Quando o São Paulo venceu o Talleres no Morumbi, no fim de maio, e confirmou a primeira colocação do grupo na Conmebol Libertadores, o técnico Luis Zubeldía disse: – Com 11 anos, eu já olhava a Libertadores e ouvia o São Paulo . Em 1992, eu ouvia o Morumbi, o São Paulo . Eu valorizo muito estar aqui. Eu sonhava estar aqui, desde muito pequeno. Sei muito da história. Como não saber o que significa a Libertadores para o São Paulo ? – disse Zubeldía. As histórias do treinador e do clube só se cruzaram 32 anos depois daquele histórico primeiro título da Libertadores, conquistado em 1992, sob o comando de Telê Santana.
Muito antes de sequer sonhar com seu trabalho no São Paulo , porém, Zubeldía tinha um pouco do Tricolor em sua rotina. Mas como jogava o time que marcou época com um belo futebol e grandes conquistas e deixou lembranças no treinador argentino? O título da Libertadores foi conquistado por Raí e companhia no dia 17 de junho de 1992, com a vitória nos pênaltis sobre o Newell's Old Boys, da Argentina, no lotado Morumbi, sob os olhares de (pelo menos) 105.185 pessoas - relatos da época dizem que muitos torcedores pularam as catracas e entraram sem serem registrados. San José, Bolivar, Criciúma, Nacional, Criciúma e Barcelona de Guayaquil ficaram pelo caminho tricolor, mas o que explica a admiração de Zubeldía pelo São Paulo era a maneira como aquela equipe jogava.
– A obsessão de Telê Santana por um futebol bem jogado era a identidade de uma equipe de 1992 que, hoje, em 2024, seria chamada de moderna. Os zagueiros construíam. Não havia um típico centroavante. A movimentação dos homens de frente enlouquecia defesas. A pressão pela retomada da posse de bola era intensa, evidentemente, dentro das capacidades físicas da época. – O São Paulo de Telê gostava de impor seu estilo, de controlar o jogo, e se sentia à vontade para fazer tudo isso com beleza e coragem, sendo ofensivo o tempo inteiro. Era difícil não se deixar seduzir por uma reunião de grandes jogadores - Raí, Muller, Cerezo, Cafu, Palhinha, Válber, etc - orientados pelo maior treinador brasileiro de todos os tempos – analisou o comentarista Alexandre Lozetti.
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