É, nação tricolor…
Foi com a língua para fora, mas ganhamos!

E se for para ser de um em um
para chegar ao hepta, que seja assim!

O tricolor esteve longe de dar espetáculo e muito menos deu tranquilidade aos quarenta mil torcedores que encheram as arquibancadas do Cícero Pompeu de Toledo. Mas a vitória importante mais uma vez coloca o time a pelo menos dois pontos de distância do até então líder e mantém as esperanças do tetra-hepta.

Dá para analisar a (má) performance do Maior do Mundo no Morumbi de duas maneiras. A visão quente do torcedor, que não permite erros nem olha direito o outro lado do campo, e a aquela visão mais fria, contando com o desempenho do adversário e o pouco tempo de recuperação diante do difícil jogo o Internacional. Não quero eximir o tricolor de sua “culpa” pela má jornada, mas vou analisar a partida das duas maneiras.

Pelo lado quente do torcedor, não dá para aceitar noventa e minutos de futebol do jeito e da maneira que o tricolor jogou. Tirando o gol e alguns lampejos de boas jogadas, sinceramente não acredito que estamos buscando forte o título com esse pragmatismo das últimas partidas. Ouso dizer que hoje quem venceu a partida foi a camisa, não o time. Várias peças não renderam o que poderiam render e, sem a menor sombra de dúvida, o sufoco foi imenso, intenso, torturante.


Porém, e sempre tem um porém que o torcedor desconhece e anda sendo batido muito aqui no Blog, esse é um dos campeonatos mais equilibrados de historia dos pontos corridos. O Grêmio Barueri é prova cabal de um time que, mesmo sem camisa, tem dado muito tabalho para grandes equipes. Os róseos ganharam na bacia das almas na Arena Barueri e as bonecas foram empacotadas com muito estilo na Arena Barueri

Além disso, a maratona de jogos, aliada a dedicação de certos jogadores dentro de campo, deixaram o time, especialmente nesse jogo, estafado. No segundo tempo a coisa estava tão ruim que Ricardo Gomes mandou González jogar no meio-campo, com Renato Silva e Arouca na direita. O argentino estava visivelmente cansado, assim como Hernanes e Jorge Wagner. O time ficou sem pegada e mesmo assim conseguiu o excelente resultado.
Quem esperava uma partida exuberante e com muitos gols deve e tem todo o direito de ficar frustrado. Mas é bom lembrar que essa reta final vale e muito o resultado positivo. É preciso ganhar de qualquer jeito para botar pressão nos demais concorrentes ao título. Não estamos lutando contra apenas um adversário, diga-se de passagem. É preciso ter muito pé no chão.

No final do jogo a grande reclamação tricolor é a tabela. Para quem ainda acha que o São Paulo compra tudo e compra todos, vejam como será a tabela da próxima rodada. Enquanto todos os demais postulantes ao título se enfrentarão no final da semana que vem, o tricolor pega nada mais nada menos que o Grêmio em Porto Alegra na quarta.

Portanto, a maior preocupação minha é com a recuperação do time, e não com um jogo vistoso. Repito, agora é reta final. Não se deixem enganar com o papo frustrado de alguns. Se é para pagar o preço do hepta desta maeira eu pago sem problemas. O ano que vem a gente contrata mais e melhor e tenta acertar. Agora é lutar para fazer mais pontos que os outros no final da competição. E só!

Ah, mala branca? Acho que se Val Baiano e Renê estivessem jogando hoje talvez a vitória seria mais fácil.

Saudações tricolores!

Nota dos personagens da partida:

Rogério Ceni Um dos nomes da partida. Fez uma defesa espetacular no início do jogo e teve várias intervenções aéreas importantes. Muito bem no time. Nota: 8,5

Renato Silva Para mim outro nome do time hoje. Com González exausto (principalmente no segundo tempo) segurou muito bem o lado direito, impedindo os avanços perigosos do adversário. Nota: 8,0

André Dias Partida regular, cumprindo seu papel sem maiores problemas. Nota: 7,0

Miranda Outro que fez uma boa partida, sem muito problema, apesar do domínio do Barueri. Nota: 7,0

Zé Luis Saiu cedo de campo, contundido. Sem nota.

González Entrou em seu lugar e formou uma verdeira avenida do lado direito do campo. No segundo tempo cansou e foi jogar no meio-campo para não comprometer defensivamente o time. Nota: 3,5

Júnior Cesar Outro que não rendeu aquilo que se espera dele na ala esquerda. Nota: 4,5

Jean Tem muitas dificuldades de marcar e sair jogando, principalmente quando seus companheiros do meio-campo estão ausentes. Nota: 5,0

Hernanes Sem dúvida um jogador diferenciado, mas que hoje não rendeu nada, muito devido ao cansaço. Nota: 4,0

Jorge Wagner Fez o gol providencial portanto merece uma nota maior que o desempenho em campo, mas foi outro que não rendeu no meio. Não anda ligando as jogadas para o ataque. Nota: 7,0

Dagoberto Outro que se diferenciou dos demais, lutando bastante e criando as poucas jogadas perigosas do time. A bola na trave de sua autoria foi bonita. Pena que não entrou. Nota: 8,0

Washington Lento, não aproveitou a única jogada iminente que teve dentro da área. Nota: 4,0

Borges Entrou para dar mais movimentação, mas teve muito pouco tempo para mostrar serviço. Sem nota.

Arouca Outro que entrou para segurar o lado direito, abandonado por González. Sem nota.

Ricardo Gomes Justificou a vitória magra com a maratona de jogos e mostrando a qualdade do adversário. Até pode ser, mas não justifica totalmente a ausência de futebol neste sábado. Mas, aos trancos e barrancos, estamos mais uma vez na disputa. Nota: 5,0

Trio de arbitragem Amarrou muito o jogo, mas não teve problemas. Enquanto isso lá no Rio o goleiro das bonecas se adiantou em todas as penalidades e não voltam nenhum lance. Alguém tem dúvida que o Rogério é marcado pelos juízes?

Torcida Excelente a presença da torcida do tricolor, lotando as arquibancadas. Para quem não mora em SP nem frequenta o Morumbi, os espaços vazios foram praticamente de numeradas e cativas. O torcedor popular compareceu em peso. Quem não veio foi aquele que paga um pouco a mais para ter mais conforto. A torcida, puxada pela Organizada, cantou o tempo inteiro, não vaiou em nenhum momento o time e saiu aliviada com o resultado. Nota MIL sempre!