O acordo foi protocolado sob sigilo, o que protege os termos combinados entre as partes, como o prazo estipulado para a quitação total, que determina até quando vale a suspensão da execução. Em 5 de maio, a Justiça havia dado três dias para o Tricolor pagar a dívida, além das custas processuais e honorários advocatícios. A Kirin Soccer, que pertence ao empresário Lee Yue Hung Joseph, alegou no processo que a dívida foi construída em três transações. Duas envolviam Hernanes e uma tinha relação com Jucilei. Todas foram feitas com Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, na presidência da agremiação.
Foi cobrada dívida de R$ 2.218.747,89 relativa ao serviço de assessoria na contratação de Hernanes por empréstimo em 2017. Também foi feita cobrança de R$ 7.857.295,00 ligada à compra de Hernanes por parte do clube do Morumbi em 2019. Segundo apresentado no processo pela credora, o São Paulo contratou a Kirin para que ela "auxiliasse o clube em todos os trâmites necessários" para a contratação "definitiva" e na celebração dos contratos de trabalho e de direitos de imagem de Hernanes, agenciado pela empresa. A venda foi feita pelo Hebei, equipe chinesa. Eram cobrados mais R$ 2.362.085,74 pelo serviço de assessoria prestado pela empresa na contratação de Jucilei em 2017. O meio-campista pertencia ao Shandong Luneng, também da China.
Parcelamento
Os advogados da Kirin apresentaram à Justiça os contratos referentes às operações. Na contratação por empréstimo de Hernanes, o clube se comprometeu a pagar pelo trabalho da empresa 400 mil euros divididos em duas parcelas iguais a serem quitadas em 22 de agosto de 2017 e em 22 de janeiro de 2018. Seriam usadas as cotações de 15 de agosto de 2017 e de 15 de janeiro de 2018 para a conversão dos valores em reais. De acordo com os advogados da credora, apenas a primeira prestação foi quitada.
Na compra de Hernanes foram ajustados pagamentos de 400 mil euros pelo serviço de assessoria na contratação e de 600 mil euros pela atuação relativa aos contratos de trabalho e de direito de imagem do atleta. A quitação deveria ser feita em três parcelas de 200 mil euros, uma de 100 mil euros e a última, em 15 de fevereiro de 2020, de 300 mil euros. A alegação foi de que apenas a primeira parcela foi paga. Faltaram 800 mil euros. Na operação ligada a Jucilei foi acertado o pagamento de US$ 250 mil em duas vezes no mesmo valor. Nesse caso, a empresa afirmou que nenhum pagamento foi efetuado. Em todos os contratos havia previsão de cobrança de multas e juros, além de correção monetária.
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