A obsessão por ser um jogador de futebol profissional fez Leonardo Deivid de Carvalho Lima, 18 anos, cometer “a maior besteira†de sua vida.
Na noite de 28 de outubro último, uma quarta-feira, ele invadiu o gramado do Estádio do Morumbi no primeiro tempo da partida entre São Paulo e Internacional, pelo Campeonato Brasileiro, vencida pela equipe paulista por 1 a 0.
A atitude fez o São Paulo, um dos candidatos ao tÃtulo, perder, na tarde desta sexta-feira (13), o direito de jogar, em seu estádio, a última partida da competição, contra o Sport.
Nesta entrevista exclusiva ao R7, Leonardo Lima, filho mais novo de uma dona de casa e de um padeiro de Piripiri, cidade do interior do PiauÃ, revela porque tomou a atitude. E acrescenta: “jamais farei isso de novoâ€.
R7 – Você já soube no que deu a sua invasão?
Leonardo Deivid Carvalho Lima – Pois é... Foi a maior besteira, a maior m... que fiz em toda a minha vida. Nunca mais vou invadir um campo. E aconselho todo mundo a nem pensar nisso. Vou continuar na luta para realizar meu sonho de ser jogador de futebol profissional, mas nunca mais com recursos burros como esse.
R7 – A ideia saiu da sua cabeça ou você foi aconselhado por alguém?
Leonardo Lima – Decidi tudo sozinho. Não tinha ideia do tamanho do problema. Agora tenho. Estou profundamente arrependido por prejudicar o São Paulo, que está em busca do tÃtulo, e a nossa torcida...
R7 – Nossa torcida?
Leonardo Lima – Isso. Muitos não irão acreditar, mas sou são-paulino. Doente. Meus Ãdolos são o Richarlyson e o Dagoberto. Jogo de volante, mas posso atuar também como meio campo ofensivo. Meu jeito de jogar é uma mistura do estilo do Richarlyson com o do volante argentino Guiñazu, do Internacional, um cara muito combativo. Sou também fã do holandês Johan Cruijff e da seleção que ele liderou na Copa de 1974, a Laranja Mecânica. Por isso, escolhi uma camisa laranja para invadir o campo.
R7 – Você joga bola realmente?
Leonardo Lima – Pode acreditar: sou ótimo jogador. E todos vocês ainda irão descobrir isso.
R7 – Mas, rapaz, você tirou o mando de campo do seu time do coração na última partida do campeonato, quando ele deverá disputar o tÃtulo...
Leonardo Lima – Nem me lembre... Que bobagem, não? Mas olhe: eu sou um cara pobre, mas correto. Fiz uma besteira, mas sou honesto. Cheguei aqui em março deste ano para realizar meu sonho. Fui direto para uma escolinha. Tive que abandoná-la em abril porque o dinheiro acabou. Fui trabalhar em um café. Ganho R$ 650 por mês – com as gorjetas, às vezes chego a R$ 1,2 mil, um pouco mais, um pouco menos. Fiz isso porque estava desesperado para realizar meu sonho - e a idade está estourando. Queria – e quero – ser boleiro. De qualquer maneira.
R7 – Como você planejou tudo?
Leonardo Lima – Na noite daquela quarta-feira (28 de outubro), saà do trabalho e fui direto para o Estádio do Morumbi. Levei uma bolsa com calção, chuteira, meião e a tal camisa laranja. Nela, estava escrita a frase ‘eu só quero ter uma oportunidade para ser jogador de futebol’. Fui para a geral vermelha do estádio, de onde seria mais fácil correr para o campo.
R7 – E a�
Leonardo Lima - Assim que a bola rolou, comecei a vestir a roupa. Lá pelos trinta e poucos minutos do primeiro tempo, pulei uns dois metros de altura, talvez um pouco mais, para dentro do fosso. Depois, subi cerca de um metro e meio, entrei na área do gramado na altura do meio de campo e dei um pique.
R7 – A polÃcia não te viu?
