A próxima geração do futebol brasileiro vai apresentar novos Romários, Rivellinos, Bebetos, Cafus... Jovens promessas desfilam nas categorias de base dos clubes com nomes ou apelidos de craques do passado.
No momento, os garotos curtem a fama prematura, já que esporadicamente aparecem na imprensa porque têm histórias interessantes para contar. Mas, no futuro, eles sabem que a pressão pode ser maior pelo mesmo motivo.
No Santos, o venezuelano Overath Breitner, de 19 anos, recebeu esse nome porque o seu pai quis homenagear os alemães Overath e Breitner, campeões mundiais em 1974. "No começo, quando eu era mais novo, até achava estranho. Era engraçado quando a professora fazia a chamada na escola, e todos perguntavam como pronunciar meu nome. Mas eu gosto, e meu pai até fala que tenho um estilo de jogo parecido com o do Breitner", revelou a revelação da equipe da Baixada Santista.
"Por um lado é bom, porque as pessoas me conhecem bastante por ter esse nome diferente. Mas, por outro, pode criar uma cobrança maior, existir a comparação. Até agora o lado ruim não veio, vamos ver no futuro", acrescentou o atleta do Santos, que prefere ser chamado de Breitner.
O Corinthians curte novamente um Roberto Rivellino. A promessa do clube de Parque São Jorge tem 14 anos e, evidentemente, ganhou esse nome em tributo ao ex-meio-campista tri-campeão mundial na Copa de 1970. O pai do menino também se chama Roberto Rivellino.
"Eu tenho que jogar igual a ele, representar, não pode ser apenas no nome. Já vi vários DVDs do Rivellino, e o considero meu principal ídolo", revela Rivinha.
No Botafogo, os garotos que têm nomes de ex-craques atuam em posições diferentes das originais dos ídolos. Romário é volante, e Diego Maradona, atacante. "Eu acho que não atrapalha. Na verdade, ajuda. Chama mais atenção. Mas se jogassem nas mesmas características dos jogadores em questão, eles, com certeza, seriam mais visados e cobrados. Iriam querer um goleador [Romário] no time e um apoiador [Maradona] muito habilidoso", opinou o técnico de juniores, Luizinho Rangel.
São dois os exemplos no Palmeiras. O garoto Daniel, de 19 anos, ganhou o apelido de Lovinho dos próprios atletas profissionais em 2004, quando Vágner Love ainda defendia o time alviverde. "Eu estava passando, e os jogadores apontaram: 'ei, Love, parece com você'. Aí ficou o apelido até hoje. Achei legal por se tratar do Vágner Love, um jogador que foi bom para o Palmeiras e atua na seleção. Mas as pessoas podem querer que eu faça a mesma coisa que ele faz", considerou o atleta, que em 2009 já pode ser aproveitado pelo técnico Vanderlei Luxemburgo.
No time sub-15 de Palestra Itália figura Romário, o Romarinho. "Minha mãe deu o nome porque nasci em 1994, ano da Copa do Mundo. Acho que tenho algumas semelhanças em relação a ele, principalmente por jogar na mesma posição. Mas, na verdade, me espelho mais no Maradona", apontou o xará do 'baixinho'.
Os clubes mineiros apresentam Euller, Taffarel e Cafu. Para o assessor das categorias de base do Cruzeiro, Rodrigo Genta, essa tendência está diminuindo. "Teve uma época que eram vários os jogadores com apelidos ou nomes de ex-jogadores, de ídolos dos pais, e hoje não. Mas acho que daqui alguns anos, os jovens vão chegar com apelidos de Beckham, Kaká, Pirlo, Deco, Messi, pois são os ídolos, jogadores referências desta meninada de hoje".
"Acredito que quando existe o apelido, o jogador se espelha em uma pessoa séria, boa. Não vejo problema nenhum, é normal nesta época da vida. Acho até legal, e chamo os garotos também pelos apelidos", opinou o gerente-geral das categorias de base do Atlético-MG, Felipe Ximenes.
Fugindo dos apelidos
O São Paulo é a exceção em relação ao uso de apelidos entre os jovens jogadores das categorias de base. Apesar de não confirmar a proibição, nenhum dos atletas que disputaram a Copa São Paulo de Juniores nas últimas temporadas fez uso do recurso e o mesmo acontecerá no próximo ano.
"Se o jogador trouxer de casa o apelido, ele normalmente acaba ficando e se transforma em algo natural. Dessa forma não há motivo para que ele não seja chamado pelo apelido. Mas é claro que preferimos o nome porque caracteriza mais a pessoa e a própria família, e isso é importante", explicou o coordenador das categorias de base do clube tricolor paulista, Bebeto de Oliveira.
