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ESPECIAL: Rogério Ceni completa 19 anos de São Paulo

A trajetória do atual maior ídolo de um clube brasileiro começou há exatos 19 anos. Em 7 de setembro de 1990, Rogério Ceni foi aprovado em seu primeiro teste pelo São Paulo, e desde então constrói a trajetória que todos conhecem.

Para homenagear o ídolo são-paulino, o Portal Futebol Interior faz um especial com tudo o que há de mais saboroso na carreira do craque, que não teve tantas oportunidades na Seleção Brasileira, mas viveu áureos momentos com a camisa do Tricolor.

Reserva absoluto de Zetti
O início, porém, não foi dos mais fáceis. Rogério foi contratado para ser o quarto goleiro, enquanto os medalhões Zetti e Gilmar, além da promessa Alexandre, revezavam-se no time principal. Por isso, Ceni passou por um período nas categorias de base. Afinal, tinha 17 anos quando chegou ao Morumbi.

Mas logo no início, já foi acolhido pelos principais jogadores do clube. "Ganhei minha primeira luva do Gilmar (hoje empresário de Adriano) e a primeira camisa do Zetti (campeão mundial com o São Paulo, e hoje técnico)", relembrou o capitão.

Primeiros títulos!
Rogério Ceni ganhou mais oportunidades no São Paulo da maneira que não queria. Gilmar fora negociado com o Flamengo, enquanto Alexandre sofreu um grave acidente de carro. Portanto, o então jovem nascido em Pato Branco assumiu a condição de reserva imediato de Zetti.

Foi assim que Rogério conquistou seus primeiros títulos como profissional. Estava no banco na conquista da Libertadores de 93 e também na do Mundial Interclubes do mesmo ano. Em 94, venceu seu primeiro título como titular: a Copa Conmebol, em que o São Paulo utilizou um time de jovens, formado por Ceni, Juninho Paulista, Caio, Denilson e outros. No caminho, passou por Corinthians e Peñarol.

Ele quase saiu do Sampa: duas vezes!
A vida de Rogério Ceni no São Paulo também teve seus baixos. Afinal, o goleiro esteve prestes a deixar o Morumbi em duas oportunidades. A primeira aconteceu em 96, quando recebeu uma proposta do Goiás.

"Sinto-me preparado e, ao mesmo tempo, sem condições de exigir um lugar na equipe. Enquanto o Zetti estiver aqui, sou consciente de que não há nenhuma chance de ser titular. Vou, disputo o Brasileiro, e volto. É simples", disse, em trecho retirado do livro "Maioridade Penal: 18 anos de histórias inéditas contadas da marca do cal", de autoria de André Plihal e o próprio Rogério.

O presidente Fernando Casal del Rey não o liberou. Além disso, aumentou seu salário e a duração do contrato. No final do ano, Zetti deixou o São Paulo e Rogério Ceni assumiu pela primeira vez a condição de titular da equipe.

A segunda quase saída foi em 2001, quando o goleiro afirmou ter recebido uma proposta do Arsenal, da Inglaterra. Os dirigentes acreditaram ser blefe e sequer analisaram a oferta, acusando o ídolo de ter mentido para conseguir um aumento salarial.

Rogério Ceni ficou indignado e passou a criticá-los via imprensa. Como castigo, foi afastado por 28 dias do São Paulo, o que azedou ainda mais a relação entre ele e o presidente Paulo Amaral. Recebeu propostas de Cruzeiro e uma sondagem do Corinthians, mas permaneceu no Morumbi.

Época de vacas magras!

O início da década de 90 foi próspero ao São Paulo. Dois títulos da Libertadores, somados a dois Mundiais, dois Paulistas, um Brasileirão, duas Recopas Sul-Americanas, uma Supercopa da Libertadores e uma Copa Conmebol. Mas a saída de Telê Santana e o desmanche daquele time foi muito dolorido, em termos de títulos.

Foi este período em que Rogério Ceni iniciou sua carreira como titular da meta tricolor. Assumiu a condição em 97, e logo perdeu o título paulista para o Corinthians. O São Paulo ainda foi vice da Supercopa, em derrota por 2 a 1 para o River Plate, em Buenos Aires. Rogério estava na Seleção e não participou da final.

De 97 até 2005, foram apenas três títulos, sendo dois Paulistas (98 e 2000) e um Rio-São Paulo (2001). Decepções, contudo, foram muitas. A maior delas, inclusive para Rogério, foi a perda da Copa do Brasil, em 2000. O São Paulo podia empatar com o Cruzeiro caso marcasse gols no Mineirão. Fez 1 a 0 com Marcelinho Paraíba, mas sofreu a virada, com gols de Fábio Júnior e Geovanni - este, no último minuto.

