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Rescisão de Oscar pega departamento jurídico do São Paulo "de pijamas"

Advogados ficaram surpresos com a atitude do atleta, mas se disseram tranquilos

A informação de que o meio-campista Oscar, de 18 anos, conseguiu pela Justiça a liberação contratual do São Paulo pegou o departamento jurídico do clube completamente desprevenido.

Em entrevista ao site Gazeta Esportiva, o diretor jurídico do São Paulo, Kalil Rocha Abdalla, disse que recebeu a notícia na manhã deste sábado (19). A decisão foi tomada pela juíza Eumara Nogueira Borges Lyra Pimenta, da 40ª Vara do Trabalho de São Paulo.

- Eu ainda estou de pijamas. Fui pego de surpresa e preciso ver com calma.

Oscar, que teve poucas oportunidades em 2009 - jogou 13 partidas pela equipe - alega que ficou "escondido" na Espanha, em 2007, até completar 16 anos, idade mínima para firmar um contrato profissional. Ainda segundo o atleta, ele foi emancipado por sua mãe por iniciativa do São Paulo, que prorrogou seu contrato até dezembro de 2012.

Abdalla, no entanto, disse que o clube não tem culpa na emancipação do atleta.

- Já posso afirmar que não há problema quanto à emancipação do Oscar. Isso é feito pelo pai ou pela mãe. Como o São Paulo iria forçar? Você faz se quiser. Isso é um absurdo.
O jogador também alega que está com salário e FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) parcialmente atrasados desde setembro de 2008, o que foi praticamente descartado pelo diretor jurídico.

- Que eu saiba está tudo em dia. Vamos aguardar a segunda-feira [21] para pedir uma reconsideração ao juiz. Se não der certo, entraremos com um recurso no TRT [Tribunal Regional do Trabalho].

O gerente jurídico do São Paulo, Edgar Galvão, endossou as palavras do diretor jurídico.

- Não vou falar pelo São Paulo, pois ainda não me reuni com a diretoria para definirmos uma estratégia, mas, como advogado, posso assegurar que não vejo nada de estratosférico no caso. Tão logo a juíza nos escute, fará a reconsideração, pois a alegação é toda muito subjetiva e tem poucas chances de ser sustentada. Não houve qualquer tipo de coação para que ele se emancipasse, nada disso. Vejo uma agressividade desnecessária nessa decisão.

Segundo Galvão, a concessão de uma liminar dessa magnitude só é passível em casos urgentes, o que não se aplica ao meio-campista, de acordo com o advogado. Ele também comentou a alegação de salário e FGTS atrasados.

- Se isso for comprovado, é uma acusação mais objetiva. Mas eu duvido que o São Paulo tenha falhado nesse campo, pois tudo é informatizado. Além disso, se estivesse com problemas para pagar o FGTS de alguém, não seria o do Oscar, que não está entre os salários mais altos do grupo.

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