Nação tricolor;
O torcedor não poderia estar mais contente. Com dois placares iguais e mais uma apresentação convincente, o Maior do Mundo passou pelo Cruzeiro e vai as semifinais da Libertadores 2010, competição que é sua prioridade no semestre. De quebra, o clube espanta o “fantasma da eliminação por times brasileiros†e injeta uma grande dose de esperança na sua inflamada e apaixonada torcida.
Revanche? Vingança? Eu não sou partidário dessas coisas no futebol. A coisa anda muito profissional e os jogadores que lá estão querem é seus nomes cantados pela torcida, receber bem e em dia e ter realização profissional. Essa história de revanche fica para o torcedor tirar um sarro e a mÃdia vender histórias. Foi mais um jogo de futebol e desta vez deu São Paulo. Com muitos méritos diga-se de passagem.
A verdade é que o jogo acabou com um minuto de duração. Com dez jogadores (Kléber conseguiu a proeza de ser expulso no primeiro toque de bola) o bom e respeitado time de Minas foi presa fácil para o tri-campeão mundial. Não houve partida. Não houve equilÃbrio. Não houve chance. Para mim (que estava no estádio) a expulsão foi mais que justÃssima pois futebol não se joga com a mão e sim com os pés. E nem adianta avaliar se foi merecida a expulsão do jogador “mais expulso†da Libertadores 2010. O são-paulino, mais que todos os outros torcedores, conhece de longe a Ãndole deste jogador. Parabéns, Kléber: Conseguiu atrapalhar ainda mais o clube que lhe paga em dia.
Voltemos a opinião. Com onze em campo, o tricolor iniciou um verdadeiro massacre psicológico, tático e fÃsico para cima dos mineiros. A pressão foi tanta que nos primeiro vinte minutos de jogo, o goleiro Fábio se tornou o melhor jogador em campo, com pelo menos duas defesas importantÃssimas. Mas a classificação começou a se desenhar de fato com o primeiro tento do tricolor, com Hernanes completando cruzamento de Junior Cesar, após maravilhosa jogada do ala esquerdo.
O time jogava muito bem, marcando firme a defesa do adversário. Os defensores cruzeirenses rifavam a bola constantemente, dando muitos contra-ataques aos velozes Marlos e Dagoberto. Fernandão, o centroavante, combinava muito bem com os velocistas, distribuindo o jogo na frente e usando de sua boa visão de jogo para armar algumas jogadas. A defesa, com o paredão Alex Silva e Miranda, adiantou Richarlyson para jogar ao lado de Rodrigo Souto e liberar Hernanes para auxiliar o ataque. Um esquema harmonizado e finalmente posto em prática pelo técnico Ricardo Gomes, que simplesmente fez o que nós, torcedores, pedÃamos faz muito tempo.
A segunda etapa começou com um ameaço de reação do time celeste, prontamente dizimado pelo segundo gol tricolor, numa combinação perfeita entre Fernandão e Dagoberto, que completou de cobertura para as redes mineiras. A partir daÃ, classificado, o São Paulo passou a tocar a bola e deixar o tempo passar. A classificação, justÃssima pelo conjunto de toda a obra em BH e SP, já estava assegurada, com a bênção da torcida que mais grita “é campeão†do paÃs.
Um dado curioso deste jogo: Não houve nenhuma falta perigosa perto da área, tanto para tricolores como para cruzeirenses.
Agora, com a pausa da Libertadores para a Copa do Mundo, o tricolor tem a chance de sacramentar de vez o entrosamento desses atletas. Ainda teremos alguns jogos antes da paralisação total e é importante o time se recuperar no Brasileiro. Mas, sem dúvidas, depois do que vi em Minas e no Morumbi, tenho a absoluta confiança neste time. Agora sim, está com cara de Libertadores. Como a gente sempre pediu.
Seguuuuura coração de cinco pontas… estamos chegando!
Saudações tricolores!
Nota dos personagens da partida:
Rogério Ceni Tirando uns chutes de fora da área, foi mero espectador do jogo. Nota: 7,0
Cicinho Não usa mais da sua explosão para cruzar bolas mas consegue ser útil com sua experiência e visão de jogo. Nota: 6,5
Alex Silva Um monstro de jogador. Mostrou que aprendeu muito na Europa. Nota: 9,0
Miranda Outro que não deu espaços para o já combalido ataque cruzeirense. Nota: 8,5
Junior Cesar Um primeiro tempo primoroso, com muita opção e jogadas agudas. No segundo tempo foi menos incisivo, mesmo assim foi bem. Nota: 9,5
Richarlyson Uma das suas melhores partidas pelo tricolor. Tirando um ou outro passe errado foi importantÃssimo na composição do meio campo e simplificou bons lançamentos. Nota: 9,0
Rodrigo Souto Como esse cara fez bem ao time! Excelente combatedor, cercando quando necessário e dando bote quando necessário. Não aparece para a torcida mas tem papel fundamental no crescimento de produção do Hernanes. Nota: 9,0
Hernanes BelÃssima partida, na posição que deveria jogar sempre. Bonito chute no gol. Nota: 9,5
Marlos Um dos melhores em campo. Rápido, criativo e ousado. Soltou bem a bola. Falta só definir melhor. Nota: 9,5
Dagoberto Outro que cresceu na hora certa, fez um belÃssimo gol. Saiu aplaudido. Nota: 9,5
Fernandão Como um só jogador (e um esquema definido) mudou a cara e o futebol do meu São Paulo. A categoria, os passes precisos e as jogadas feitas nos dois jogos já deram a dimensão da importância dessa contratação. Casou perfeitamente com Dagoberto e Marlos. Nota: 9,5
Fernandinho e Jean Entraram e participaram pouco do jogo. Sem nota.
Ricardo Gomes Continuo achando que deu cinco voltas ao mundo para finalmente achar a formação e a escalação ideal ao time, mas leva o mérito por ter achado a tempo da Libertadores. E não vou deixar de elogiar o primeiro técnico pós Muricy que conseguiu nos classificar em cima de um clube brasileiro na competição. No mais, é o que a torcida sempre pediu: Richarlyson, se jogar, só pode ser no meio, os alas tem que ser Junior Cesar e Cicinho e é esse o nosso ataque. Se não inventar teremos PAZ e grandes possibilidades na competição. Nota: 8,0
Torcida Essa é a real e verdadeira torcida tricolor. Cantou o jogo todo, apoiou e viu seu esforço ser compensado com um futebol de raça, coração, vontade e organização. Os mais de 52 mil pagantes, inclusive os simpáticos cruzeirenses que estavam no estádio, merecem nota MIL!
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