Ainda há que lembrar as várias derrotas para os rivais Corinthians e Santos. O Timão acabou com os sonhos são-paulinos em cinco oportunidades: Paulistão de 99 e 2003, Brasileirão de 99, Rio-São Paulo e Copa do Brasil de 2002. Já o Santos venceu o São Paulo - de Ceni, Kaká, Ricardinho e Luís Fabiano - nas quartas-de-final do Brasileiro de 2002.

Títulos! E mais títulos!

Após anos e anos de sofrimentos e mortes na praia, o São Paulo voltou a conquistar títulos a partir de 2004. Este ano marcou a derrota para o Once Caldas, na semifinal da Libertadores, fato que seria bem utilizado pelo time e por Rogério Ceni no ano seguinte.

Com um time reformulado, o Sampa venceu o Paulistão praticamente de forma invicta. Rogério Ceni foi o destaque, com gols e defesas. Meses depois, o capitão ergueu o troféu mais desejado por ele próprio: a Taça Libertadores, após goleada sobre o Atlético-PR, no Morumbi.

Na Libertadores, Rogério Ceni marcou cinco gols e tornou-se o artilheiro do time. Só naquele ano, foram 21, o que garantiram ao camisa 1 a condição de artilheiro do São Paulo no ano. Em dezembro, ainda veio a glória maior, com a conquista do Mundial em cima do Liverpool. Rogério marcou um gol de pênalti na semifinal contra o Al-Ittihad, da Arábia Saudita, e garantiu a vitória por 1 a 0 sobre os ingleses com muitas defesas.

A partir daí, Rogério Ceni acostumou-se a levantar um título por ano. Foram três Brasileiros, entre 2006 e 2008, sempre com uma arrancada fulminante a partir do segundo turno. Houve decepções, como a derrota para o Internacional na Libertadores 2006, com falha do próprio Ceni.

O melhor do mundo!
Rogério Ceni coleciona também vários prêmios individuais. Foram seis Bolas de Prata da Placar, além da Bola de Ouro, em 2008. Além disso, o são-paulino já foi eleito o quinto melhor goleiro do mundo, um feito inédito se comparadas as atenções voltadas ao futebol europeu e ao sul-americano.

Rogério também já foi incluído entre os finalistas do prêmio Bola de Ouro da revista France Football, além de ser eleito para o time ideal da América do Sul, em janeiro de 2006.

Seleção?

Rogério Ceni nunca teve tantas oportunidades na Seleção. Ao todo, foram 17 partidas em nove anos. Seu primeiro jogo foi uma vitória por 3 a 2 sobre o México, na Copa das Confederações de 97. Entrou no segundo tempo e sofreu o segundo gol mexicano.

Foi titular no início da Era Vanderlei Luxemburgo, entre o final de 98 e o início de 99, mas perdeu espaço após duas falhas no empate por 2 a 2 contra o Barcelona, em 99. Jogou cinco jogos seguidos. Voltou a ser convocado em meados dos anos 2000, quando assumiu a condição de titular, que então era de Dida.

Rogério foi o escolhido por Emerson Leão e passou a ser titular com o ex-goleiro. Fez sete jogos seguidos, mas o treinador foi demitido graças ao fiasco na Copa das Confederações. A partir daí, teve pouquíssimas chances.

Convocado por Felipão, foi o terceiro goleiro na conquista da Copa de 2002. Além disso, participou do Mundial de 2006, como segundo goleiro, e entrou na vitória por 4 a 1 sobre o Japão. Entre 2002 e 2006, Rogério fez apenas quatro jogos, contra Paraguai (derrota por 1 a 0, em 2002), Guatemala (vitória por 3 a 0, em 2005), Rússia (vitória por 1 a 0, em 2006) e Japão.

Gols e mais gols!
Rogério Ceni é o maior goleiro-artilheiro do futebol mundial. Fez 85 gols ao todo, sendo 49 de falta e 36 em cobranças de pênalti. Tornou-se o maior goleiro artilheiro do mundo em 2006, ao marcar duas vezes no empate por 2 a 2 contra o Cruzeiro, em Belo Horizonte, pelo Campeonato Brasileiro.

Seu primeiro gol aconteceu no Paulistão de 97, quando balançou as redes na vitória por 2 a 0 sobre o União São João, em Araras. Além do jogo contra o Cruzeiro, Rogério marcou dois gols num mesmo jogo outras quatro vezes: Inter de Limeira 1 x 2 São Paulo (1999), São Paulo 2 x 1 Figueirense (2004), São Paulo 4 x 0 Tigres (2005) e São Paulo 4 x 0 Vasco (2008).

Um fato curioso é que em todas as partidas em que ele marcou no mínimo um gol, o time do São Paulo nunca foi derrotado. Nos jogos em que marcou gols, Rogério e o São Paulo contam com 60 vitórias e 18 empates.

Rogério Ceni Futebol Clube
A história do goleiro e do São Paulo se confundem e fundem-se em uma só a partir de 1990. Rogério Ceni é um dos raros casos de jogadores que conquistaram todas as glórias possíveis (a exceção do Mundial de 2002) com apenas uma camisa.

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