O São Paulo tenta o tetra, e o Cruzeiro busca o tri. Momentos decisivos da Taça Libertadores não são nenhuma novidade para paulistas e mineiros. Com cinco títulos da competição em campo, eles começam a decidir uma vaga nas semifinais da edição 2009 da disputa continental nesta quarta-feira, no Mineirão.
A equipe de Adilson Batista chega ao duelo depois de ter superado o Universidad de Chile com duas vitórias. O Tricolor Paulista não jogou nas oitavas. Com a desistência dos mexicanos, por conta da nova gripe, a vaga nas quartas veio de forma automática. A segunda partida será apenas no dia 17 de junho, no Morumbi, já que os comandados de Muricy Ramalho fizeram uma campanha melhor na fase de grupos. Tem cheiro de jogão no ar.
Cruzeiro: Um goleiro confiável. Fábio é a segurança do Cruzeiro na disputa da Libertadores. O goleiro é o capitão do time e está em grande forma. Fisicamente e tecnicamente, tem se destacado como um dos melhores do país nesta temporada. Teve o nome apontado pela crítica esportiva como candidato a uma vaga na seleção brasileira. A convocação para jogos das eliminatórias da Copa do Mundo e Copa das Confederações não veio. Bom para o Cruzeiro, que terá o camisa 1 nas duas partidas das quartas de final.
São Paulo: Rogério Ceni, ídolo, capitão e camisa 1 do São Paulo, não pode jogar a Libertadores por causa de uma fratura no tornozelo esquerdo. Bosco assumiu a função. Experiente, substituiu o titular em algumas partidas na temporada. Mas também se machucou. Sobrou para o jovem Denis, de 22 anos, a responsabilidade de defender o gol tricolor. Apesar de ainda novo, o atleta já mostrou personalidade e é apontado dentro do clube como o sucessor de Ceni. Ele será preparado para ser o novo dono da 1.
VANTAGEM: Cruzeiro
SISTEMA DEFENSIVO
Cruzeiro: O melhor ataque é a defesa. Apesar de ser um time ofensivo, o Cruzeiro tem uma defesa sólida e que também resolve lá na frente, especialmente nas jogadas de bola parada. Leonardo Silva e Léo Fortunato mostram cada vez mais entrosamento. E, quando possível, fazem gols. Não são defensores de grande velocidade, mas têm bom posicionamento. Nas laterais, Adilson Batista está tranquilo com os titulares. Do lado direito, Jonathan tem a força no apoio como principal virtude. Na esquerda, Gerson Magrão, que começou a temporada como meia, se encontrou na função e não compromete.
Dono de um meio-campo forte, versátil e consistente, o Cruzeiro é um dos times mais potentes do país no setor. Os volantes, Fabrício e Marquinhos Paraná, vivem um bom momento. O primeiro tem a raça como característica. Não tem bola perdida. Paraná é constante, jogador de confiança de Adilson Batista e que também tem qualidade para concluir ao gol. Como o meia Wagner é um desfalque, Henrique pode ser mais um volante escalado. Ele jogaria mais adiantado, mas tem a contenção como ponto forte.
São Paulo: Apesar de o São Paulo ter contratado dois jogadores para as posições no início do ano - Wagner Diniz, pela direita, e Junior Cesar pela esquerda -, Muricy adota o improviso dos dois lados do campo. Zé Luis, que é volante, ocupa a faixa direita, tornando o setor mais defensivo. Bom marcador, o camisa 23 desce menos ao ataque do que um lateral, mas ajuda muito a defesa. Pela esquerda, Jorge Wagner voltou a ser utilizado na posição. O meia ataca mais e participa da criação pelo meio-campo. A zaga volta a ficar completa com os retornos de André Dias e Renato Silva. Miranda, único do setor que não havia se machucado recentemente, jogou com Richarlyson improvisado ao seu lado. Renato volta justamente contra o Cruzeiro, após cerca de duas semanas de recuperação. André Dias retornou no clássico contra o Palmeiras, pelo Brasileiro.
Na cabeça-de-área mais um retorno: Jean, que se recuperou de um trauma lombar. O volante volta a fazer dupla com Hernanes que, apesar de jogar mais atrás, sai bastante para o jogo e ajuda na criação. Chegou inclusive a ser utilizado como meia por Muricy em algumas partidas. Desta vez, Hernanes jogará mais atrás, no local que sempre brilhou, foi convocado para a seleção e foi eleito o melhor jogador do Brasileiro de 2008. Este ano o camisa 10 ainda está devendo grandes atuações.
