A guerra política entre São Paulo e Federação Paulista de Futebol (FPF) ganhou mais um capítulo nesta semana. O departamento jurídico do clube tricolor acionou o Procon e o Ministério Público com o objetivo de impedir mudanças repentinas de mando de campo no Campeonato Paulista.

Revoltou a diretoria são-paulina o fato de a FPF ter alterado, por três vezes, o local do duelo contra o Santo André. Previamente marcado para a cidade do ABC, a partida foi para São José do Rio Preto, voltou para Santo André e agora será disputada em Piracicaba, na quarta-feira, às 21h50.

“Levamos ao Procon uma reclamação expressa sobre essas alterações despropositadas. Encaminhamos também uma cópia protocolada ao Ministério Público, na divisão do consumidor, para que eles acompanhem e tomem eventuais providências”, explicou ao UOL Esporte Edgar Galvão, gerente jurídico do São Paulo.

No ano passado, a FPF também mudou o local do último jogo da equipe tricolor pela primeira fase do Estadual. O confronto com o São Caetano deixou o ABC para ser realizado em Presidente Prudente, episódio que irritou os cartolas do Morumbi.

“Não é uma coisa casuística. Ano passado aconteceu o mesmo e também fomos ao Procon, mas não obtivemos um retorno, de uma forma estranha. Fazemos isso para preservar a estabilidade do torcedor e o estatuto”, argumentou Galvão.

“Não esperamos e nem pedimos para que haja um efeito já para essa quarta, porque uma nova mudança seria ainda mais prejudicial ao torcedor. Ainda que fosse para se adequar à legalidade, não há tempo suficiente para isso. É uma medida preventiva, para evitar que vire uma tônica no futuro", completou o representante jurídico do clube do Morumbi.

O auge do atrito entre FPF e São Paulo ocorreu em dezembro de 2008, quando Marco Polo Del Nero, presidente da entidade que comanda o futebol paulista, tornou pública uma denúncia de que a diretoria tricolor teria enviado convites do show da Madonna ao árbitro Wagner Tardelli, escalado para apitar o confronto com o Goiás, pela última rodada do Brasileiro.

A acusação não foi comprovada, Del Nero foi punido e o São Paulo rompeu relações com a FPF. Na semana passada, o presidente Juvenal Juvêncio resgatou a polêmica. “Eu queria pedir o auxilio da mídia esportiva no sentido de que ela nos ajude a fiscalizar a lisura de comportamento da Federação Paulista nesse final. Será que ela vai ter outros interesses? Tenho medo de 'novas Madonnas'. Esse era o meu alerta”, discursou.