Rogério Ceni, que retoma sua posição no arco Tricolor contra o Oeste, na noite de quinta-feira, todos sabem, é mais do que um craque. É um símbolo. E, como tal, já fazia falta.
Não exatamente para a defesa do São Paulo, pois em seu lugar lá esteve Bosco, pegando tudo e um pouco mais, como de hábito. E aqui desvio o foco de um para outro, com base nessa relação inusitada em que o reserva aceita conscientemente essa situação, sem mágoas, rancores ou ambições.
Não diria que seja um fato inédito, pois já houve, no passado, casos similares. Mas, pelo menos, inusitado, nestes tempos de tanta competição entre as pessoas, que dirá entre craques de futebol.
E olhe, amigo, que Bosco jogaria em quase todos os grandes times do Brasil e muitos do exterior, com uma mão nas costas. Vou além: é mais goleiro do que alguns que frequentam a Seleção Brasileira, como, por exemplo, Doni e Gomes.
Aliás, quando no Goiás, anos atrás, Bosco foi cogitado para tanto. Mas, se nem o titular é chamado…
Pois, no passado, houve um exemplo excepcional de dois goleiros do mesmo time, titular e reserva, acabassem juntos na Seleção, até mesmo numa Copa do Mundo, a de 54, na Suiça: Castilho e Veludo, do Fluminense, lídimos herdeiros do mítico Marcos Carneiro de Mendonça, que reinou com sua fita de seda amarrado à cintura, ao longo das duas primeiras décadas do século passado.
Castilho fazia milagres sob a trave do Tricolor, e Veludo esculpia no ar elegantes e plásticos traços simétricos.
Um pouco diferente foi o caso que envolveu, nessa mesma época, primeira metade dos anos 50, dois goleiros do Corinthians: o inigualável Gilmar dos Santos Neves, e Cabelção. Ambos revezavam-se tanto na meta alvi-negra quanto na da Seleção, até que Gilmar tomasse, por fim, o seu devido lugar, como o maior de todos em todos os tempos.
VERDÃO E TIMÃO
Palmeiras e Corinthians, líder e vice do Paulistão, fazem uma disputa paralela nesta noite de Quarta-Feira de Cinzas: o Timão pega o Noroeste, em Presidente Prudente, nessa mini-incursão pelo interiorzão paulista, enquanto o Verdão vai a São Caetano enfrentar o Azulão.
Um tropeço verde combinado com êxito alvi-negro, e o jogo da tabela vira, embora o Palmeiras tenha um jogo a menos.
No Verdão, a novidade será a estréia de Marcão, ex-Inter, no lugar do zagueiro Danilo. Afora a natural falta de entrosamento num setor em que este fator é fundamental, vale lembrar que Marcão, apesar da boa técnica, é melhor lá pela lateral-esquerda, onde seus súbitos destemperos não prejudicam demais o time.
Mas, com o Cleiton Xavier armando no meio e o K-9 sempre prestes a dar seu bote fatal, o Palmeiras tem boa perspectiva de se reencontrar com a vitória. Mas, não será fácil, pelo visto.
Já o Corinthians, que não conseguiu ainda impor em sua plenitude aquele futebol envolvente e agudo dos tempos da Segundona, tem bala para fuzilar o lanterna do campeonato, sim senhora.
Pois, se Douglas ainda não se reencontrou com aquele jogo superior exibido até o final da temporada passada, o menino Boquita vem dando conta do recado. E Elias está conseguindo, graças à sua incessante movimentação e talento, suprir até mesmo a falta de contundência de Souza.
E aqui, meu caro, é que bate a saudade de Herrera, quem diria? Sim, porque Souza, como todo artilheiro típico, aquele centroavante de área mais fixo, é de lua. Na cheia, bestial; na Nova, uma besta.
Já Herrera, mesmo quando chamado de Quase Gol, participava mais do jogo em conjunto, marcando a saída do adversário, deslocando-se pra cá, pra lá e tal e cousa e lousa e maripousa.
Isso tudo, claro, enquanto seu Ronaldo não vem.
FLU E BOTA, A DECISÃO
Nas cinzas do Carnaval, um Maracanã em festa, feérico, verdadeira extensão da Sapucaí, no confronto entre Fluminense e BOtafogo, por uma vaga na final da Taça Guanabara.
Favorito? Nem pensar. Não apenas pela óbvia razão que se trata de um clássico decisivo, mas, sobretudo, porque, ao perder Vitor Simões, seu artilheiro, o Botafogo perde muito de sua contundência. isso o aproxima mais do Flu ainda oscilante neste início de temporada, mas que, com a esperada progressão física de Thiago Neves, tende a se apresentar coletivamente melhor.
De qualquer forma, um jogaço, que, se não chegar a cintilar pelo talento, acenderá a alma de todos os envolvidos pela tensão latente.
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