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Pela 3ª vez nos pontos corridos, campeão pode ter um técnico diferente da estreia

Entre os cinco primeiros colocados do Brasileirão, apenas o Atlético-MG continua com o mesmo treinador que iniciou a competição: Celso Roth

Não é tão comum que um time campeão sofra grandes alterações de elenco e comissão técnica ao longo do campeonato. Na era dos pontos corridos, iniciada em 2003, a manutenção de uma base do início ao fim foi um dos grandes segredos dos times que fizeram grandes campanhas. Nesta lógica, a troca de técnicos não é vista como uma coisa positiva para uma equipe que briga por posições de destaque. Nestas seis edições anteriores do Brasileirão, apenas em 2004 e 2005 o vencedor teve um técnico diferente do que iniciou a competição. Em 2009, a lógica está um pouco invertida: dos cinco primeiros times na tabela, apenas um pode ser campeão sem ter mudado de treinador: o Atlético-MG de Celso Roth.

O líder Palmeiras começou o Brasileirão com Vanderlei Luxemburgo no comando. Depois contou um bom tempo com o promovido Jorginho no cargo, até a contratação de Muricy Ramalho, técnico atual. O Internacional iniciou a competição com Tite, campeão gaúcho pelo time. Mas trocou o comandante por Mário Sérgio, que inclusive já chegou com "prazo de validade" estabelecido (declarou que sai no fim do ano). O São Paulo iniciou a disputa com o tricampeão brasileiro Muricy Ramalho, mas optou por substituí-lo por Ricardo Gomes. O atual quinto colocado Flamengo escolheu investir em Andrade, demitindo Cuca.

Em 2004, o Santos iniciou a competição com o técnico Emerson Leão. Mas os seguidos tropeços nas primeiras rodadas, além de um desgaste que começou no início daquele ano, fizeram o clube optar por uma mudança de comando. Para o lugar de Leão, foi contratado Vanderlei Luxemburgo, campeão do ano anterior pelo Cruzeiro, que obteve nova conquista. Para Luxa, porém, isso é algo muito raro. O técnico diz que troca de comando no meio de um trabalho não combina com conquista.

- Campeonato Brasileiro é projeto. Time que troca de treinador não faz projeto e briga para não cair - afirma.

Mas então, como o técnico explica o fato de três, dos quatro times que estão no G-4, estarem disputando o título mesmo tendo trocado de comissão técnica? Coincidência?

- Não tem coincidência. O que tem são clubes estruturados. Se o Muricy não tivesse saído do São Paulo, se eu tivesse continuado no Palmeiras, se o Inter não demitisse o Tite, tudo estaria igual. As equipes estariam brigando pelo título do mesmo jeito. Porque são clubes que já possuem uma estrutura montada por esses técnicos que permaneceram por um bom tempo no comando.

Já em 2005, o Corinthians protagonizou uma situação curiosa. Contou com três técnicos diferentes: Daniel Passarella assumiu desde a estreia, foi substituído por Márcio Bittencourt e, logo em seguida, Antônio Lopes foi contratado, conseguindo sagrar-se campeão ao fim do campeonato.

Se levarmos em consideração todos os Campeonatos Brasileiros desde 1971 (foram 38 no total), em apenas dez ocasiões os clubes campeões optaram por mudanças de técnicos. Oito delas antes da era dos pontos corridos. A primeira vez que isso aconteceu foi em 1983 com o Flamengo (Carpegiani deu lugar a Carlos Alberto Torres). Curioso que após esse "exemplo rubro-negro", as quatro edições seguintes do campeonato presenciaram o mesmo quadro. Confira a lista completa dos técnicos campeões:

ANTES DOS PONTOS CORRIDOS

1971 - Atlético-MG (Telê Santana)
1972 - Palmeiras (Osvaldo Brandão)
1973 - Palmeiras (Osvaldo Brandão)
1974 - Vasco (Mário Travaglini)
1975 - Internacional (Rubens Minelli)
1976 - Internacional (Rubens Minelli)
1977 - São Paulo (Rubens Minelli)
1978 - Guarani (Carlos Alberto Silva)
1979 - Internacional (Enio Andrade)
1980 - Flamengo (Cláudio Coutinho)
1981 - Grêmio (Enio Andrade)
1982 - Flamengo (Paulo César Carpeggiani)
1983 - Flamengo (Paulo César Carpeggiani - Carlos Alberto Torres)
1984 - Fluminense (Carbone - Carlos Alberto Parreira)
1985 - Coritiba (Dino Sani - Enio Andrade)
1986 - São Paulo (Zé Carlos Paulista - Pepe)
1987 - Sport (Jair Picerni) / Flamengo (Antônio Lopes - Carlinhos)
1988 - Bahia (Evaristo de Macedo)
1989 - Vasco (Nelsinho Rosa)
1990 - Corinthians (Zé Mário - Nelsinho Batista)
1991 - São Paulo (Telê Santana)
1992 - Flamengo (Carlinhos)
1993 - Palmeiras (Vanderlei Luxemburgo)
1994 - Palmeiras (Vanderlei Luxemburgo)
1995 - Botafogo (Paulo Autuori)
1996 - Grêmio (Luís Felipe Scolari)
1997 - Vasco (Antônio Lopes)
1998 - Corinthians (Vanderlei Luxemburgo)
1999 - Corinthians (Oswaldo de Oliveira )
2000 - Vasco (Oswaldo de Oliveira - Joel Santana)
2001 - Atlético-PR (Mário Sérgio - Geninho)
2002 - Santos (Leão)

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