A vida de Jorge Wagner não se resume a jogar futebol. Mas a modalidade também está presente em seu cotidiano quando ele deixa os gramados de lado. Longe dos campos, entra em cena o baiano de Feira de Santana, e a preocupação com os conterrâneos. Todo ano, quando volta para a cidade natal em férias, o meia fica ligado nos jogos de futebol da molecada. Um garoto é escolhido e, depois, levado a São Paulo.

Um deles é Netinho, de 15 anos, que está no juvenil do Santos. No fim de 2007, ao observar o jovem, Jorge Wagner, em contato com seu empresário, Luciano Couto, pediu para que a promessa fosse levada a algum clube paulista. O Peixe foi escolhido, e 2009 é o segundo ano de Netinho na equipe da Vila.

Outros dois jovens baianos também ganharam a oportunidade de deixar Feira de Santana para sonhar em ser profissional na capital paulista. Um, também de 15 anos, está no Juventos. Outro fez teste no São Paulo e aguarda o resultado.

– Feira de Santana está sempre revelando bons jogadores. Fábio Baiano, Júnior Baiano, entre outros. É uma cidade que tem muitos valores. Surgiu a chance de eu trazer alguns jogadores para os clubes de São Paulo e fico feliz – disse Jorge.

Preocupado com o futuro dos garotos, já que a maioria deles é de origem humilde, o camisa 7 tricolor não vê problemas em reforçar os rivais. Netinho, por exemplo, está no Santos, adversário do Sampa do próximo domingo. O importante para o são-paulino é dar condições de os garotos terem um futuro melhor. Tudo isso sem ganho financeiro algum.

– Minha vida mudou completamente. Lá andava descalço e morava na roça. Tenho outra vida – afirmou Netinho, ainda um pouco acanhado em dar sua primeira entrevista.

Resta pouco para Jorge Wagner ganhar férias novamente. Nas últimas duas, após ser campeão, voltou de Feira de Santana com jovens promessas. Desta vez, o meia quer outro título. Depois, empolgado e com a medalha no peito, quer voltar para iniciar a temporada do ano que vem com um novo talento em mãos.