O São Paulo está pronto para ser campeão da Copa Sul-Americana no próximo sábado, às 17h, diante do Independiente del Valle, do Equador, em final de jogo único, em Córdoba, na Argentina.
A equipe comandada por Rogério Ceni criou casca durante a temporada para chegar ao grande momento dos últimos dez anos com um estilo de jogo bem definido e um psicológico equilibrado para levantar novamente uma taça de um campeonato continental. O último foi a própria Sul-Americana de 2012.
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O jogo do último domingo, no Morumbi, foi a prova de que o elenco atingiu um estágio que permite sonhar com a conquista daqui a cinco dias. O São Paulo recebeu o Avaí e se impôs desde os primeiros minutos. Apenas no primeiro tempo, abriu 3 a 0 com certa facilidade, tendo a bola aérea como sua principal arma. Fechou o 4 a 0 no último lance do jogo.
Mais do que os gols bem executados, a união do grupo se mostrou presente. Uma união de uma equipe que dá sinais de que quer mudar o rumo do clube, tão sofrido nos últimos anos, com brigas contra o rebaixamento, escândalos políticos e eliminações vexatórias.
A celebração de cada gol foi intensa. Todos os jogadores comemoram juntos e eufóricos, algo importante para um grupo que almeja colocar o nome de cada um na história do São Paulo.
Para chegar a tal estágio, tanto psicológico quanto técnico, o Tricolor sofreu durante a temporada. Mas foi um sofrimento que deu maturidade a um elenco que equilibra a juventude dos garotos da base com a experiência de atletas multicampeões.
O primeiro grande baque foi na final do Campeonato Paulista, diante do Palmeiras. Após vencer o jogo de ida em casa por 3 a 1, a equipe foi derrotada na volta por 4 a 0. A cicatriz desse revés ainda era sentida meses depois, principalmente nas entrevistas do técnico Rogério Ceni.
Mas como dizem: "O futebol é cíclico..."
Oitavas de final da Copa do Brasil e quem pela frente? O Palmeiras. Era a chance de a equipe se redimir do vice-campeonato dolorido contra o rival. Mesmo desacreditado, o São Paulo não se abateu e mostrou a primeira "casca" da temporada.
Após vencer o jogo de ida em casa por 1 a 0, o Tricolor foi ao Allianz, sofreu um 2 a 0 que o eliminaria, mas conseguiu um gol que levou a decisão para os pênaltis. Nas cobranças, a equipe de Ceni levou a melhor e deu uma bela resposta na temporada.
Em paralelo a isso, o São Paulo travava uma briga contra a zona de rebaixamento no Campeonato Brasileiro, enquanto avançava na Copa Sul-Americana. Mesmo com um cenário favorável nas Copas, havia grande pressão por conta do risco nos pontos corridos.
Entre uma entrevista e outra, Ceni tentava desviar o foco com declarações fortes, que expunham algumas dificuldades internas do clube. Talvez uma estratégia para blindar seu elenco de críticas. Se esse era o objetivo, ele conseguiu.
O São Paulo focou em seus objetivos: chegar à final de uma das competições mata-mata e espantar a possibilidade de rebaixamento. Na Copa do Brasil, veio a eliminação para o Flamengo, na semifinal. Mas na Sul-Americana a final veio com drama após classificações suadas nos pênaltis contra Ceará e Atlético-GO.
No Brasileirão, o Tricolor fez bem seu papel nos dois últimos jogos e já vê o Z-4 distante. Com 37 pontos, abriu nove da zona de rebaixamento. Já é possível viajar para Córdoba com uma única preocupação: o título.
– Acho que o time deu uma encorpada agora, crescemos no momento mais importante do ano e acreditamos que estamos preparados para fazer um grande jogo em Córdoba – afirmou Rodrigo Nestor após a vitória contra o Avaí.
Dito tudo isso, é possível afirmar que os obstáculos durante o ano fazem o São Paulo chegar pronto para levantar a taça. Ela será importante para o presente, mas muito mais para o futuro. O clube tem a chance de se reconstruir e voltar a brigar por grandes conquistas.
São Paulo, pronto, campeão
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