Está cada vez mais quente o clima eleitoral no São Paulo, ainda que o pleito que vai definir o sucessor de Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, esteja previsto somente para o fim do ano, entre novembro e dezembro. O cenário atual divide a corrida pela presidência em apenas duas chapas, que apostam em estratégias e perfis diferentes para atrair votos de sócios e conselheiros.
Nenhum dos lados até agora confirmou um nome publicamente como candidato oficial. Mas nos bastidores do Morumbi já há uma certeza de que Julio Casares representará a situação. Ele era personagem forte nos tempos de Juvenal Juvêncio, como expoente da área de comunicação e marketing, e depois foi vice-presidente geral na gestão tumultuada de Carlos Miguel Aidar. Hoje, é executivo da Record TV.
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Houve um momento, ainda em 2019, que grupos políticos cogitavam a criação de uma terceira via para a eleição e Casares poderia ser convidado para encabeçá-la. Na situação, o nome favorito seria o de Carlos Belmonte, que é jornalista e chegou a ter tudo certo para substituir Raí na diretoria de futebol neste ano.
Essa fragmentação, no entanto, perdeu força. Esses grupos que desejavam uma terceira via se alinharam à situação e entenderam que poderiam ser mais fortes juntos, diante de um crescimento mais expressivo da oposição em relação às corridas eleitorais anteriores. Assim, o cenário visto como o mais provável na situação coloca Casares como candidato à presidência — ele já negou que esteja em campanha nas redes sociais depois de se tornar mais ativo no relacionamento com são-paulinos ilustres e ídolos — e Belmonte como vice.
Também entre os próprios oposicionistas houve uma inesperada junção de forças. Alguns grupos se diziam mais ao centro e evitavam se vincular a figuras mais radicais como Newton Ferreira, o Newton do Chapéu, por exemplo. Agora, há um bloco mais coeso e que tem feito reuniões frequentes para analisar seus possíveis candidatos.
O nome que mais ganhou força nos últimos meses foi o de Sylvio Alves de Barros Filho, que é conselheiro vitalício. Fora do conselho deliberativo do São Paulo, o empresário é considerado bem-sucedido e conhecido por uma atuação longeva na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), onde é 2º diretor financeiro, segundo o organograma disponibilizado no site da entidade.
A oposição ainda não dá como certa a escolha de Barros e diz que mais debates serão feitos antes dessa definição. Roberto Natel, atual vice de Leco e, recentemente, acusado de estar envolvido no caso de vazamento de documentos da diretoria, já foi cogitado, mas deve agir em outros escalões em uma eventual vitória da oposição.
Uma convenção geral deve ser realizada no meio do ano para oficializar o candidato. Enquanto isso, o foco está nas ações políticas entre sócios do clube. Os oposicionistas entendem que a situação já tem uma base aliada forte entre conselheiros vitalícios e mais velhos, então aposta em uma abordagem mais direta aos sócios para que o conselho seja renovado e fortaleça a linha de frente da oposição.
Segundo o site oficial do São Paulo, há 226 membros ativos no conselho deliberativo atualmente. Antes da eleição presidencial, é feita uma votação entre os sócios que promove a rotatividade dos conselheiros que ainda não são vitalícios. Só depois, com o novo conselho formado, é que se vota pelo novo presidente que sucederá Leco e terá três anos de mandato iniciados em janeiro de 2021.
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