VANTAGEM: São Paulo
SISTEMA OFENSIVO
Cruzeiro: Aí está o ponto mais forte do Cruzeiro. Em 30 jogos nesta temporada, foram 75 gols. O contra-ataque é veloz, três ou quatro jogadores chegam na frente e há um matador: Kléber. Com estas qualidades, os números se justificam. O bom desempenho passa pelos pés do versátil Ramires (vendido para o Benfica, de Portugal, no fim da semana passada). O camisa 8 é um volante tão ofensivo que se transformou em um meia. Ataca pela esquerda e pela direita, marca bem, tem o vigor físico como virtude e muita categoria na hora de balançar as redes. Não por acaso foi convocado para defender a seleção brasileira nas eliminatórias e Copa das Confederações.
Mas o setor ofensivo não estará completo. Wagner teve um estiramento muscular na coxa direita e está vetado. Adilson Batista pode colocar Athirson na função. No ataque, dois jovens talentos que já vestiram a camisa do São Paulo. Thiago Ribeiro tem a velocidade a seu favor e completa o faro de artilheiro de Kléber, autor de 19 gols em 19 jogos neste ano.
São Paulo: Hugo, que ficou na reserva por um bom tempo na temporada, voltou a ter chances com o treinador. Ele perdeu a posição quando Muricy passou a jogar com Jorge Wagner no meio e Junior Cesar na lateral esquerda. Mas o treinador retornou ao improviso de Jorge pelo lado, criando uma vaga para Hugo. Na frente, Dagoberto volta a ter chances de formar o ataque com Washington. No início do ano, a dupla formada pelo camisa 9 com Borges funcionou muito bem. Muricy então encontrou uma vaga para Dagoberto pelo meio. Mas como Borges sofreu uma pancada na cabeça na semana passada e não jogou domingo, há chances de o camisa 25 ser o companheiro do Coração Valente.
VANTAGEM: Cruzeiro
TÉCNICOS
Cruzeiro: Há um ano e cinco meses no comando do Cruzeiro, Adilson Batista superou a desconfiança da torcida. No Estadual, o desempenho tem sido espetacular. Em duas edições disputadas, ganhou dois títulos. O deste ano de forma invicta. Conhece as peças que tem nas mãos e utiliza um esquema ofensivo que tem recebido muitos elogios. Adilson ainda não conseguiu um título nacional pelo clube. Na Libertadores, chegou às oitavas de final em 2008, quando caiu diante do Boca Juniors. A manutenção da base e a chegada de reforços são apontadas pelo comandante como pontos fortes da Raposa.
São Paulo: Tricampeão brasileiro com o São Paulo nos últimos três anos, Muricy tem muita experiência para levar o Tricolor ao título da Libertadores. Conhece bem o grupo e o adversário desta quarta-feira. Mas não tem um bom histórico em competições de mata-mata. Ainda não foi campeão neste sistema. O time não demonstrou este ano o futebol que o levou à conquista do Brasileirão de 2008. O treinador justifica as oscilações com os vários problemas de lesões que assolaram o grupo desde o início do ano.
VANTAGEM: São Paulo
OPINIÃO DOS ESPECIALISTAS
Caio Ribeiro, comentarista do SporTV e da TV Globo
"Não existe favoritismo e são estilos diferentes. O São Paulo aposta no sistema defensivo e na bola aérea. O Cruzeiro tem mais volume de jogo e vive um momento melhor. O time mineiro joga muito bem em casa, mas não repete a mesma consistência fora, e esse primeiro jogo vai ser muito importante. O Cruzeiro é mais forte individualmente, com Ramires e Kléber, e o Tricolor vai melhor no coletivo. No banco de reservas, o Muricy Ramalho é um técnico consagrado, mas o Adilson está evoluindo bastante e tem insistido numa formação que deu certo."
Bob Faria, comentarista do SporTV e da TV Globo Minas
"Acho que nós podemos considerar esse confronto como o mais disputado dessa fase da Taça Libertadores. Não só pela história, mas porque o São Paulo tem uma equipe que se equilibra com a do Cruzeiro. Mesmo assim, acho que o Cruzeiro tem um elenco mais forte e sai um pouco na frente. O clube tem alguns jogadores importantes que podem decidir um jogo. Porém, tem um grande problema que é essa contusão do Wagner e também a confirmação da venda do Ramires. Não sei como o jogador irá se comportar depois de saber que já está negociado. O Cruzeiro leva um pouco de vantagem no jogo em Belo Horizonte. Mas o São Paulo fará uma partida duríssima em casa. Mesmo não estando bem no Campeonato Brasileiro, a equipe paulista é muito forte e tem um planejamento diferente para a Libertadores."
