As receitas de TV dos principais campeonatos nacionais europeus e do Brasil
Um assunto tem tomado a atenção da mídia esportiva ultimamente: a negociação dos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro. O tema é complexo e, para não escrever uma coluna muito extensa, vou dividir o assunto em duas partes. Nesta semana trarei uma análise comparativa entre as receitas geradas pelos principais campeonatos europeus e as receitas do Brasileirão, que comprova a defasagem dos valores praticados por aqui e a necessidade de se mudar o processo de comercialização dos direitos. Na próxima semana o foco será a disputa em si pelos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro e seus desdobramentos políticos, como a recente cisão no Clube dos Treze.
O ótimo site Futebol Finance (www.futebolfinance.com) publicou durante o mês de outubro/2010 uma série de reportagens analisando as receitas de TV de alguns dos principais campeonatos de futebol da Europa na temporada 2009/2010. Foi publicada, também, uma análise das receitas de televisão dos clubes brasileiros em 2009.
A comparação dos dados apresentados pelo Futebol Finance revelam o quanto os direitos de transmissão no país do futebol estão defasados em comparação com os principais centros europeus. A seguir destaco alguns dados. Os valores estão em Euros.
Premier League (Campeonato Inglês)
Valor total do contrato: € 2,01 bilhões
Duração: 3 temporadas (2010/2011, 2011/2012 e 2012/2013)
Valor por temporada: € 893 milhões
Clube com maior receita: Manchester United – € 58,2 milhões
Clube com menor receita: Middlesbrough – € 34,9 milhões
Média por clube: € 44,6 milhões
A Premier League é a liga que apresenta o maior equilíbrio na distribuição das receitas, o que se pode perceber comparando o valor recebido pelo Manchester (o mais alto) com o do Middlesbrough (o mais baixo).
Liga BBVA (Campeonato Espanhol)
Valor total do contrato: € 1,8 bilhões
Duração: 3 temporadas (2009/2010, 2010/2011 e 2011/2012)
Valor por temporada: € 602,2 milhões
Clubes com maiores receitas: Real Madrid e Barcelona – € 140 milhões cada
Clube com menor receita: Xerez – € 12 milhões
Média por clube: € 30,1 milhões
No Campeonato Espanhol, os direitos de transmissão são negociados individualmente pelos clubes, o que explica o fato de Real Madri e Barcelona responderem juntos por 46,5% de toda a receita de TV do futebol espanhol.
Ligue 1 (Campeonato Francês)
Valor total do contrato: € 2,67 bilhões
Duração: 4 temporadas (2008/2009, 2009/2010, 2010/2011 e 2011/2012)
Valor por temporada: € 516,5 milhões
Clube com maior receita: Olympique Marselha – € 49,9 milhões
Clube com menor receita: Le Havre – € 13,9 milhões
Média por clube: € 25,8 milhões
Bundesliga (Campeonato Alemão)
Valor total do contrato: € 1,65 bilhão
Duração: 4 temporadas (2009/2010, 2010/2011, 2011/2012 e 2012/2013)
Valor por temporada: € 362 milhões
Clube com maior receita: Bayern de Munique – € 28,1 milhões
Clube com menor receita: Hoffenhein – € 13,3 milhões
Média por clube: € 20,1 milhões
Serie A (Campeonato Italiano)
Valor total do contrato: € 1,82 bilhão
Duração: 2 temporadas (2010/2011 e 2011/2012)
Valor por temporada: € 911 milhões
Liga Turca
Valor total do contrato: € 1,04 bilhão
Duração: 4 temporadas (2010/2011, 2011/2012, 2012/2013 e 2013/2014)
Valor por temporada: € 260,3 milhões
CAMPEONATO BRASILEIRO
Os dados disponíveis na internet sobre o contrato de cessão dos direitos de TV do Campeonato Brasileiro que se encerra neste ano são pouco consistentes. Para traçar uma comparação entre as receitas de TV dos clubes brasileiros com os europeus tomarei por base a matéria do Futebol Finance disponível no link http://www.futebolfinance.com/as-receitas-tv-dos-clubes-brasileiros-em-2009. A matéria considerou os dados divulgados nos balanços dos clubes, que englobam no item “receitas de TV”, os recebíveis relativos a todos os campeonatos que o clube participou – Estadual, Brasileirão, Libertadores, Copa do Brasil.
