Luiz Araújo, atualmente vestindo a camisa do Flamengo, pode não ser amplamente lembrado por sua passagem pelo São Paulo e pelo destaque que obteve nos seus primeiros anos na base tricolor. Sua trajetória, que se iniciava nesse clube, levou-o à Europa e, agora, ao rubro-negro carioca. Contudo, menos conhecida é a influência da saída do atacante do Morumbi e como essa transação está diretamente ligada ao sucesso do Mirassol em sua jornada rumo à Série A do Campeonato Brasileiro. Essas narrativas estão interconectadas.
Vice-campeão da Série B em 2024, o Mirassol se destaca como um exemplo de gestão entre as equipes do segundo escalão do futebol brasileiro, especialmente no interior de São Paulo. O clube conquistou o acesso com 67 pontos, um a menos que o campeão Santos. O sucesso não foi uma mera coincidência, mas sim o resultado de uma série de esforços e estratégias. Nos últimos cinco anos, o Mirassol já havia alcançado dois acessos, saindo da Série D como campeão para a Série C e, posteriormente, subindo para a Série B como vencedor. Esses feitos marcam um momento histórico para o clube, que, em seus 99 anos de existência, só havia conquistado um único título até então. O único título anterior foi o Paulista da Série A3, em 1997.
No próximo ano, o time fará sua estreia na Série A, coincidindo com a comemoração de seu centenário. O presente para os torcedores começou a ser planejado em 2012, quando Luiz Araújo atuava nas divisões de base do clube. Após se transferir para o São Paulo e se profissionalizar, o Mirassol também colheu frutos de seu desenvolvimento, através do "mecanismo de solidariedade" da FIFA, que garante aos clubes formadores um percentual do valor de vendas de jogadores entre 12 e 23 anos.
Em 2018, a transferência de Luiz Araújo para o Lille, da França, movimentou cerca de R$ 38 milhões, rendendo aproximadamente R$ 8 milhões ao modesto Mirassol, que, em 2017, havia voltado a disputar a Série A do Campeonato Paulista. Hoje, quase oito anos depois, o sucesso dentro de campo é visto com naturalidade e colheita dos frutos das ações anteriores. Desses R$ 8 milhões, o Mirassol reinvestiu quase R$ 6 milhões na construção de um centro de treinamento (CT) de alta qualidade, comparável ao de grandes clubes do país.
O terreno, situado na rodovia Euclides da Cunha, abriga quatro campos, 20 apartamentos para atender até 40 pessoas, vestiários equipados para as equipes profissional e de base, além de uma academia com aparelhos modernos. Entretanto, é importante notar que grandes resultados não advêm apenas da estrutura física; é essencial também selecionar a comissão técnica e os atletas de forma eficaz. A gestão do presidente Edson Ermenegildo, que está à frente do clube há três décadas, tem se mostrado essencial nesse processo.
Treinadores como Eduardo Baptista e Ricardo Catalá levaram o Mirassol a acessos anteriores. Em 2023, Mozart dirigiu a equipe e, após um 6º lugar na primeira temporada, levou o time ao vice-campeonato na segunda. No entanto, os torcedores lamentam sua saída para o Coritiba, que recentemente se tornou um clube social e já desvenda suas ambições de retornar à elite do futebol nacional. Agora, resta aguardar a definição do novo comando técnico.
Dentro de campo, o clube tem investido em jogadores experientes que podem fazer a diferença em divisões inferiores, como o meia Camilo, que, após brilhar em equipes da Série A, passou a defender as cores do Mirassol. Agora, a cidade, com pouco mais de 60 mil habitantes, terá a oportunidade de acompanhar confrontos de Série A no Estádio Municipal José Maria de Campos Maia, recebendo jogadores de alto nível no cenário do futebol nacional.
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