Não sei por que mapa se guiou a CBF para indicar o caminho do Bezerrão ao jogo decisivo entre Goiás e São Paulo. Até onde sei, o regulamento, em casos como esse (interdição do estádio), o mandante punido deve jogar a, no mínimo, 150 quilômetros de sua sede.
Mas, esse mesmo clube não perde o direito de mando. Isto é: segue sendo responsável pela segurança, recebe a maior cota, determina o valor do ingresso e tal e cousa e lousa e maripousa. E escolhe o estádio onde mandará seu jogo, dentro dos limites estabelecidos pelo regulamento.
Antes de seguir adiante, quero dizer ao amigo que há mais de trinta anos defendo a tese de que, nesses casos, a punição deveria ser automática: o clube perde o direito de mando do jogo seguinte à interdição, e a partida é transferida para o campo do adversário da hora. Entre outras coisas, porque este não pode ser punido, tendo de jogar, muitas vezes, em regiões ainda mais distantes de sua própria sede, arcando com todos os custos de traslado.
Ah, mas isso poderia prejudicar terceiros, interessados naquele jogo específico, como seria no caso presente: se o jogo fosse transferido para o Morumbi, o grande prejudicado seria o Grêmio, claro.
O fato é que não é assim. E o Goiás segue sendo o mandante, com direito a escolher o campo fora de sua sede. Falou-se o tempo todo em que o assunto rolou no tribunal, que o jogo seria em Itumbiara, do que se queixava o São Paulo, pensando, à época, na hipótese de ter de ganhar do Goiás num campinho acanhado.
Fosse hoje, nas atuais circunstâncias, em que o empate de zero a zero dá o título ao Tricolor paulista, tenho minhas dúvidas se Muricy não estaria esfregando as mãos de felicidade. Afinal, é sempre mais fácil defender o empate num campo pequeno do que num grande, óbvio.
Mas, enfim, no vaivém dos escaninhos do tribunal, lavrada a sentença, da manga de alguém da CBF saiu um Bezerrão, no Distrito Federal. Não se sabe por instâncias de quem, embora seja sugestiva a presença, na longa reunião com os cartolas do Goiás para discutir o preço dos ingressos, do atual governador de Brasília, político prodigioso, capaz de trocar, em pouco tempo, a pecha de deputado cassado (não me lembro se renunciou antes da sentença, mas isso é irrelevante) por falta de decoro parlamentar pela láurea de supremo mandatário do Distrito Federal. Graças, diga-se, ao voto popular, o que só aumenta seu prodígio.
Agora, o Grêmio ameaça entrar no STJD com liminar, impedindo a realização desse jogo no Bezerrão, sob a alegação de que o São Paulo, por isto ou por aquilo, estaria sendo beneficiado indevidamente.
Desconfio que isso não irá muito adiante, mas é só um palpite.
De qualquer forma, mais uma vez, cartolas, políticos e o tribunal conseguem a proeza de manchar o momento mais decisivo do Brasileirão, principal competição do nosso futebol. Depois, ficam todos se lamentando que nossos craques, futuros craques, proto-craques, possíveis craques, craques ainda em cueiros, se mandam a cada dia, que os clubes vivem à míngua, que nosso campeonato é visto de relance no resto do mundo etc, etc.
Errata: Este texto foi corrigido, depois de sua publicação inicial, onde, inadvertidamente, eu culpava o tribunal pela escolha do Bezerrão como palco do jogo decisivo entre Goiás e São Paulo. Peço desculpas aos bloguistas e ao tribunal pelo erro.
Mas, esse mesmo clube não perde o direito de mando. Isto é: segue sendo responsável pela segurança, recebe a maior cota, determina o valor do ingresso e tal e cousa e lousa e maripousa. E escolhe o estádio onde mandará seu jogo, dentro dos limites estabelecidos pelo regulamento.
Antes de seguir adiante, quero dizer ao amigo que há mais de trinta anos defendo a tese de que, nesses casos, a punição deveria ser automática: o clube perde o direito de mando do jogo seguinte à interdição, e a partida é transferida para o campo do adversário da hora. Entre outras coisas, porque este não pode ser punido, tendo de jogar, muitas vezes, em regiões ainda mais distantes de sua própria sede, arcando com todos os custos de traslado.
Ah, mas isso poderia prejudicar terceiros, interessados naquele jogo específico, como seria no caso presente: se o jogo fosse transferido para o Morumbi, o grande prejudicado seria o Grêmio, claro.
O fato é que não é assim. E o Goiás segue sendo o mandante, com direito a escolher o campo fora de sua sede. Falou-se o tempo todo em que o assunto rolou no tribunal, que o jogo seria em Itumbiara, do que se queixava o São Paulo, pensando, à época, na hipótese de ter de ganhar do Goiás num campinho acanhado.
Fosse hoje, nas atuais circunstâncias, em que o empate de zero a zero dá o título ao Tricolor paulista, tenho minhas dúvidas se Muricy não estaria esfregando as mãos de felicidade. Afinal, é sempre mais fácil defender o empate num campo pequeno do que num grande, óbvio.
Mas, enfim, no vaivém dos escaninhos do tribunal, lavrada a sentença, da manga de alguém da CBF saiu um Bezerrão, no Distrito Federal. Não se sabe por instâncias de quem, embora seja sugestiva a presença, na longa reunião com os cartolas do Goiás para discutir o preço dos ingressos, do atual governador de Brasília, político prodigioso, capaz de trocar, em pouco tempo, a pecha de deputado cassado (não me lembro se renunciou antes da sentença, mas isso é irrelevante) por falta de decoro parlamentar pela láurea de supremo mandatário do Distrito Federal. Graças, diga-se, ao voto popular, o que só aumenta seu prodígio.
Agora, o Grêmio ameaça entrar no STJD com liminar, impedindo a realização desse jogo no Bezerrão, sob a alegação de que o São Paulo, por isto ou por aquilo, estaria sendo beneficiado indevidamente.
Desconfio que isso não irá muito adiante, mas é só um palpite.
De qualquer forma, mais uma vez, cartolas, políticos e o tribunal conseguem a proeza de manchar o momento mais decisivo do Brasileirão, principal competição do nosso futebol. Depois, ficam todos se lamentando que nossos craques, futuros craques, proto-craques, possíveis craques, craques ainda em cueiros, se mandam a cada dia, que os clubes vivem à míngua, que nosso campeonato é visto de relance no resto do mundo etc, etc.
Errata: Este texto foi corrigido, depois de sua publicação inicial, onde, inadvertidamente, eu culpava o tribunal pela escolha do Bezerrão como palco do jogo decisivo entre Goiás e São Paulo. Peço desculpas aos bloguistas e ao tribunal pelo erro.
VEJA TAMBÉM
- ADEUS! Wellington Rato acerta com rival e não joga mais pelo São Paulo
- ALTA VALORIZAÇÃO! São Paulo avalia situação de Esteves, lateral do Vitória, após bom Brasileirão
- SAÍDA DE LATERAIS! São Paulo intensifica busca e quer lateral destaque após saída de Rafinha e Moreira