Em 2009, o clube com maior receita foi o Flamengo, com R$ 44,3 milhões, o que dá aproximadamente 19,4 milhões de euros. Isso significa dizer que o que o clube brasileiro de maior torcida arrecadou, com direitos de transmissão de TODOS os campeonatos que disputou (incluindo a Libertadores) quase a metade do que arrecadou o Middlesbrough para disputar apenas a Premier League. Indo mais além, o que o Flamengo recebeu foi apenas 6 milhões de euros a mais do que receberam os pequenos Le Havre e Hoffenhein para disputarem o campeonato francês e o alemão, respectivamente.
É óbvio que o Campeonato Brasileiro está longe do nível de organização e da qualidade de uma Premier League ou de uma liga espanhola, onde estão os principais jogadores do futebol mundial. Além disso, esses campeonatos já se consolidaram como uma atração mundial, com grandes audiências por todos os continentes e a internacionalização do Brasileirão está apenas engatinhando. Por conta disso, tomemos por base a liga francesa para analisar a situação dos clubes brasileiros.
Do seleto grupo de países europeus que conquistaram a Copa do Mundo, a França apresenta a liga mais fraca em termos de nível técnico e de geração de interesse internacional. Os clubes franceses não são considerados do primeiro escalão europeu nem são conhecidos pelas grandes contratações que realizam.
Apesar disso tudo, a liga francesa gera uma receita anual de 516 milhões de euros. Segundo matéria da revista exame disponível no site http://exame.abril.com.br/marketing/noticias/clubes-propoem-as-tvs-r-500-milhoes-pelo-campeonato-brasileiro, no contrato atual, a Globo paga R$ 250 milhões por temporada pelos direitos de transmissão para a TV aberta e cerca de R$ 600 milhões para TV por assinatura, rádio, internet e pay-per-view. Ou seja, a receita total gerada pela transmissão do Campeonato Brasileiro gira em torno de R$ 850 milhões de reais, aproximadamente 370 milhões de euros. Isso significa dizer que a liga francesa gera quase 150 milhões de euros a mais de receitas de TV que o Brasileirão. Indo mais além, a liga da Turquia, país sem nenhuma tradição no futebol, gera uma receita apenas 100 milhões de euros inferior à do campeonato brasileiro. Surreal, não?
E por que isso ocorre? São vários fatores. Primeiro no Brasil há um monopólio na negociação dos contratos de TV, o que gerou uma tardia intervenção do CADE – Conselho Administrativo de Defesa Econômica. As Organizações Globo, contratualmente, tinham o direito de cobrir qualquer oferta de emissoras concorrentes, além de deter exclusividade em todas as mídias. Isso fere qualquer princípio de justa concorrência. Aliás, será que só o Clube dos Treze não percebia o quanto uma concorrência é positiva em uma negociação de contrato? Quanto mais empresas interessadas em adquirir um produto, maior poder de barganha tem o dono desse produto. É assim que funciona o mercado.
Mas não era assim que agiam os clubes. E por quê? Simplesmente porque mais que uma cliente, a Globo se tornou uma parceira deles, antecipando cotas de transmissão e, até mesmo, emprestando dinheiro. De certa forma, os clubes acabaram se tornando dependentes dela.
A Globo está correta em seu propósito. Sempre procurou celebrar contratos vantajosos a ela, o que qualquer empresa faria, e teve um papel importante no desenvolvimento do Campeonato Brasileiro enquanto produto. O erro está na postura dos clubes que deixaram ocorrer uma inversão de valores, onde quem dava as cartas era o comprador e não o detentor dos direitos. Sempre de pires na mão, os clubes tinham pouco, ou quase nenhum, poder de negociação.
No fim de 2010, por uma decisão do CADE, a “preferência” da Globo foi quebrada, e o Clube dos Treze foi obrigado a realizar uma licitação com envelopes fechados e direitos negociados separadamente por categorias – TV aberta, Pay-per-view, Internet etc. A livre concorrência, sem dúvida alguma, só traz benefícios para o futebol brasileiro, que pode, assim, ampliar bastante as receitas de TV dos clubes.
Fonte.: http://www.bolapraquemsabe.com.br/site/2011/02/as-receitas-de-tv-dos-principais-campeonatos-nacionais-europeus-e-do-brasil/
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