Para adequar o Morumbi para a Copa do Mundo, o São Paulo terá de arcar com todos os custos internos do estádio. A parte de fora, como o LANCENET! mostrou na edição de terça-feira, será financiada pelos governos do Estado e Federal. Já a parte de dentro será toda responsabilidade do Sampa. E o departamento de marketing adotou uma estratégia para impedir que a conta fique no vermelho nos próximos anos: “o Morumbi paga o Morumbi.”



No projeto feito por GMP e Ruy Ohtake, que o LANCENET! detalha desde segunda-feira com exclusividade, o Tricolor está ciente de que todas as obras vão custar até R$ 250 milhões. A ideia é conseguir R$ 100 milhões com patrocinadores e financiar o restante (R$ 150 mi) com o BNDES. Na última sexta-feira, em Brasília-DF, o clube apresentou seu plano ao órgão e, agora, espera confirmações quanto ao valor, prazo e carência de pagamento, taxa de juros e garantias para o empréstimo.

O São Paulo trabalha com parcelamento em dez anos e três de carência – começaria o pagamento em 2012, o que geraria uma dívida anual de R$ 22,35 milhões, já que terá de pagar 8% de juros ao ano.

Para não precisar tirar dinheiro do departamento de futebol, o marketing são-paulino acredita que as próprias receitas que o Morumbi vai gerar serão capazes de quitar esta dívida. A expectativa é a de que, em 2009, o estádio feche o balanço com um superávit de quase R$ 18 milhões. Nos próximos 15 anos (até 2024), segundo projeção, a meta é aumentar o valor para R$ 61 milhões.



O Tricolor garante que sua projeção não é irreal. Segundo o balanço patrimonial, em 2003 o clube fechou com superávit de R$ 2,3 milhões no estádio, ano em que os primeiros camarotes corporativos começaram a ser comercializados. Ano passado, o valor subiu para R$ 11,3 milhões.

Para aumentar a meta, a diretoria aposta em novidades. Uma delas é a construção de uma arena com capacidade para 25 mil pessoas, graças à cobertura que será colocada para a Copa do Mundo. O espaço será usado basicamente para shows e os atuais vestiários vão virar os camarins.

Além disso, com o estádio remodelado, a expectativa é a de que os valores com publicidade, aluguel, cadeiras cativas e garagens aumente, além, é claro, da criação de novas receitas, como a criação de suítes dentro do próprio Morumbi e de outras facilidades que o espaço vai ter após a construção da Linha 4 do metrô, que vai facilitar o acesso até o local.