O técnico do São Paulo, Rogério Ceni, indicou que o clube mudará o perfil de contratações na busca por reforços para a temporada de 2022. Saem os medalhões, entram as jovens promessas.
A aposta da diretoria em nomes com mais peso neste ano gerou uma lista de nove reforços, mas só um deles, o veterano Miranda, esteve no gramado em mais de 50% do tempo do time.
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O zagueiro, titular incontestável, esteve em 38 dos 61 jogos do São Paulo na temporada, com 3.216 minutos jogados. Miranda estreou já com o Paulista em andamento, em abril, e sofreu lesões que o afastaram do time por algumas partidas.
O meia Benítez participou de 35 jogos. Mas os recorrentes problemas físicos o deixaram em campo por apenas 1.620 minutos, 29% dos 5.490 minutos do São Paulo desde o início do Paulista.
Até por isso, há resistência na diretoria em pagar os US$ 3 milhões (cerca de R$ 17 milhões) ao Independiente, da Argentina, pelos direitos econômicos do jogador. Os cartolas admitem, neste momento, uma tentativa de ampliar o empréstimo por um ano, o que coloca em dúvida a permanência de Benítez no Morumbi.
Compatriota de Benítez, Rigoni fez 30 jogos (2.062 minutos) – ele foi contratado para o Brasileiro –, mas conquistou torcedores com gols e assistências que o transformaram em personagem principal do São Paulo neste ano.
É a mesma expectativa que se tem sobre Calleri, já ídolo tricolor por causa da passagem pelo clube em 2016. O atacante, contratado em agosto, tem oito jogos e três gols – ele se recupera de uma lesão muscular e pode voltar contra o Bahia, domingo, na Fonte Nova, pela 30ª rodada do Brasileiro.
Também foram contratados Eder (27 jogos), Orejuela (12 jogos), William (nove jogos) e Gabriel (cinco jogos). O lateral colombiano só agora conquistou vaga de titular, após a saída de Hernán Crespo, enquanto William, lesionado, nem deve jogar mais pelo São Paulo.
Além deles, há o caso do atacante Bruno Rodrigues, o primeiro a chegar, e que foi embora do clube com apenas 84 minutos em campo.
Sem dinheiro, a movimentação do São Paulo no mercado surpreendeu. A diretoria apostou em negociações com carência, em que os acordos previam o início do pagamento a partir de dezembro deste ano.
Assim, empurrou a maioria desses compromissos para 2022 – um total de cerca de R$ 33 milhões, segundo levantamento do Anotações Tricolores, do pesquisador Alexandre Giesbrecht – na expectativa de que o ano que vem seja de maior arrecadação.
Esse cenário deve fazer com que o clube tenha postura diferente após o final do Brasileiro, em que faz campanha ruim – é o 12º, com 37 pontos –, mas ainda busca vaga na Libertadores, torneio essencial para o incremento nas contas tricolores.
No último domingo, após a vitória sobre o Internacional no Morumbi, o técnico Rogério Ceni descartou a possibilidade de o São Paulo fazer grandes investimentos em atletas.
O treinador foi questionado sobre uma suposta lista de reforços que teria levado à diretoria com os nomes de Felipe Alves, goleiro do Fortaleza, e William Arão e Diego Ribas, meio-campistas do Flamengo. Ele negou a relação com o argumento de que são jogadores que não cabem no orçamento do São Paulo.
– São três ótimos profissionais com quem trabalhei, tenho no mais alto conceito e fariam bem para qualquer equipe no Brasil. Mas em momento algum foi solicitado para a direção. Eu sei o momento que o São Paulo atravessa, o tamanho da situação em que nos encontramos. Então vamos ao mercado ano que vem, mas sem condições de trazer jogadores desse nível – disse o treinador.
Ele apontou o caminho que será utilizado:
– Vamos atrás de atletas mais jovens. Precisamos nos reforçar ano que vem, dentro das possibilidades financeiras do clube. Temos que diminuir a folha salarial, fazer com que o São Paulo volte a ter vida própria no futuro.
Ceni também está de olho na base do clube. Na última segunda-feira, foi a Cotia para ver a vitória da equipe sub-20 sobre o Flamengo na semifinal do Brasileiro da categoria.
Rogério Ceni, São Paulo, promessas, 2022
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