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Repito: Derretam a taça das bolinhas.

Assunto chato e sem fim. Deve ser o quarto post que escrevo sobre isso.

A culpa pela confusão é da CBF. Ou de Ricardo Teixeira, se preferir.

O dono do futebol brasileiro assumiu o comando da entidade em 1989.

Em 92, o Flamengo ganhou seu quinto título brasileiro.

A Taça das Bolinhas, estava definido antes, seria do primeiro pentacampeão nacional.

Mas, a CBF, por causa das brigas políticas com o Clube dos 13, fundado pelos 4 maiores paulistas e cariocas, 2 grandes mineiros , Inter, Grêmio e Bahia, não reconhecia o torneio de 1987.

Clube dos 13, sim

O campeonato brasileiro nasceu em 1971 com 20 times. Em 72, acrescentaram 6. Em 73, mais 14, somando 40, mesmo número de participantes de 74.

Depois, ano após ano, enfiaram agremiações no torneio. Quarenta e dois participaram em 1975, 54 em 1976, 62 em 1977, 74 em 1978, até chegaram aos “fantásticos” 94 na edição de 1979.

E fundamental: Noventa e quatro times sem as participações de Corinthians, São Paulo, Santos e Portuguesa que se recusaram a disputar. Só o Palmeiras, dos grandes paulistas, participou.

A fórmula de disputa em 79 era ridícula. O Alviverde, quarto lugar, jogou 5 partidas (3v,1e,1d). O Internacional, campeão invicto, entrou em campo 23 vezes (16v,7e).

O brasileirão iria explodir. Diminuiram para 44 equipes em 1980, número repetido até 83 e em 85. Em 84, houve 41 times no campeonato (número ímpar, não dá para dividir sem fracionar, sensacional!!!).

O último com mais de quatro dezenas aconteceu em 1986. Quarenta e oito equipes.

O Clubes dos 13 era a resposta às insanidades da cartolagem da manda-chuva do futebol nacional.

Como a CBF chegou a anunciar que não tinha condições financeiras de realizar a competição de 1987, pois pagava passagens, estadia, talvez alimentação aos participantes, o Clube dos 13 decidiu tomas as rédeas.

Convidou Santa Cruz, Coritiba e Goiás e organizou a Copa União vencida pelo Flamengo. Os 16 times agregavam cerca de 95% dos torcedores no país.

A CBF também acabou conseguindo fazer o seu torneio naquela temporada. O Sport ganhou.

O Flamengo se recusou a enfrentar os pernambucanos pelo título. Você, leitor, decide o que considera certo.

Para mim, houve 2 campeonatos brasileiros e um campeão em cada.

Injustiça técnica

Guarani, vice campeão na penalidades em 86, e América RJ, terceiro lugar, não disputaram a Copa União em 87. Os cariocas foram convidados. O Bugre, salvo engano, não, por causa da posição política do presidente Leonel Almeida Martins de Oliveira.

Recuo do Clube dos 13

Ano seguinte, CBD e Clube dos 13 fizeram acordo. Uma pena. Hoje, o que poderia ter sido o embrião de uma Liga Profissional como a da Inglaterra, só serve para interesses políticos e negociações de cotas de transmissão dos jogos.

Ao menos, nunca mais tivemos tantos times no brasileirão. O número recorde, desde então, é de 32 em 1993.

Derretam-na, derretam-na, derretam-na e derretam-na.

Dar a Taça das Bolinhas ao Flamengo, agora, seria contraditório.

Ricardo Teixeira esperou um inimigo político ser penta para decidir?

O Rubro-Negro teve forte apoio do São Paulo em 1987. O Clube dos 13 foi fundado oficialmente numa reunião organizada por Carlos Miguel Aidar, presidente do São Paulo, no Morumbi.

O São Paulo era um dos protagonistas daquele movimento. Não deveria desprezar isso hoje, apesar das posições medrosas do Flamengo, como quando Marcelo Portugal Gouveia, saudoso presidente sãopaulino, não votou em Ricardo Teixeira para reeleição na CBF.

Marcelo articulou o movimento contra, tentou trazer Corinthians e Flamengo, pois os 3 juntos têm cerca de metade dos torcedores brasileiros. Mas o Alvinegro de Dualib e o Rubro-Negro de Márcio Braga ficaram ao lado de Teixeira.

Isso caiu muito mal no Morumbi. Agora brigam pela Taça.

Eu derreteria a dita cuja.

Assim, o Flamengo terá sua cópia, o São Paulo também, e o presidente da CBF arrumará outra coisa para fazer pressão política.

A taça não passa de um objeto de metal que simboliza a conquista.

Tem, claro, valor histórico.

Sem desdenhar do material, importante, acima de tudo nos títulos, é a alegria, a loucura gerada pela conquista.

Nenhum político pode apagar o que vivemos. Muito menos deixando o troféu guardado.

Abaixo, separei o link com outro posts sobre o mesmo assunto.

http://blogdobirner.virgula.uol.com.br/2007/11/07/desculpe-pela-ironia-mas-fogo-nela/

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