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De técnico novo, Verdão testa crise contra o estável Tricolor

A solução encontrada pela diretoria do Palmeiras para apagar o 'incêndio' no clube foi demitir Muricy Ramalho e contratar Antônio Carlos. Porém, a crise só diminuirá em caso de vitória no clássico contra o tranquilo São Paulo, que, apesar de pensar no rival, já vive o clima da Copa Libertadores da América.

Na tarde deste domingo, às 17 horas (de Brasília), o Verdão conhecerá a influência da troca de comando no desempenho dos atletas. Porém, uma eventual derrota no Palestra Itália certamente aumentará ainda mais o tumulto nos bastidores. E o elenco está ciente da responsabilidade.

"É o momento de o Palmeiras levantar a cabeça, porque temos um clássico pela frente. Na última partida, vivemos uma noite difícil em que ninguém estava inspirado em campo", avisa o volante Edinho, lembrando da derrota para o São Caetano, que custou o emprego de Muricy.

Alheio à crise alviverde, o Tricolor luta pela vitória para tentar chegar à zona de classificação do Campeonato Paulista e aumentar a boa fase contra o rival. A última derrota para o Verdão aconteceu na semifinal do Estadual de 2008. De lá para cá, os rivais se enfrentaram cinco vezes, com três empates e dois triunfos são-paulinos.

Apesar da vantagem, a ordem no grupo tricolor é ignorar a situação desconfortável do oponente. "O Muricy é mais antigo de profissão (que o Antônio Carlos), mas é natural que toda mudança traga alguma alteração no pensamento, pois cada jogador quer seu espaço. Mas, independentemente disso, jogar no Parque Antártica é difícil por si só", analisa o capitão Rogério Ceni.

A partir da chegada de Antônio Carlos, o Palmeiras espera, pelo menos, recuperar o eficiente futebol apresentado durante grande parte do Campeonato Brasileiro do ano passado, quando liderou a competição por 19 rodadas. A diretoria acredita que a nova comissão técnica terá a oportunidade de alcançar as principais colocações no Estadual e um bom resultado na Copa do Brasil.

"No futebol, sabemos que não há muito tempo, mas entendemos que era momento de tomar uma decisão porque ainda há tempo para conseguirmos algo positivo lá na frente", explica o vice de futebol Gilberto Cipullo.

Contudo, Antônio Carlos vai entrar em uma verdadeira fogueira no clássico do Palestra Itália. Ele assumiu o time no treino de sexta-feira à tarde, portanto quase não pôde realizar modificações na equipe. Ainda assim, o ex-defensor confia em dar o troco no Tricolor, adversário que o derrotou neste ano por 3 a 0 quando ainda estava no São Caetano.

"Naquela partida, jogamos de igual para igual, mas eles tiveram a felicidade de concluir suas oportunidades e nós não. Agora eu sei que uma vitória sobre o São Paulo seria muito importante neste começo de trabalho no Palmeiras", diz.

A diretoria reconhece que um resultado negativo diante do rival São Paulo pode gerar manifestações contra a saída de Muricy Ramalho, que era considerado vítima por grande parte da torcida pela falta de opções no elenco. "Se perdemos, é claro que teremos reclamações, mas confiamos em nossa decisão", reforça Cipullo.

Em contrapartida, os dirigentes exigem também uma mudança de atitude dos jogadores dentro de campo. A apatia da goleada sofrida contra o São Caetano assustou o presidente Luiz Gonzaga Belluzzo. "Não adianta explicar. É óbvio que o time fez uma péssima partida, a pior que vi nos últimos tempos", lastima.

Na escalação palmeirense, Antônio Carlos promete mudanças. O esquema com três volantes, utilizado pela comissão técnica anterior, será enterrado, como também estão descartadas as improvisações.

Para o clássico, o São Paulo deve contar com um antigo carrasco do rival: Cicinho. Cada vez mais readaptado nesta volta ao Tricolor, o atleta reencontrará o clube que castigou nas oitavas de final da Copa Libertadores de 2005, quando marcou gol nos dois jogos.

"Todas as partidas são especiais. Teremos um adversário que não está em condição boa, mas tem excelentes jogadores e vão jogar tudo contra nós. Tive felicidade em jogos passados contra eles, mas isso já foi. Preciso tentar ajudar o São Paulo nesta partida e esquecer o retrospecto", comentou.

Cicinho só não sabe ainda em que posição atuará no clássico. Lateral direito de ofício, o atleta foi improvisado no meio-campo na vitória sobre o Barueri. O técnico Ricardo Gomes manifesta a intenção de escalar o que tem de melhor, mas admite que depende do desgaste de cada um, já que terá importante duelo pela Libertadores na quinta-feira, diante do Once Caldas, na Colômbia.

Dois titulares que estão fora são o atacante Dagoberto, ainda entregue ao departamento médico, e o volante Richarlyson, que recebeu o terceiro cartão amarelo. A promessa é de que os escolhidos pensarão exclusivamente no duelo no Palestra Itália.

"É até mais fácil pensar neste jogo por cauda da rivalidade. O Palmeiras tem um bom time e seu último resultado não foi representativo. Nosso jogo do meio de semana (contra o Barueri) tinha uma visibilidade menor que um clássico", pondera o técnico Ricardo Gomes.


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