Em 2008, o São Paulo melhorou de produção quando passou a jogar apenas uma vez por semana, e a esperança era de que os 19 dias sem partidas oficiais encerrassem com a queda de desempenho que custou a eliminação no Paulista e o fraco rendimento na reta final da fase de grupos da Libertadores. Previsão errada. E o elenco sentiu o baque.

"Temos que voltar a vencer o mais rápido possível. É bastante tempo sem vitória e estamos adiando o fim disso. Está todo mundo chateado, é algo que incomoda bastante. Estamos buscando a vitória, o time tem se doado, se entregado em campo e as coisas não estão acontecendo", lamenta Zé Luis.

O Tricolor não vence desde a virada por 2 a 1 aplicada sobre os reservas do América de Cali, no Morumbi, em 22 de abril, pela última rodada de sua chave na Libertadores. E esta vitória foi a única nos últimos seis compromissos dos comandados de Muricy Ramalho, que somam nesta sequência quatro derrotas e um empate.

Às vésperas de encarar o Cruzeiro em seu primeiro mata-mata no torneio continental, o time, que somou apenas um ponto neste Brasileiro, tenta se reerguer finalmente neste domingo, quando visita o Palmeiras pelo Nacional. É a chance de apagar os estragos causados pelos tropeços para o Corinthians, nas semifinais do Estadual.

"No futebol é complicado: você ganha e no ano seguinte demora a engrenar. As coisas estavam caminhando e veio a eliminação no Paulista, que nos deixou tristes, chateados...", relembra Zé Luis. "Mas a equipe trabalha muito e temos que continuar assim. Estamos conscientes de que não adianta se desesperar. Temos conversado muito no sentido de que o grupo precisa se entregar. Se estivemos no nosso limite, vai dar certo", prevê o volante.

Em meio às expectativas por finalmente deixar o campo com três pontos novamente, o que o elenco não aceita é a acusação de que os dias sem jogos causaram acomodação. "Recebemos em dia e temos estrutura para buscar títulos. E no futebol você tem que conquistar algo em cada dia. Se acomodar, outro aproveita a chance e você acaba saindo do clube. No futebol, não pode se acomodar em lugar nenhum", filosofa Eduardo Costa.

"A gente é cobrado todo dia, porque todo time grande tem que vencer. Se pudéssemos ter seis pontos neste dois primeiros jogos do Brasileiro seria ótimo, mas não aconteceu. Não tem acomodação", garante Zé Luis, tentando minimizar as consequências da falta de bons resultados nas últimas apresentações.

"Com certeza vai tudo começar a dar certo de novo. Só foram duas rodadas no Brasileiro e estamos muito bem na Libertadores, a seis jogos de uma conquista muito importante. Logo a vitória vem e as coisas começam a acontecer com naturalidade. Tudo vai voltar ao normal", torce o camisa 23.