*Colaboraram Jorge Corrêa, em São Paulo, e as Redações do Rio de Janeiro e Belo Horizonte
No momento, os garotos curtem a fama prematura, já que esporadicamente aparecem na imprensa porque têm histórias interessantes para contar. Mas, no futuro, eles sabem que a pressão pode ser maior pelo mesmo motivo.
No Santos, o venezuelano Overath Breitner, de 19 anos, recebeu esse nome porque o seu pai quis homenagear os alemães Overath e Breitner, campeões mundiais em 1974. "No começo, quando eu era mais novo, até achava estranho. Era engraçado quando a professora fazia a chamada na escola, e todos perguntavam como pronunciar meu nome. Mas eu gosto, e meu pai até fala que tenho um estilo de jogo parecido com o do Breitner", revelou a revelação da equipe da Baixada Santista.
"Por um lado é bom, porque as pessoas me conhecem bastante por ter esse nome diferente. Mas, por outro, pode criar uma cobrança maior, existir a comparação. Até agora o lado ruim não veio, vamos ver no futuro", acrescentou o atleta do Santos, que prefere ser chamado de Breitner.
O Corinthians curte novamente um Roberto Rivellino. A promessa do clube de Parque São Jorge tem 14 anos e, evidentemente, ganhou esse nome em tributo ao ex-meio-campista tri-campeão mundial na Copa de 1970. O pai do menino também se chama Roberto Rivellino.
"Eu tenho que jogar igual a ele, representar, não pode ser apenas no nome. Já vi vários DVDs do Rivellino, e o considero meu principal ídolo", revela Rivinha.
No Botafogo, os garotos que têm nomes de ex-craques atuam em posições diferentes das originais dos ídolos. Romário é volante, e Diego Maradona, atacante. "Eu acho que não atrapalha. Na verdade, ajuda. Chama mais atenção. Mas se jogassem nas mesmas características dos jogadores em questão, eles, com certeza, seriam mais visados e cobrados. Iriam querer um goleador [Romário] no time e um apoiador [Maradona] muito habilidoso", opinou o técnico de juniores, Luizinho Rangel.
São dois os exemplos no Palmeiras. O garoto Daniel, de 19 anos, ganhou o apelido de Lovinho dos próprios atletas profissionais em 2004, quando Vágner Love ainda defendia o time alviverde. "Eu estava passando, e os jogadores apontaram: 'ei, Love, parece com você'. Aí ficou o apelido até hoje. Achei legal por se tratar do Vágner Love, um jogador que foi bom para o Palmeiras e atua na seleção. Mas as pessoas podem querer que eu faça a mesma coisa que ele faz", considerou o atleta, que em 2009 já pode ser aproveitado pelo técnico Vanderlei Luxemburgo.
No time sub-15 de Palestra Itália figura Romário, o Romarinho. "Minha mãe deu o nome porque nasci em 1994, ano da Copa do Mundo. Acho que tenho algumas semelhanças em relação a ele, principalmente por jogar na mesma posição. Mas, na verdade, me espelho mais no Maradona", apontou o xará do 'baixinho'.
Os clubes mineiros apresentam Euller, Taffarel e Cafu. Para o assessor das categorias de base do Cruzeiro, Rodrigo Genta, essa tendência está diminuindo. "Teve uma época que eram vários os jogadores com apelidos ou nomes de ex-jogadores, de ídolos dos pais, e hoje não. Mas acho que daqui alguns anos, os jovens vão chegar com apelidos de Beckham, Kaká, Pirlo, Deco, Messi, pois são os ídolos, jogadores referências desta meninada de hoje".
"Acredito que quando existe o apelido, o jogador se espelha em uma pessoa séria, boa. Não vejo problema nenhum, é normal nesta época da vida. Acho até legal, e chamo os garotos também pelos apelidos", opinou o gerente-geral das categorias de base do Atlético-MG, Felipe Ximenes.
Fugindo dos apelidos
O São Paulo é a exceção em relação ao uso de apelidos entre os jovens jogadores das categorias de base. Apesar de não confirmar a proibição, nenhum dos atletas que disputaram a Copa São Paulo de Juniores nas últimas temporadas fez uso do recurso e o mesmo acontecerá no próximo ano.
"Se o jogador trouxer de casa o apelido, ele normalmente acaba ficando e se transforma em algo natural. Dessa forma não há motivo para que ele não seja chamado pelo apelido. Mas é claro que preferimos o nome porque caracteriza mais a pessoa e a própria família, e isso é importante", explicou o coordenador das categorias de base do clube tricolor paulista, Bebeto de Oliveira.
*Colaboraram Jorge Corrêa, em São Paulo, e as Redações do Rio de Janeiro e Belo Horizonte
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