Diego Aguirre a caminho do vestiário do São Paulo (Foto: Ailton Cruz/Gazeta de Alagoas)

Raí, Ricardo Rocha e Diego Aguirre falaram nos últimos dias sobre mudar a competivididade do São Paulo. Esse foi um dos pontos decisivos para o clube escolher o uruguaio, diante da avaliação interna de postura morna do elenco perante obstáculos e derrotas.



Sem dar um treino nem dirigir o time à beira do gramado, Aguirre e o interino André Jardine conseguiram mexer com o grupo e estimular as disputas por posição. Está clara a filosofia de que ser um jogador renomado não garante vaga na equipe.

Juntos, Aguirre e Jardine elaboraram a estratégia decisiva para o São Paulo bater o CRB por 3 a 0, em Maceió, com amplo domínio do jogo válido pela terceira fase da Copa do Brasil.

A ideia para garantir a classificação estava clara na cabeça dos atletas já na véspera do confronto e foi executava perfeitamente: o Tricolor aproveitaria a forte pressão inicial do CRB para explorar os contra-ataques com Valdívia e Marcos Guilherme.

Não à toa os dois foram preservados diante do RB Brasil, pelo Paulistão, e entraram só no segundo tempo. O planejamento era justamente ter a dupla em boas condições físicas para desempenhar a função de velocistas pelos lados.

Deu mais do que certo: Valdívia participou dos três gols (criou a jogada do primeiro, justamente em um contra-ataque, fez o segundo e serviu Rodrigo Caio no terceiro), e Marcos Guilherme marcou o primeiro e participou da jogada do segundo com um passe para Petros, que serviu o próprio Valdívia.

Orientações a Jardine
Aguirre chegou antes do próprio São Paulo ao estádio Rei Pelé, em Maceió. No gramado, ele teve uma longa conversa particular com Jardine na qual deu orientações didáticas sobre tática e tirou dúvidas sobre funções que os garotos poderiam exercer.

– Tivemos reuniões antes dos dois treinos e conversamos sobre qual seria a melhor estratégia para hoje. Contribuiu muito. É uma honra trabalhar com ele – afirmou Jardine.

Diego Aguirre na área! Técnico chegou pouco antes do São Paulo com Chapeco (dir adjunto) e Passaro (advogado) #trmaceio pic.twitter.com/tjho3ZteBg

— Marcelo Hazan (@Marcelo_Hazan) 14 de março de 2018

O uruguaio chega a usar os dedos das mãos de Jardine para ilustrar um desenho tático, enquanto os dois conversavam (veja na imagem abaixo feita pelo cinegrafista do Grupo Globo Jordi Bordalba e confira mais no Globo Esporte SP desta quinta-feira).

Diego Aguirre usa as mãos de André Jardine para ilustrar conversa sobre funções e tática (Foto: Jordi Bordalba)

O principal ponto de contribuição do agora auxiliar fixo no início do trabalho de Aguirre será abastecê-lo com o máximo de informações sobre os garotos da base.

– Normalmente as perguntas deles são sobre onde os meninos podem jogar e o que podem fazer, para aumentar o leque de opções do elenco a partir de sábado (contra o São Caetano). Nesse momento (da imagem) provavelmente estávamos discutindo funções dos meninos, Júnior Tavares, Lucas Fernandes, Shaylon. Foi uma conversa sobre quais funções os meninos poderiam exercer – disse Jardine.

Aguirre e Jardine conversam no gramado (Foto: André Hernan)

De olho no time
Assim como ocorreu na vitória por 3 a 1 sobre o RB Brasil, no Morumbi, pelo Paulistão, Aguirre não comandou a equipe no gramado contra o CRB. Ele viu o jogo em um dos camarotes do estádio Rei Pelé.

O técnico esteve acompanhado dos dirigentes Raí, Ricardo Rocha, Lugano, Alexandre Pássaro e Chapecó. Aguirre se mostrou concentrado até mesmo no momento do segundo gol do Tricolor, de Valdívia. Enquanto os diretores celebravam a bola na rede, ele pouco se mexeu e permaneceu com os olhos fixos no gramado.

Diego Aguirre, Lugano, Raí e Chapecó em camarote do estádio Rei Pelé (Foto: Marcelo Hazan)

Recomeço para Tréllez
A mudança no comando técnico do São Paulo representou vida nova para Tréllez. Ele não foi pedido por Dorival Júnior, mas acabou contratado pela diretoria. Antes, o colombiano havia participado de cinco jogos, sempre como reserva.

Agora, Tréllez foi titular contra RB Brasil e CRB, mas perdeu boas chances de fazer gols. O atacante reconhece os erros e espera melhorar a pontaria.

– Com a chegada do Jardine e do Aguirre pude jogar dois jogos. Estou contente. Ainda falta muito a melhorar, tenho de retomar o nível futebolístico. Feliz pelas vitórias e triste por ainda não poder comemorar o primeiro gol, mas tranquilo de que vai chegar a qualquer momento e a confiança vai aumentar – disse Tréllez.

– Com um técnico novo todos têm de mostrar no dia a dia. A competição vai ser boa, porque vai aumentar o nível do time. Para atingir os objetivos precisamos que titulares e reservas estejam bem – afirmou o colombiano.

Primeiro treino
Acertado de sábado para domingo e apresentado segunda-feira no CT da Barra Funda, Diego Aguirre espera a regularização de seu visto de trabalho para iniciar o comando dos treinos.

A primeira atividade comandada pelo uruguaio está prevista para ocorrer nesta sexta-feira, também com Régis, lateral-direito ex-São Bento acertado até abril de 2019.

O Tricolor encara o São Caetano, sábado, às 16h, no Anacleto Campanella, pelo primeiro duelo das quartas de final do Paulistão.

Diego Aguirre saindo do campo e indo ao vestiário do São Paulo #gesaopaulo pic.twitter.com/gNVaT1U5Be

— Marcelo Hazan (@Marcelo_Hazan) 15 de março de 2018