Foi apenas o primeiro trabalho coletivo, mas Ricardo Gomes esboça um São Paulo diferente para enfrentar o Santos, domingo, na Vila Belmiro, no segundo confronto da semifinal do Paulista.

O treinador mexeu em todos os setores da equipe. Na defesa, Cicinho e Richarlyson são os novos laterais nos lugares de Jean e Junior Cesar, respectivamente.

“Ainda não sabemos se esse será o time, mas eu quero jogar”, afirmou Cicinho, que terá como principal missão conter o avanço de Léo pelo lado esquerdo. Como fazer isso? Atacando.

“O Ricardo sabe da minha característica. Ele, com certeza, não vai tirar esta liberdade de mim. Vou atacar”, comentou.

Na esquerda, Richarlyson vai ficar mais fixo para ajudar Alex Silva, Miranda e Rodrigo Souto na marcação dos habilidosos jogadores santistas. O problema é que o volante, além de jogar improvisado, não joga desde 18 de março, contra o Nacional, quando sofreu uma lesão muscular.

“Fiz um trabalho físico forte na semana passada. Não vou estar 100%, mas até lá posso alcançar 97%, 98%”, garante o agora lateral. “É uma opção do Ricardo e acho que ele quer ganhar força na marcação também.”

A mudança no meio de campo foi forçada. Cléber Santana foi o escolhido para ocupar a vaga de Marlos, expulso no domingo. O time perderá um pouco de velocidade na transição, mas ganhará no toque de bola e na marcação. Ele vai atuar ao lado de Hernanes e Jorge Wagner.

Ricardo Gomes vai tentar ganhar velocidade da frente. Sai o lento Washington e entra Fernandinho para jogar com Dagoberto. Os dois atuaram juntos na goleada sobre o Botafogo por 5 a 0, na penúltima rodada da fase de classificação do Paulista.

A intenção de mexer no ataque já havia sido manifestada antes da partida contra o Santo André semana passada. O péssimo estado do gramado no Barão de Serra Negra, em Piracicaba, no entanto, fez o técnico manter Washington. Agora ele deve ficar no banco no domingo.

O discurso parece ensaiado quando o assunto é vencer o Santos por dois gols de diferença para chegar à final.

Os são-paulinos procuram enfatizar que o adversário, apesar de ter derrotado o Tricolor no Morumbi e ter a vantagem de perder por um gol, não é tudo isso que falam por aí.

Bicho-papão

“O Santos não é nenhum bicho-papão. Nós somos o São Paulo. Ainda somos o melhor time do Brasil. Aqui não é nenhum time pequeno”, avisou Cicinho. “Eles sabem que não são imbatíveis. Não é porque conseguiram os dois gols de diferença que vão ficar com a mãozinha na cintura esperando o jogo.”

Para ele Richarlyson, os Meninos da Vila, denominação que usou durante toda a sua entrevista coletiva, não são nenhum bicho de sete cabeças.

“O São Paulo mostrou no segundo tempo do último jogo o que pode fazer na Vila. Mostramos um poder de reação e quando chegamos ao empate, dava para ver o semblante de preocupação deles.”