No comando do São Paulo desde 2006, Muricy Ramalho já teve a permanência questionada em algumas ocasiões, principalmente após as eliminações na Libertadores. Mas o presidente Juvenal Juvêncio sempre manteve o treinador firme no cargo. Após a derrota do time para o Cruzeiro por 2 a 1, no Mineirão, pelo primeiro jogo das quartas de final da Libertadores , os comentários no clube sobre uma possível saída do comandante em caso de queda na competição já apareceram. Mas o próprio acredita que este ano a "corneta" não é tão forte.

- Com a repetição as pessoas acabam aprendendo, esse ano está tranquilo, é cornetinha mesmo, não causa dano. Eu sou blindado, para chegar a mim é ruim. Tem que saber muito de futebol para discutir. E só acredito em quem vem aqui todo dia ver o treino. Quem dá palpite não me pega. Estou há mais de 30 anos nisso, e é sempre a mesma porcaria. No fim do ano sou o melhor de novo - ressaltou o treinador, eleito o melhor do Brasileiro de 2008 e tricampeão com o São Paulo nos últimos três campeonatos nacionais.

Muricy acrescentou que, apesar de o São Paulo não vencer uma partida desde o dia 22 de abril - de lá para cá foram quatro jogos, com dois empates e duas derrotas - o elenco está em harmonia. O treinador acha que é possível sim um técnico durar muito tempo em um clube brasileiro.

- Não tenho o mínimo desgaste aqui, está ótimo o ambiente, por incrível que pareça, sem ganhar está bom. Esse negócio de tempo de clube é da cultura do brasileiro. A gente não consegue ver um cara quatro anos no clube no Brasil e admira o que está há 25 no Manchester, mesmo sem saber do trabalho dele. Não me preocupo com isso. É preciso ver se o treinador revelou, vendeu, colocou jogadores na seleção, conquistou títulos. Tem que ter mais critério - acrescentou o comandante.