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O São Paulo não tem nenhum jogador do clube entre os 26 convocados por Tite para disputar a Copa do Mundo deste ano, no Qatar. Mas cinco desses jogadores conhecem muito bem a estrutura do Tricolor, em especial nas categorias de base.
Antony, Casemiro e Éder Militão são os jogadores formados pelo São Paulo e que chegaram a jogar profissionalmente pelo clube. Além deles, o goleiro Ederson, que teve curta passagem no clube, e o zagueiro Bremer, que passou um tempo emprestado na base tricolor, também estarão no Mundial.
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O volante Casemiro subiu para o profissional em 2010. Revelado em Cotia, ganhou notoriedade após romper com seu empresário e ganhar pontos com a diretoria tricolor. O presidente Juvenal Juvêncio tinha o jogador em alta conta por ter se posicionado a favor do clube na briga com seu staff.
Com ótimas partidas pela seleção sub-20, campeã sul-americana e mundial em 2011, Casemiro foi alternando bons e maus momentos com a camisa tricolor. Aos poucos, com a seca de títulos, virou alvo de parte da torcida, que o considerava indolente em campo. Assim, quando o Real Madrid acenou com um empréstimo, Casemiro rumou para a Espanha. Depois de um período na equipe "B" do gigante espanhol, foi comprado em definitivo em 2013 por 6 milhões de euros (R$ 15 milhões na cotação da época).
Vendido nesta temporada para o Manchester United, da Inglaterra, o volante ainda rendeu mais 2 milhões de euros (R$ 10 milhões) ao time paulista por causa do mecanismo de solidariedade.
Antony, Bremer e Militão: futuro na Europa era questão de tempo
O zagueiro Éder Militão se destaca pela liderança há muitos anos. Quem fala com propriedade é Júnior Chávare, que foi diretor executivo da base do São Paulo em 2014 e 2015. "Na base, ele jogou de lateral-direito, zagueiro pelos dois lados, volante e até na segunda linha do meio de campo, além da versatilidade, ele se impunha pela força física e era um líder nato", conta Chávare, em contato com o UOL Esporte.
Ele revela que os três jogadores com quem conviveu durante o tempo que passou em Cotia sempre demonstraram ter qualidade para se destacarem na Europa.
"O Antony tem uma qualidade técnica refinada. E teve uma evolução muito grande. Fisicamente, ele trabalhou demais. Implementamos um programa para ele poder suportar os confrontos em campo. Nos treinamentos, exigimos que eles atuassem como se fosse um jogo, com alta intensidade o tempo inteiro. Trabalhou a força, mas sempre de maneira que não atrapalhasse as valências técnicas", recordou o executivo.
Um ano após subir para o profissional, Antony foi vendido para o Ajax, da Holanda, por 16 milhões de euros (R$ 74 milhões na época). Na atual janela de transferências, ele foi comprado também pelo United, assim como Casemiro. E rendeu mais R$ 100 milhões aos cofres tricolores por essa revenda.
Outro com quem Chávare trabalhou no São Paulo foi o zagueiro Bremer. Contratado pelo clube junto ao Desportivo Brasil por empréstimo em 2015, o defensor enfrentou a concorrência alta e pouco jogou no Tricolor, que ao fim do empréstimo não exerceu a compra de Bremer.
"Ele era extremamente rápido, se posicionava bem, tinha muita impulsão e era bom na bola aérea. Tinha o perfil que a gente queria para a defesa, que tivesse força física, presença de área e enfrentamento. Eu apostei muito nele e conseguimos levá-lo para o São Paulo. Ele teve algumas oportunidades na base do clube e foi bem. Eu já havia saído quando não quiseram contratá-lo de forma definitiva", relembrou.
Depois de sair do São Paulo, Bremer se destacou no Atlético-MG e após dois anos se transferiu para o Torino, da Itália, que pagou 6 milhões de euros ao Galo.
Para Chávare, o diferencial do São Paulo é a captação de jogadores. "O São Paulo tem uma excelência na estrutura e um diferencial na questão técnica. A prioridade sempre será a qualidade técnica para depois de desenvolver a capacidade física. Então tínhamos observadores técnicos em jogos da 4ª divisão, porque tem muito time com jogador de 16, 17 anos atuando no profissional nas divisões de acesso. Foi assim que achamos o Bremer, por exemplo", afirma Chávare.
Além dos quatro jogadores de linha, outro convocado por Tite passou pelas categorias de base do São Paulo. Titular do Manchester City, da Inglaterra, ele treinou no clube quando ainda era adolescente. Mas a experiência acabou pouco depois. "Foi uma saída precoce, uma coisa que pesou muito. Eu não estava em casa no momento da ligação, minha mãe estava. Quando cheguei em casa, ela não sabia como me contar, mas, no fim, ela acabou me contando. Fui para o meu cantinho, chorei muito, fiquei muito triste", contou Ederson, certa vez, em coletiva da seleção brasileira.
O Brasil está no grupo G e estreia no Mundial no dia 24 deste mês, contra a Sérvia, às 16h. A segunda partida, contra a Suíça, dia 28, às 13h. A seleção comandada por Tite fecha sua participação na primeira fase no dia 2 de dezembro, contra Camarões, às 16h.
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