A equipe de Adilson Batista chega ao duelo depois de ter superado o Universidad de Chile com duas vitórias. O Tricolor Paulista não jogou nas oitavas. Com a desistência dos mexicanos, por conta da nova gripe, a vaga nas quartas veio de forma automática. A segunda partida será apenas no dia 17 de junho, no Morumbi, já que os comandados de Muricy Ramalho fizeram uma campanha melhor na fase de grupos. Tem cheiro de jogão no ar.
Cruzeiro: Um goleiro confiável. Fábio é a segurança do Cruzeiro na disputa da Libertadores. O goleiro é o capitão do time e está em grande forma. Fisicamente e tecnicamente, tem se destacado como um dos melhores do país nesta temporada. Teve o nome apontado pela crítica esportiva como candidato a uma vaga na seleção brasileira. A convocação para jogos das eliminatórias da Copa do Mundo e Copa das Confederações não veio. Bom para o Cruzeiro, que terá o camisa 1 nas duas partidas das quartas de final.
São Paulo: Rogério Ceni, ídolo, capitão e camisa 1 do São Paulo, não pode jogar a Libertadores por causa de uma fratura no tornozelo esquerdo. Bosco assumiu a função. Experiente, substituiu o titular em algumas partidas na temporada. Mas também se machucou. Sobrou para o jovem Denis, de 22 anos, a responsabilidade de defender o gol tricolor. Apesar de ainda novo, o atleta já mostrou personalidade e é apontado dentro do clube como o sucessor de Ceni. Ele será preparado para ser o novo dono da 1.
VANTAGEM: Cruzeiro
Cruzeiro: O melhor ataque é a defesa. Apesar de ser um time ofensivo, o Cruzeiro tem uma defesa sólida e que também resolve lá na frente, especialmente nas jogadas de bola parada. Leonardo Silva e Léo Fortunato mostram cada vez mais entrosamento. E, quando possível, fazem gols. Não são defensores de grande velocidade, mas têm bom posicionamento. Nas laterais, Adilson Batista está tranquilo com os titulares. Do lado direito, Jonathan tem a força no apoio como principal virtude. Na esquerda, Gerson Magrão, que começou a temporada como meia, se encontrou na função e não compromete.
Dono de um meio-campo forte, versátil e consistente, o Cruzeiro é um dos times mais potentes do país no setor. Os volantes, Fabrício e Marquinhos Paraná, vivem um bom momento. O primeiro tem a raça como característica. Não tem bola perdida. Paraná é constante, jogador de confiança de Adilson Batista e que também tem qualidade para concluir ao gol. Como o meia Wagner é um desfalque, Henrique pode ser mais um volante escalado. Ele jogaria mais adiantado, mas tem a contenção como ponto forte.
São Paulo: Apesar de o São Paulo ter contratado dois jogadores para as posições no início do ano - Wagner Diniz, pela direita, e Junior Cesar pela esquerda -, Muricy adota o improviso dos dois lados do campo. Zé Luis, que é volante, ocupa a faixa direita, tornando o setor mais defensivo. Bom marcador, o camisa 23 desce menos ao ataque do que um lateral, mas ajuda muito a defesa. Pela esquerda, Jorge Wagner voltou a ser utilizado na posição. O meia ataca mais e participa da criação pelo meio-campo. A zaga volta a ficar completa com os retornos de André Dias e Renato Silva. Miranda, único do setor que não havia se machucado recentemente, jogou com Richarlyson improvisado ao seu lado. Renato volta justamente contra o Cruzeiro, após cerca de duas semanas de recuperação. André Dias retornou no clássico contra o Palmeiras, pelo Brasileiro.
Na cabeça-de-área mais um retorno: Jean, que se recuperou de um trauma lombar. O volante volta a fazer dupla com Hernanes que, apesar de jogar mais atrás, sai bastante para o jogo e ajuda na criação. Chegou inclusive a ser utilizado como meia por Muricy em algumas partidas. Desta vez, Hernanes jogará mais atrás, no local que sempre brilhou, foi convocado para a seleção e foi eleito o melhor jogador do Brasileiro de 2008. Este ano o camisa 10 ainda está devendo grandes atuações.
