Pelo visto, espiando assim a tabela, a rodada do fim-de-semana sugere que será tricolor.
Sim, porque São Paulo, que enfrenta o Santo André em pleno declÃnio em campo neutro, e o Grêmio, que recebe o lanterna Fluminense no OlÃmpico, são os grandes favoritos dessa rodada.
O Inter vai ao Barradão pegar o forte Vitória, o Galo terá de superar o Náutico nos Aflitos, enquanto o CorÃnthians se confronta com o Goiás, que, depois de tantos dissabores, está na hora de se recuperar (e tem time para isso).
Claro, falo em tese, pois, no campo, a história nem sempre segue o roteiro original.
E, se alguém pensar que o Palmeiras, lÃder, está isento, engana-se. O Verdão folga no fim-de-semana, mas, na quarta vai ter de encarar o Cruzeiro no Mineirão.
Já pensou?
ILUSTRE VISITA
Desde sábado, tenho uma ilustre companhia para os fins de tarde na varanda deste meu refúgio em Ibiúna.
Ele está aqui ao lado, em carne e osso. Ou melhor: em papel maché. Pernas cruzadas equilibrando-se num banquinho giratório – o mesmo sobre o qual passava os dias engendrando os mais singelos brinquedinhos de madeira e arames, entre os quais o célebre Trem das Onze – paletó marron, calças e meias amarfanhadas no tornozelo, cinzentas, sapatos marrons, a indefectÃvel gravata borboleta vermelha sobre o colarinho branco, e, claro, o chapéu de feltro marron inclinado à esquerda. Bem em frente à mesa de bilhar, com o taco de sinuca repousando na parede ao lado.
Seu olhar parece contemplar a dança do colibri furta-cor e da mariposa azul que se revezam sobre as flores brancas da trepadeira que serpenteia a viga de madeira do teto da varanda, enquanto um sorriso maroto se aperta entre os lábios finos encimados pelo bigodinho bem aparado.
Talvez, se lembrando de dois de seus motes antológicos: a mariposa que, quando chega o frio, fica dando vortas e vortas em torno das lâmpida pra se esquentá, e o colibrà que marchava nos carnavais passados desse gênio da raça.
Já sabe, meu amigo, que estou falando de seu João Rubinatto, o seu Barbosa, nosso Adonirã Barbosa, ator, compositor, cantor, o EspÃrito Santo da SantÃssima Trindade do Samba Paulistano (os outros são Paulinho Vanzolin e Geraldo Fiúme), comprovando seu refrão, segundo o qual, assim que nóis vai, assim que nóis vorta.
E voltou ao meu convÃvio, já que fomos tão ligados por um bom perÃodo antes de sua morte, por obra e desgraça da incúria nacional.
Essa estátua em papel maché, esculpida por uma artista plástica que reverencio no anonimato, faz parte do acervo da vida e obra do Véio: caixas e caixas dos restos de uma vida voltada à criação e a enriquecer nossa cultura tão dilapidada, despejado do MIS (Museu da Imagem e do Som), onde ele deveria ocupar lugar de destaque.
Como ele, Mato Grosso e o Joca, despejados da Saudosa Maloca, recolhido por Celso Campos Jr., autor de alentada e refinada biografia do mestre, esse acervo caiu em minhas mãos pelo tempo necessário para a construção da Casa do Adonirã, a ser instalada na Nova Luz.
Como tudo não cabia aqui em casa, dividi a guarda com o casal de vizinhos, Néia e Alfredo, o tempo necessário para construir um galpão aqui ao lado.
Faço tais confidências apenas para que o amigo saiba como é tratada a memória nacional pelo poder público. Mas, isso não é nenhuma novidade. Então, apague tudo o que escrevi aqui.
Aliás, apague tudo, até a luz no fim do túnel.
PS: Ilustre Visita é o tÃtulo de um dos mais inpsirados sambas de outro gênio da raça – Noel Rosa, como Adonirã, um cronista do cotidiano de fina sensibilidade.
Sim, porque São Paulo, que enfrenta o Santo André em pleno declÃnio em campo neutro, e o Grêmio, que recebe o lanterna Fluminense no OlÃmpico, são os grandes favoritos dessa rodada.