Leonardo Lima – Viu sim, mas entrei por um ponto em que tinha um espaço na segurança e corri como um louco. Calculei tudo. Quando eles perceberam, já tinha ido. Falei primeiro com o zagueiro Miranda. Pedi: ‘por favor, me ajude’. Depois, conversei com o Richarlyson e fui em direção ao Dagoberto. Mas aà eu desmaiei...
R7 – Desmaiou?
Leonardo Lima – Sim. Não sei o que aconteceu. Fiquei mole, apaguei geral. Foi muita emoção ver um estádio cheio de são-paulinos, meu time do coração, e o meu Ãdolo Dagoberto ali, do meu lado.
R7 – Você apanhou da polÃcia?
Leonardo Lima – Não. Fui tratado com respeito. Os policiais me levaram para a delegacia mais próxima. Lá, fizeram o boletim normalmente.
R7 – O que seus pais disseram?
Leonardo Lima – Minha mãe falou que eu sou louco e gritou no telefone para eu voltar para o PiauÃ. Disse que eu estou perdendo a cabeça por essa coisa de futebol. Mas não volto. Vou ficar para realizar o sonho. Meu padrasto foi um pouco mais suave, mas também me condenou.
R7 – Você tem medo de ser processado pelo São Paulo ou de sofrer algum ataque da torcida?
Leonardo Lima – Não recebi nenhuma notificação até agora. Espero que eles me perdoem e não me processem. Uma ação na Justiça tornaria minha vida ainda mais difÃcil. Quanto aos são-paulinos, peço a mesma compreensão. Como eles, eu amo o São Paulo.
R7 – Faria isso novamente?
Leonardo Lima – De jeito nenhum. Olhe, por favor, escreva aÃ: meu sonho, meu desespero com o avanço da idade, minha emoção por estar ao lado do Dagoberto, nada disso – e nem qualquer outra coisa - justifica uma invasão de campo. Aquilo lá é profissionalismo, tem muita coisa envolvida. Agora, veja só: prejudiquei meu time do coração. Estou envergonhado da minha atitude.
R7 – Quando voltará ao Morumbi?
Leonardo Lima - Bom, então... Acho que, neste campeonato, se não for neste sábado (14), não dá mais. Vou pensar se volto este ano...
Na noite de 28 de outubro último, uma quarta-feira, ele invadiu o gramado do Estádio do Morumbi no primeiro tempo da partida entre São Paulo e Internacional, pelo Campeonato Brasileiro, vencida pela equipe paulista por 1 a 0.
A atitude fez o São Paulo, um dos candidatos ao tÃtulo, perder, na tarde desta sexta-feira (13), o direito de jogar, em seu estádio, a última partida da competição, contra o Sport.
Nesta entrevista exclusiva ao R7, Leonardo Lima, filho mais novo de uma dona de casa e de um padeiro de Piripiri, cidade do interior do PiauÃ, revela porque tomou a atitude. E acrescenta: “jamais farei isso de novoâ€.
R7 – Você já soube no que deu a sua invasão?
Leonardo Deivid Carvalho Lima – Pois é... Foi a maior besteira, a maior m... que fiz em toda a minha vida. Nunca mais vou invadir um campo. E aconselho todo mundo a nem pensar nisso. Vou continuar na luta para realizar meu sonho de ser jogador de futebol profissional, mas nunca mais com recursos burros como esse.
R7 – A ideia saiu da sua cabeça ou você foi aconselhado por alguém?
Leonardo Lima – Decidi tudo sozinho. Não tinha ideia do tamanho do problema. Agora tenho. Estou profundamente arrependido por prejudicar o São Paulo, que está em busca do tÃtulo, e a nossa torcida...
R7 – Nossa torcida?
Leonardo Lima – Isso. Muitos não irão acreditar, mas sou são-paulino. Doente. Meus Ãdolos são o Richarlyson e o Dagoberto. Jogo de volante, mas posso atuar também como meio campo ofensivo. Meu jeito de jogar é uma mistura do estilo do Richarlyson com o do volante argentino Guiñazu, do Internacional, um cara muito combativo. Sou também fã do holandês Johan Cruijff e da seleção que ele liderou na Copa de 1974, a Laranja Mecânica. Por isso, escolhi uma camisa laranja para invadir o campo.
