expulso e acabou com qualquer chance de surpresa do duelo entre São Paulo e Cruzeiro pelas quartas de final da Libertadores.

Os torcedores do São Paulo comemoraram por exatamente 90 minutos. Desde quando o árbitro Jorge Larrionda puxou o vermelho para punir o atacante do Cruzeiro, aos 2min, até o apito final, aos 46min da etapa final (mesmo tempo da primeira parte do jogo), o que só se ouviu foi a maioria são-paulina festejando.

Até Hernanes abrir o placar, aos 23min do primeiro tempo, a torcida do Cruzeiro vivia um misto de esperança por ver o time mostrar força em campo mesmo com um a menos e o desespero por tantos passes errados e contra-ataques de presente dado ao rival. Tanto que no fim do primeiro tempo muita gente de azul já tinha jogado a toalha. E muita gente tricolor já bradava "eliminado" para o pequeno espaço entre os mais de 52 mil presentes ao Morumbi.

Apesar da imensa vantagem, parecia ser cedo para contar com a vitória. Mesmo com os gritos de "o campeão voltou", ainda imperava uma certa humildade quando a bola começou a rolar. Mas ela logo foi esquecida quando aos 8min da etapa final o atacante Dagoberto encobriu Fábio e ampliou a vitória para 2 a 0. Se a vantagem já era boa antes do jogo começar, imagine agora que o Cruzeiro precisaria fazer quatro gols e estava com um a menos?

Qualquer respeito ao adversário foi solenemente ignorado pelos torcedores do time da casa. Aos 17min, foram ouvidos os primeiros "olés" enquanto o São Paulo controlava o jogo sem sofrer qualquer ameaça do Cruzeiro. Dali para frente foi só esperar por uma goleada, que parecia vir a qualquer momento tamanha a facilidade encontrada para agredir o adversário.

O show não veio, mas ninguém - que torcia para o São Paulo, é claro - se importou. Afinal, a vaga em mais uma semifinal, a nona em 15 partidas - já estava garantida havia tempo.