De Vitor Birner

Este post é um desabafo.

As cenas de torcedores feridos e maltratados no Morumbi, e do desespero da família de Lucas Anastácio Batista Marcelino, atleticano assassinado no domingo, deixam o início de semana muito pesado.

Imagine como se sentem as vítimas inocentes, não dos baderneiros, do sangrento fim de semana futebolístico.

Além disso, a direção corintiana soltou outra agressiva nota de repúdio pelos fatos de domingo no Morumbi.

Nela há a seguinte afirmação: “ Apesar do comportamento exemplar da nossa torcida e do empenho da Polícia Militar, bombas caseiras lançadas do estacionamento privativo dos sócios do São Paulo detonaram um processo de pânico, agravado pelo clima de animosidade, criado pela decisão equivocada do adversário de limitar nosso acesso ao Morumbi.” (no fim do post está completa).

O Procurador de Justiça Paulo Castilho disse que não pode afirmar se é verdade ou não que atiraram explosivos do estacionamento. A única certeza sobre o assunto são as duas bombas encontradas na arquibancada corintiana.

Sem entrar no mérito do restante da comunicação oficial alvinegra, do tom dela, faço uma pergunta.

Seria este o comportamento elogiado e desejado pelo Sport Club Corinthians Paulista de seu apaixonado seguidor?

Não creio.

Me espantou também o fato de Antônio Roque Citadini, oposicionista assumido, na minha opinião mais bem preparado para gerir o futebol que os atuais mandatários, ter apoiado a manifestação.

A nota oficial foi reproduzida no blog dele.

Citadini acrescentou apenas o título “ Esperando 2014!!!”, em tom de felicidade, positivo, me parece pelas exclamações. O

O desejo de acabar com a candidatura do Morumbi ao mundial superou tudo. A vontade de construir o “Engenhão paulistano” com dinheiro do contribuinte para depois fazer “algo” com ele parece quase obsessiva.

A falta de sensibilidade,neste momento, me decepcionou.

Tenho um post pronto sobre a atual administração corintiana desde o sábado, quando houve eleições. Não tem de especial, apenas fatos óbvios e claros, entretanto não bloguei porque o clima pré-clássico era ruim e depois do empate piorou ainda mais. Pretendo blogar amanhã.

Dos lados do Morumbi

O São Paulo também deveria exitar que Marco Aurélio Cunha fosse bater boca em público com sensacionalistas, sejam quais forem as profissões deles.

Nada contra o Marco, entretanto tem horas que a exposição de imagem dele é grande e o São Paulo pouco lucra, talvez até perca, com o “bate boca da audiência” .

Errou o São Paulo Futebol Clube ao permitir que um funcionário contribuisse para esquentar o clima tenso criado sem nenhum motivo.

Está na hora do clube, nas situações importantes, adotar um discurso linear para que saibamos qual é. Os de Marco Aurélio Cunha e João Paulo de Jesus Lopes, por exemplo, são diferentes. Me interessa saber qual representa o São Paulo. Se ambos, temos algo dúbio na comunicação são-paulina.

Eis a nota oficial do Corinthians

A Diretoria do Corinthians lamenta os incidentes ocorridos ao término do jogo de domingo último, no Morumbi. Apesar do comportamento exemplar da nossa torcida e do empenho da Polícia Militar, bombas caseiras lançadas do estacionamento privativo dos sócios do São Paulo detonaram um processo de pânico, agravado pelo clima de animosidade, criado pela decisão equivocada do adversário de limitar nosso acesso ao Morumbi.

Pior: a obra ora em execução na área de vazão da torcida visitante produz um afunilamento de torcedores na saída que desafia o bom senso e a prioridade que deveria ser atribuída à segurança dos clientes daquele estádio.

Confiantes de que o Ministério Público saberá impor condições civilizadas de acesso e saída no Morumbi, o Corinthians se solidariza com seus torcedores vitimados, verdadeiros mártires da arrogância e incompetência de adversários que nos tratam como inimigos.

Sport Club Corinthians Paulista