Para a torcida são-paulina, dia 7 de setembro marca muito mais que a independência do Brasil. Neste mesmo dia, há exatos 19 anos, o goleiro Rogério Ceni chegava ao clube do Morumbi, vindo do Sinop-MT. Aos 17 anos, o jogador ainda era apenas mais um jovem sonhando em conquistar um lugar ao sol no difícil mundo do futebol. Conseguiu muito mais do que isso e se tornou um dos principais - senão o maior - nomes da história do Tricolor.

Antes de subir aos profissionais, Rogério teve como mentor Zetti, um dos maiores goleiros da história do clube e titular na época mais vitoriosa do clube, no início dos anos 90. E foi justamente na reserva do ex-goleiro que Ceni começou a se imaginar um dia vestindo a camisa 1.

- Imaginei pela primeira vez que poderia ser goleiro do São Paulo em 1992, quando subi para o profissional para ser o 3º goleiro. Fomos campeões da Copa São Paulo em 93 que também me deixou confiante. Ali tive uma perspectiva que um dia teria uma chance após o Zetti parar ou trocar de clube. Foi quando eu comecei a pensar mesmo em ser goleiro do São Paulo - analisou.

A oportunidade surgiu em 1997, quando Zetti se transferiu para o Santos e abriu caminho para o goleiro assumir a titularidade e não largá-la mais. Hoje, aos 36 anos, Rogério Ceni e São Paulo são palavras e histórias que se confundem. Capitão, líder, ídolo da torcida e apontado como um dos melhores goleiros do país, o jogador assume que não esperava ter tanto sucesso com a camisa tricolor.

- Não planejava ter uma carreira como esta aqui. Imagino que ninguém planeja nada neste sentido, desta dimensão. Foi tudo muito natural, nunca forcei nada, nunca criei muita expectativa. Mas não estou satisfeito com o que já conquistei, quero mais, sei que o São Paulo vive de títulos, de vitórias, e para fazer parte deste clube você tem que buscar isso - ponderou o camisa 01.

Curiosamente, Rogério viveu um dos piores momentos de sua carreira recentemente, quando fraturou o tornozelo esquerdo e ficou fora da equipe por quatro meses. Nesse período o Tricolor foi eliminado do Paulistão e da Libertadores e entrou em colapso que resultou na queda de Muricy Ramalho. De volta após se curar da lesão, o goleiro mostrou na vitória contra o Cruzeiro que os reflexos continuam em dia. Sorte da torcida do São Paulo, que pode novamente cantar o nome de seu ídolo, que promete retribuir ao máximo o carinho.

- O São Paulo não é apenas meu emprego, o clube onde eu jogo. Eu vivo em função do São Paulo. É minha vida. Essa identificação que tenho é muito significativa. Falar de Rogério e associar o São Paulo é uma conquista enorme, imensurável. Quero contribuir mais para o crescimento do clube, isso me orgulha, me alimenta, me motiva todos os dias.