Luis Zubeldía viu a invencibilidade de 13 jogos do São Paulo chegar ao fim de forma amarga, com derrota em casa para o Cuiabá e goleada diante do Vasco em sequência. Já são quatro partidas sem vencer, algo que claro, liga o alerta nos bastidores, mas também é encarado com calma. A ESPN ouviu diferentes pessoas ligadas ao futebol tricolor para entender como o momento é enfrentado no dia a dia, em meio a rumores dos mais variados pipocando nas redes sociais sobre quais seriam os motivos para a queda de rendimento. A avaliação interna é que Zubeldía terá que superar duas questões principais para o São Paulo retomar o rumo dos bons resultados.
O primeiro, já esperado: a adaptação de um treinador estrangeiro em relação ao calendário brasileiro. Em termos práticos, essa questão passa pelo entendimento de cada tipo de jogo e, por consequência, quais as mais indicadas para preservar ou não um titular, por exemplo. Contra o Cuiabá, no Morumbi, Zubeldía optou por não iniciar o jogo com Lucas Moura, Luiz Gustavo e Rodrigo Nestor, todos titulares. Já na derrota contra o Vasco, foram preservados Luciano e Arboleda, que sequer viajaram para o Rio de Janeiro com a delegação. É algo que Hernán Crespo também enfrentou em 2021, mesmo depois de ter conquistado o Campeonato Paulista, quando demorou dez rodadas para vencer pela primeira vez no Campeonato Brasileiro. Com Zubeldía, claro, o cenário é diferente, já que o início foi ótimo, mas esse entendimento da realidade da Série A é algo que o clube entende nos bastidores que será importante para o argentino. Após o revés para o Vasco, inclusive, Zubeldía assumiu a responsabilidade em preservar jogadores nas duas derrotas – e também falou em “autocrítica interna” diante dos resultados finais.
“São decisões minhas, pura e exclusivamente minhas, nada mais. Evidentemente as decisões não têm sido boas porque afetam a equipe, mas sem dar nome de quem pode ou não jogar, vamos reduzir a quem toma as decisões. As assumo como responsável e depois faremos uma autocrítica interna.” O segundo ponto observado internamente é uma certa acomodação diante da sequência invicta, algo que Luiz Gustavo também endereçou depois da derrota em São Januário. A avaliação é que o São Paulo não teve a mesma postura que vinha apresentando nem contra Cuiabá, nem diante do Vasco. "Eu aprendo muito rápido na minha vida. A gente viu a situação que o Vasco estava, como estavam pressionados nesse jogo, e nós também. Nós tínhamos uma grande possibilidade, entre aspas, de fazer uma vitória aqui e ficar mais tranquilo, mas faltam algumas coisas que temos que corrigir internamente, nós jogadores, respeitar alguns princípios para reagir no próximo jogo”, disse o volante. “Hoje foi uma grande lição, para nós abrirmos os olhos, em questão de humildade, botar pezinhos no chão, saber que somos todos seres humanos e temos que fazer por merecer a vitória. Campeonato Brasileiro é difícil, todo mundo luta, briga, e hoje fomos surpreendidos por alguns princípios que esquecemos e nos fez muito mal”, acrescentou ele.
Qualquer outra explicação para a oscilação em campo, como possíveis insatisfações internas, foram rechaçadas pelas fontes ouvidas pela reportagem, tanto no elenco, quanto na direção são-paulina.
Próximos jogos do São Paulo
Criciúma (C): 27/6, 20h (de Brasília) - BrasileirãoBahia (C): 30/6, 16h (de Brasília) - BrasileirãoAthletico-PR (F): 3/7, 21h30 (de Brasília) - Brasileirão
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