VANTAGEM: São Paulo
Cruzeiro: Aí está o ponto mais forte do Cruzeiro. Em 30 jogos nesta temporada, foram 75 gols. O contra-ataque é veloz, três ou quatro jogadores chegam na frente e há um matador: Kléber. Com estas qualidades, os números se justificam. O bom desempenho passa pelos pés do versátil Ramires (vendido para o Benfica, de Portugal, no fim da semana passada). O camisa 8 é um volante tão ofensivo que se transformou em um meia. Ataca pela esquerda e pela direita, marca bem, tem o vigor físico como virtude e muita categoria na hora de balançar as redes. Não por acaso foi convocado para defender a seleção brasileira nas eliminatórias e Copa das Confederações.
Mas o setor ofensivo não estará completo. Wagner teve um estiramento muscular na coxa direita e está vetado. Adilson Batista pode colocar Athirson na função. No ataque, dois jovens talentos que já vestiram a camisa do São Paulo. Thiago Ribeiro tem a velocidade a seu favor e completa o faro de artilheiro de Kléber, autor de 19 gols em 19 jogos neste ano.
São Paulo: Hugo, que ficou na reserva por um bom tempo na temporada, voltou a ter chances com o treinador. Ele perdeu a posição quando Muricy passou a jogar com Jorge Wagner no meio e Junior Cesar na lateral esquerda. Mas o treinador retornou ao improviso de Jorge pelo lado, criando uma vaga para Hugo. Na frente, Dagoberto volta a ter chances de formar o ataque com Washington. No início do ano, a dupla formada pelo camisa 9 com Borges funcionou muito bem. Muricy então encontrou uma vaga para Dagoberto pelo meio. Mas como Borges sofreu uma pancada na cabeça na semana passada e não jogou domingo, há chances de o camisa 25 ser o companheiro do Coração Valente.
VANTAGEM: Cruzeiro
Cruzeiro: Há um ano e cinco meses no comando do Cruzeiro, Adilson Batista superou a desconfiança da torcida. No Estadual, o desempenho tem sido espetacular. Em duas edições disputadas, ganhou dois títulos. O deste ano de forma invicta. Conhece as peças que tem nas mãos e utiliza um esquema ofensivo que tem recebido muitos elogios. Adilson ainda não conseguiu um título nacional pelo clube. Na Libertadores, chegou às oitavas de final em 2008, quando caiu diante do Boca Juniors. A manutenção da base e a chegada de reforços são apontadas pelo comandante como pontos fortes da Raposa.
São Paulo: Tricampeão brasileiro com o São Paulo nos últimos três anos, Muricy tem muita experiência para levar o Tricolor ao título da Libertadores. Conhece bem o grupo e o adversário desta quarta-feira. Mas não tem um bom histórico em competições de mata-mata. Ainda não foi campeão neste sistema. O time não demonstrou este ano o futebol que o levou à conquista do Brasileirão de 2008. O treinador justifica as oscilações com os vários problemas de lesões que assolaram o grupo desde o início do ano.
VANTAGEM: São Paulo
Caio Ribeiro, comentarista do SporTV e da TV Globo
"Não existe favoritismo e são estilos diferentes. O São Paulo aposta no sistema defensivo e na bola aérea. O Cruzeiro tem mais volume de jogo e vive um momento melhor. O time mineiro joga muito bem em casa, mas não repete a mesma consistência fora, e esse primeiro jogo vai ser muito importante. O Cruzeiro é mais forte individualmente, com Ramires e Kléber, e o Tricolor vai melhor no coletivo. No banco de reservas, o Muricy Ramalho é um técnico consagrado, mas o Adilson está evoluindo bastante e tem insistido numa formação que deu certo."
Bob Faria, comentarista do SporTV e da TV Globo Minas
"Acho que nós podemos considerar esse confronto como o mais disputado dessa fase da Taça Libertadores. Não só pela história, mas porque o São Paulo tem uma equipe que se equilibra com a do Cruzeiro. Mesmo assim, acho que o Cruzeiro tem um elenco mais forte e sai um pouco na frente. O clube tem alguns jogadores importantes que podem decidir um jogo. Porém, tem um grande problema que é essa contusão do Wagner e também a confirmação da venda do Ramires. Não sei como o jogador irá se comportar depois de saber que já está negociado. O Cruzeiro leva um pouco de vantagem no jogo em Belo Horizonte. Mas o São Paulo fará uma partida duríssima em casa. Mesmo não estando bem no Campeonato Brasileiro, a equipe paulista é muito forte e tem um planejamento diferente para a Libertadores."
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