O Inter vai ao Barradão pegar o forte Vitória, o Galo terá de superar o Náutico nos Aflitos, enquanto o CorÃnthians se confronta com o Goiás, que, depois de tantos dissabores, está na hora de se recuperar (e tem time para isso).
Claro, falo em tese, pois, no campo, a história nem sempre segue o roteiro original.
E, se alguém pensar que o Palmeiras, lÃder, está isento, engana-se. O Verdão folga no fim-de-semana, mas, na quarta vai ter de encarar o Cruzeiro no Mineirão.
Já pensou?
ILUSTRE VISITA
Desde sábado, tenho uma ilustre companhia para os fins de tarde na varanda deste meu refúgio em Ibiúna.
Ele está aqui ao lado, em carne e osso. Ou melhor: em papel maché. Pernas cruzadas equilibrando-se num banquinho giratório – o mesmo sobre o qual passava os dias engendrando os mais singelos brinquedinhos de madeira e arames, entre os quais o célebre Trem das Onze – paletó marron, calças e meias amarfanhadas no tornozelo, cinzentas, sapatos marrons, a indefectÃvel gravata borboleta vermelha sobre o colarinho branco, e, claro, o chapéu de feltro marron inclinado à esquerda. Bem em frente à mesa de bilhar, com o taco de sinuca repousando na parede ao lado.
Seu olhar parece contemplar a dança do colibri furta-cor e da mariposa azul que se revezam sobre as flores brancas da trepadeira que serpenteia a viga de madeira do teto da varanda, enquanto um sorriso maroto se aperta entre os lábios finos encimados pelo bigodinho bem aparado.
Talvez, se lembrando de dois de seus motes antológicos: a mariposa que, quando chega o frio, fica dando vortas e vortas em torno das lâmpida pra se esquentá, e o colibrà que marchava nos carnavais passados desse gênio da raça.
Já sabe, meu amigo, que estou falando de seu João Rubinatto, o seu Barbosa, nosso Adonirã Barbosa, ator, compositor, cantor, o EspÃrito Santo da SantÃssima Trindade do Samba Paulistano (os outros são Paulinho Vanzolin e Geraldo Fiúme), comprovando seu refrão, segundo o qual, assim que nóis vai, assim que nóis vorta.
E voltou ao meu convÃvio, já que fomos tão ligados por um bom perÃodo antes de sua morte, por obra e desgraça da incúria nacional.
Essa estátua em papel maché, esculpida por uma artista plástica que reverencio no anonimato, faz parte do acervo da vida e obra do Véio: caixas e caixas dos restos de uma vida voltada à criação e a enriquecer nossa cultura tão dilapidada, despejado do MIS (Museu da Imagem e do Som), onde ele deveria ocupar lugar de destaque.
Como ele, Mato Grosso e o Joca, despejados da Saudosa Maloca, recolhido por Celso Campos Jr., autor de alentada e refinada biografia do mestre, esse acervo caiu em minhas mãos pelo tempo necessário para a construção da Casa do Adonirã, a ser instalada na Nova Luz.
Como tudo não cabia aqui em casa, dividi a guarda com o casal de vizinhos, Néia e Alfredo, o tempo necessário para construir um galpão aqui ao lado.
Faço tais confidências apenas para que o amigo saiba como é tratada a memória nacional pelo poder público. Mas, isso não é nenhuma novidade. Então, apague tudo o que escrevi aqui.
Aliás, apague tudo, até a luz no fim do túnel.
PS: Ilustre Visita é o tÃtulo de um dos mais inpsirados sambas de outro gênio da raça – Noel Rosa, como Adonirã, um cronista do cotidiano de fina sensibilidade.
VEJA TAMBÉM
- CONVITE AO DYBALA! Hernanes convida Dybala a se juntar ao São Paulo: Venha ser feliz
- River Plate de Gallardo interfere nos planos do São Paulo FC no mercado
- PROVOCAÇÃO? Milly alfineta o São Paulo e afirma que a camisa do tricolor tem menos valor que rival brasileiro