R7 – Você joga bola realmente?
Leonardo Lima – Pode acreditar: sou ótimo jogador. E todos vocês ainda irão descobrir isso.
R7 – Mas, rapaz, você tirou o mando de campo do seu time do coração na última partida do campeonato, quando ele deverá disputar o tÃtulo...
Leonardo Lima – Nem me lembre... Que bobagem, não? Mas olhe: eu sou um cara pobre, mas correto. Fiz uma besteira, mas sou honesto. Cheguei aqui em março deste ano para realizar meu sonho. Fui direto para uma escolinha. Tive que abandoná-la em abril porque o dinheiro acabou. Fui trabalhar em um café. Ganho R$ 650 por mês – com as gorjetas, às vezes chego a R$ 1,2 mil, um pouco mais, um pouco menos. Fiz isso porque estava desesperado para realizar meu sonho - e a idade está estourando. Queria – e quero – ser boleiro. De qualquer maneira.
R7 – Como você planejou tudo?
Leonardo Lima – Na noite daquela quarta-feira (28 de outubro), saà do trabalho e fui direto para o Estádio do Morumbi. Levei uma bolsa com calção, chuteira, meião e a tal camisa laranja. Nela, estava escrita a frase ‘eu só quero ter uma oportunidade para ser jogador de futebol’. Fui para a geral vermelha do estádio, de onde seria mais fácil correr para o campo.
R7 – E a�
Leonardo Lima - Assim que a bola rolou, comecei a vestir a roupa. Lá pelos trinta e poucos minutos do primeiro tempo, pulei uns dois metros de altura, talvez um pouco mais, para dentro do fosso. Depois, subi cerca de um metro e meio, entrei na área do gramado na altura do meio de campo e dei um pique.
R7 – A polÃcia não te viu?
Leonardo Lima – Viu sim, mas entrei por um ponto em que tinha um espaço na segurança e corri como um louco. Calculei tudo. Quando eles perceberam, já tinha ido. Falei primeiro com o zagueiro Miranda. Pedi: ‘por favor, me ajude’. Depois, conversei com o Richarlyson e fui em direção ao Dagoberto. Mas aà eu desmaiei...
R7 – Desmaiou?
Leonardo Lima – Sim. Não sei o que aconteceu. Fiquei mole, apaguei geral. Foi muita emoção ver um estádio cheio de são-paulinos, meu time do coração, e o meu Ãdolo Dagoberto ali, do meu lado.
R7 – Você apanhou da polÃcia?
Leonardo Lima – Não. Fui tratado com respeito. Os policiais me levaram para a delegacia mais próxima. Lá, fizeram o boletim normalmente.
R7 – O que seus pais disseram?
Leonardo Lima – Minha mãe falou que eu sou louco e gritou no telefone para eu voltar para o PiauÃ. Disse que eu estou perdendo a cabeça por essa coisa de futebol. Mas não volto. Vou ficar para realizar o sonho. Meu padrasto foi um pouco mais suave, mas também me condenou.
R7 – Você tem medo de ser processado pelo São Paulo ou de sofrer algum ataque da torcida?
Leonardo Lima – Não recebi nenhuma notificação até agora. Espero que eles me perdoem e não me processem. Uma ação na Justiça tornaria minha vida ainda mais difÃcil. Quanto aos são-paulinos, peço a mesma compreensão. Como eles, eu amo o São Paulo.
R7 – Faria isso novamente?
Leonardo Lima – De jeito nenhum. Olhe, por favor, escreva aÃ: meu sonho, meu desespero com o avanço da idade, minha emoção por estar ao lado do Dagoberto, nada disso – e nem qualquer outra coisa - justifica uma invasão de campo. Aquilo lá é profissionalismo, tem muita coisa envolvida. Agora, veja só: prejudiquei meu time do coração. Estou envergonhado da minha atitude.
R7 – Quando voltará ao Morumbi?
Leonardo Lima - Bom, então... Acho que, neste campeonato, se não for neste sábado (14), não dá mais. Vou pensar se volto este ano...
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