Nação do Maior do Mundo;
Que presente de aniversário, rapaziada…
Com uma partida taticamente quase perfeita, muita dedicação, um pouco de sorte e principalmente com um aproveitamento surpreendente no ataque, o Maior do Mundo superou todas as adversidades e saiu de Belo Horizonte com um resultado que nem o mais fanático torcedor imaginaria. E o melhor: Mereceu todos os méritos.
Se me perguntassem como eu conseguiria comentar a partida do SPFC em poucas palavras eu diria que o time simplesmente jogou conforme o script da Libertadores. Para jogar uma competição como essa não precisa ser necessariamente dono de um futebol bonito. Basta ser competitivo, se segurar na hora certa, fazer gol na hora exata, contar com jogadores focados e um plano de jogo bem desenhado. Esse é o segredo.
Com a ausência de Miranda, o São Paulo optou por um 3-5-2 com Xandão na sobra e Richarlyson fazendo o terceiro zagueiro. Cicinho e a “surpresa†Junior Cesar foram os alas, Souto, Hernanes e Marlos fizeram o meio para Dagol e Fernandão jogarem no erro do adversário, no ataque.
O primeiro tempo foi excelente. O São Paulo anulou as principais jogadas do adversário (que eram as laterais) e acompanhou muito bem os volantes cruzeirenses. Restava ao adversário o ataque “mano a mano†contra a defesa menos vazada da competição. Com um sistema defensivo bem aplicado, restava ao tricolor atacar cirurgicamente com seus três atacantes, já que Marlos fazia o papel de meia atacante. Aà veio o “fator diferente†que tanto cobrei no blog: Fernandão. Se não está em sua melhor forma, se não está entrosado, o camisa 15 provou (pelo menos a mim) que é diferenciado. Joga na frente fazendo o pivô mas não fica condicionado somente na definição das jogadas. Aliás, os dois gols foram frutos de participação decisiva sua. Arrisco dizer que um jogador como ele era o que estávamos precisando.
Mesmo com a limitação de Richarlyson (que tomou mais um cartão no primeiro tempo numa falta tÃpica das suas) e menos posse de bola do que deveria, o tricolor fechou o primeiro tempo com uma ótima apresentação e um belo gol; iniciado por Fernandão, passando por Marlos e acabando nas redes com Dagoberto. Essa alquimia pode dar o que falar!
Veio a segunda etapa e, claro, uma pressão maior do Cruzeiro. Achei que o SPFC recuou um pouco cedo demais, explorando os raros contra-ataques. Num deles, a jogada mágica de Fernandão que, de calcanhar, deixa Hernanes livre para marcar o segundo gol. Além disso, um erro grave do bandeira, dando impedimento quando não houve e consequentemente invalidando um pênalti do Fábio (último homem da defesa) em cima do estreante.
Também houve um gol anulado de Thiago Ribeiro que estava na mesma linha de Alex Silva. E houve muito, muito sufoco mineiro na nossa sólida e amarelada zaga. Bola na trave, catimba, pressão… é assim que se desenha uma Libertadores. Ninguém fugiu da luta e o tricolor dançou conforme a música. Não fosse uma substituição errada de Ricardo Gomes (Washington em campo matou nosso contra ataque) diria que poderÃamos ter feito até mais.
Mas, enfim, se não foi uma apresentação exuberante, foi exatamente aquilo que o torcedor pede. Competitividade, aplicação, superação e muita raça. Parabéns a todos os envolvidos no dia de hoje. Jogando sério desse jeito as esperanças aumentam muito. Concordam comigo?
Saudações tricolores!
Nota dos principais personagens da partida:
Rogério Ceni Não sei como tem torcedor tricolor que não confia nesse monstro sagrado. Ninguém é perfeito e Rogério não é uma perfeição sob forma de goleiro. Mas não tem partida melhor para ele desfilar seu talento e liderança como uma Libertadores. Defesas importantes, catimba necessária e uma bela dose de sorte, atributo que faltava nesses últimos tempos. Nota DEZ!
Cicinho Mais cadenciado, aos poucos vem se encaixando na lateral do Maior do Mundo. Nota: 7,5
Alex Silva Outro monstro sagrado da defesa tricolor. Não perdeu uma e lidera o setor com muita maestria. Nota: 9,0
Xandão Jogou como se já estivesse na sua milésima Libertadores. Muito bem na cobertura. Nota: 8,5
Richarlyson A aplicação desta vez superou a limitação. O de sempre, porém desta vez teve um papel bom no setor defensivo. Nota: 7,5
Junior Cesar Um ótimo primeiro tempo. No segundo ficou na defesa e até salvou um gol cruzeirense. Nota: 8,5
Rodrigo Souto Esse cara temos que tirar o chapéu. Muito regular e muito bom na frente da zaga. Boa saÃda de bola. Nota: 9,0
Hernanes Fez tudo o que queremos dele. Controlou o SPFC, combateu, chegou no ataque e até fez gol. Nota DEZ!
Marlos Belo primeiro tempo. No segundo poderia ter matado de vez o jogo. Ajudou bem a defesa hoje. Belo cruzamento para o primeiro gol do tricolor. Nota: 8,5
Dagoberto Primeiro tempo impecável. No segundo sofreu um pouco na hora de segurar a bola na frente. Nota: 8,0
Fernandão Que estréia! Mostrou personalidade, toque de bola e participou de todas as jogadas de gol, inclusive com um passe mágico de calcanhar para o gol de Hernanes que eu não tenho vergonha nenhuma de dizer que me lembrou algumas jogadas do RaÃ. Caaaalma… Mas hoje ele foi um dos nomes do jogo. DEZ!
Ricardo Gomes A aplicação do time foi seu grande mérito. Mas não pode colocar um centroavante lento naquela situação de jogo. Fernandinho (que deveria estar no banco) era a opção mil vezes mais indicada para um fulminante contra-ataque. Mas hoje pela primeira vez vimos um São Paulo de Libertadores: Competitivo, mortal e seguro. A camisa e a tradição a gente já tem. Faltava isso. Nota: 7,5
Torcida Impecável, vibrou o jogo todo e comemorou muito o resultado. Merece! Nota MIL!
Essa vitória é em homenagem ao nosso zagueiraço Miranda. Que Deus ilumine sua famÃlia, meu velho!
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