Como zagueiro, o uruguaio DarÃo Pereyra foi praticamente uma unanimidade. Dono de muita raça e técnica diferenciada, ele brilhou com a camisa do São Paulo. Tentou depois a carreira de treinador, mas não teve o mesmo sucesso. Colocado em dúvida várias vezes e sem tempo para fazer um trabalho a longo prazo, desistiu. Preferiu então iniciar uma carreira nos bastidores do futebol. Atualmente é analista da Traffic.
- Eu trabalho na parte de avaliação e captação de atletas para o Desportivo Brasil, time que a Traffic (parceira do Palmeiras) mantém. Ajudo também em análises para investimento em jogadores. Eu gosto muito, porque assim continuo no meio do futebol, que é o que entendo – comentou DarÃo Pereyra.
Dentro de campo, o zagueiro atuou por Nacional, São Paulo, Flamengo, Palmeiras e Matsuhita, do Japão. Como treinador, sua primeira experiência foi no time de juniores do Tricolor Paulista. Logo em seguida assumiu os profissionais da equipe do Morumbi. Mais tarde dirigiria ainda Coritiba, Atlético-MG, Corinthians, Paysandu, Grêmio e Portuguesa, seu último trabalho como comandante, em 2004.
- Eu tenho dois filhos (Camila, de 19, e Felipe, de 16) e sou viúvo. Como treinador era complicado, porque eu viajava muito e tinha de deixar os meus filhos. Resolvi deixar essa carreira, não estava compensando para mim. Meus filhos estavam na escola, não tinham como ficar mudando de cidade, e você não tem estabilidade, a possibilidade de um trabalho a longo prazo – explicou o uruguaio.
Apesar de estar mais feliz ao lado da famÃlia, morando na capital paulista e com um trabalho que lhe consome menos tempo, DarÃo Pereyra admite que sente falta da rotina de treinador. Mas nada que o faça querer retomar a carreira.
- Sinto falta de ter contato, de fazer um trabalho bom, de ver que o jogador progride. É bom porque você vê a sua mão, é um trabalho gostoso. O que realmente desanima é que os treinadores não têm tempo para trabalhar. Estão sempre pressionados. No demais é muito gostoso, por isso tem tanto treinador e gente querendo ser – falou.
Saudades mesmo o ex-zagueiro tem da época em que brilhava nos campos. Principalmente das finais. Como principais lembranças ele tem as decisões dos Campeonatos Brasileiros de 1977 e 1986, conquistados pelo São Paulo. E uma outra recordação especial. Não tão feliz quanto as outras duas, é verdade: a derrota do Uruguai para Argentina nas oitavas de final da Copa do Mundo de 1986. Ele explica.
- Joguei dez anos no São Paulo, então é o clube que hoje eu mais acompanho. Na minha memória, o que mais ficou foi a final do Brasileiro de 1986, contra o Guarani, e também a de 1977, nos pênaltis, diante do Atlético-MG. Essa foi emocionante, porque fomos jogar sem muitas chances de tÃtulo. Outro jogo que me marcou foi Uruguai e Argentina na Copa de 1986. Perdemos, mas eu marquei o Maradona – lembrou DarÃo.
Alfonso DarÃo Pereyra, ou simplesmente DarÃo Pereyra, tem hoje 53 anos. Nascido em Montevidéu, adotou São Paulo como sua cidade desde que defendeu o clube tricolor.
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