O São Paulo se movimentou mais uma vez na janela e anunciou a chegada do volante Santiago Longo e do lateral-esquerdo Jamal Lewis para reforçar o elenco. Lewis chega ao Tricolor por empréstimo até o fim de junho de 2025 e vem para ser substituto de Welington, que vai sair em janeiro para o Southampton. Patryck se recupera de uma fratura na clavícula e não tem data para voltar. Já Longo chega para ser opção como primeiro volante, posição no qual o Tricolor conta apenas com Luiz Gustavo e Marcos Antônio no momento. Além de reforçarem um elenco que sofre com a sina das lesões em 2024, os dois jogadores abrem o leque de possibilidades táticas para Luís Zubeldía e podem até surpreender como titulares.

Santiago Longo: típico camisa 5 de posicionamento e muito desarme Longo é um tipo de jogador raro hoje em dia: trilhou a carreira só em um clube, o Belgrano. Cria da base, assumiu a titularidade em 2021 e não saiu mais. Ele é um primeiro volante tradicional: sempre se posiciona na frente da defesa e tem o desarme e marcação como principal atributo. Pode tanto cobrir a subida de laterais como trocar de papel com o zagueiro e fechar espaços na defesa. Seu posicionamento defensivo é o ponto forte. O Belgrano se defendia com duas linhas de quatro, da mesma forma que o Tricolor faz. Longo se posiciona no centro da linha de meio-campo. Mas não apenas se posiciona, ele é ativo na marcação e contribui com desarmes, interceptações e roubadas de bola. Por vezes, até "sai" dessa linha para retomar a bola. Com 50% de duelos ganhos pelo chão e pelo alto nos jogos de 2024, Longo tem índices considerados dentro da média para um jogador de sua posição.

Um índice que chama a atenção é o número de duelos ganhos no meio-campo do adversário: média de 12 por jogo, com 5 certos. Ou seja: além de proteger a defesa, ele vai bem quando o time sobe a marcação e sufoca a saída de bola do adversário lá no campo de ataque. É algo que Zubeldía gosta - ou melhor, adora, já que essa estratégia foi vista principalmente nos jogos do São Paulo fora do Morumbis. E com a bola? Longo é um camisa 5 que não faz feio com a bola nos pés. Ele não tem característica de apoio como Bobadilla, nem de cadencia como Alisson. Longo vai bem quando gira e toca de primeira. Um dos movimentos no qual é especialista é receber a bola de costas da defesa, girar rapidamente e tocar curto a um companheiro. Se não vai tão bem em passes longos ou lançamentos, o toque curto é sempre rápido e aciona a correria de quem está na frente, como na imagem.

Jamal Lewis: forte condução de bola e apoio pelo lado esquerdo Com passagens por Watford e Newcastle, Lewis sempre foi um lateral de compor o elenco e com forte característica ofensiva. Ele não é um lateral no estilo de Rafinha, que gosta de tocar na bola e pensar o jogo. Seu jogo é de apoio pelo lado esquerdo. Esse apoio acontece de suas formas: Lewis vai bem quando corre sem a bola e recebe no espaço e principalmente quando fica com a bola e vai conduzindo de defesa ao ataque. Quando jogou, foi "dono" do setor esquerdo: buscava abrir bastante para ocupar o lado do campo, como na imagem. Muitas vezes, chegava perto da área e passava a bola. Se não é um lateral de gols e assistências (apenas uma assistência em 2024), gosta muito de atuar "antes" do gol, com passes de pré-assistência.

Lewis não compromete quando precisa jogar de maneira mais defensiva, fechando o espaço da lateral. Em alguns momentos, precisa da proteção de um volante. Em outros, consegue ser rápido o suficiente para retornar. Seu ponto forte é mesmo a condução e ultrapassagem, algo que seus treinadores utilizaram de forma inventiva nas equipes: Lewis gosta bastante de passar por dentro, atuando na meia-esquerda. Ele toca para algum ponta ou até para o camisa nove. Passa por dentro, na meia-esquerda, recebe e conduz até a área. Esse movimento pode combinar bem com Lucas e até Calleri pelo setor. Como os reforços encaixam no São Paulo? Agora que você conhece como os dois jogam, é hora de imaginá-los no time atual.