Fique de Olho: Joanderson, nova aposta da base Tricolor
Fora do Sul-Americano sub-15, Joanderson quebra rotina do São Paulo em revelar atacantes de área
Por Jonatan Androwiki
Olheiros.net
O São Paulo apresenta nos últimos anos uma tendência na revelação de bons centroavantes. De Eric a Paulo Marcelo, passando por Henrique, Roniele, Lucas Gaúcho e Alfredo, a quantidade de jogadores de área que obtiveram destaque nas categorias de base tricolor e até nas seleções de base, como no caso de Henrique, é considerável. Alguns, já fizeram parte do elenco principal tricolor. Outros, ainda aguardam sua chance.
Atualmente, na geração /96, surge a novidade que atende pelo nome de Joanderson. Destaque da boa geração sub-15 tricolor, o atacante pinta não só como o diferencial da geração no clube, mas também como também a exceção à regra nesta escola de goleadores que se tornou Cotia.
Canhoto e de boa estatura (1,79m), o jovem se destaca pela precisão e frieza nas finalizações, o raciocínio rápido e a intensa velocidade de jogo. Agudo, alia sua habilidade com objetividade para armar as jogadas para os companheiros ou para o próprio arremate, semelhante ao estilo do holandês Arjen Robben, como o próprio jogador compara.
Fã de Ronaldo, Joanderson terá a difícil missão de quebrar uma sina no São Paulo. Jogadores como ele, de velocidade e habilidade, também apareceram no clube, mas sucumbiram com o passar do anos. Tanto que nas últimas cinco edições da Copa São Paulo, apenas em 2011 o São Paulo teve um atacante com estas característica de jogo, contudo, sem sucesso. Entretanto, o diferencial de Joanderson é justamente saber somar essa eficiência na formação de artilheiros com o seu talento.
#Pontapé inicial em SP
Nascido em Jequié, cidade que já foi capital da Bahia e terra do folclórico Val Baiano, Joanderson de Jesus Assis veio ainda novo para São Paulo. Aos 6 anos, por questões de trabalho sua família se mudou para Limeira, no interior paulista. Com medo de que ficasse na rua enquanto trabalhavam, seus pais colocaram–no ainda novo numa escolinha de futebol da Associação dos Metalúrgicos de Limeira, como forma de lazer e passatempo. E logo em seu primeiro campeonato, em um minicampo numa cidade vizinha, conquistou a artilharia. Daí pra frente os gols viraram rotina para o garoto.
Títulos, prêmios e artilharias passaram a ser conquistados cada vez com mais frequência por Joanderson. Em 2005, aos 9 anos, jogou a Copa Metropolitana, torneio disputado em Campinas e que revelou nomes como Oscar, Bruno Bertucci e Léo Citadini. Já mostrando ser diferenciado, atuou entre os /95 e não fez feio: foi o vice-artilheiro da sua equipe, anotando seis gols e sendo destaque do time que tinha talentos como Lucas Evangelista, pivô de polêmica entre São Paulo e Desportivo Brasil e amigo de Joanderson.
Neste mesmo ano, ao se destacar novamente entre os mais velhos em partida semifinal da Liga de Menores Limeira, sendo o melhor em campo, chamou a atenção de um olheiro do São Paulo e foi levado pelo treinador do Metalúrgicos, Marcelo Gomes, para uma semana de testes no Tricolor. Aprovado, passou a ainda não tinha idade para se alojar no clube. A rotina de treinos e viagens mudou, mas não a dos gols. Pelo time de Limeira, continuou a se destacar e obter títulos. Em 2007, foi campeão e artilheiro isolado da Liga de Limeira e da Copa Nestlé.
Emprestado para jogar dois torneios pelo Itapirense, após o treinador da equipe se encantar com Joanderson, que correspondeu às expectativas e levou a equipe ao título, contribuindo com sete gols no certame. De volta a Limeira, ainda conquistou a Copa Gazeta em 2008, e agora estava pronto para voos mais altos na sua carreira.
#Chegada ao São Paulo
No ano de 2009, Joanderson pôde, finalmente, ficar alojado no CFA de Cotia, mas ainda assim não podia participar de competições oficiais. O garoto superou o difícil período de treinamentos sem torneios oficiais e aproveitou para aprimorar seus fundamentos. Aos poucos, já ganhava espaço nas equipes menores do tricolor.
E no Campeonato Paulista Sub-15 deste ano, seu primeiro torneio oficial pelo São Paulo, colocou enfim todo talento à mostra. O rodízio feito pelo clube na categoria ficou pra trás, e ele se tornou peça indispensável no ataque do técnico Menta, mostrando outro atributo: a variedade funcional no ataque, pois pode atuar tanto aberto pela esquerda como caindo pelos dois flancos e buscando jogo. Em certas ocasiões, foi usado até mais fixo na área. Ao final da 3ª fase do Paulista, Joanderson já anotara expressivos 17 gols em 16 jogos.
Ainda em 2011, ajudou com mais dois tentos o tricolor chegar à decisão da tradicional Copa Brasil Sub-15, disputada na Bahia e que foi vencida pelo Santos. O bom futebol rendeu-lhe a convocação para a Mini Copa América com a seleção brasileira sub-15, que ocorreu no mês de julho na Venezuela.
#Futuro e seleção brasileira
Pela seleção na Mini Copa América, teve com o técnico Marquinhos Santos a oportunidade de ser titular, com função diferente. Vinha mais de trás, como um meia-atacante, e ajudava também na marcação. Saiu-se bem, e marcou inclusive um gol na decisão ajudando na conquista brasileira.
A boa adaptação com a amarelinha e a contínua evolução pelo São Paulo fizeram de Joanderson um nome quase certo para o Sul-Americano da categoria, que será acontecerá neste mês no Uruguai. Não se sabe ainda se por opção técnica ou por veto do clube, a ausência de Joanderson na lista do treinador brasileiro pegou a todos de surpresa. Bom para o São Paulo, que contará com seu artilheiro na reta final do Campeonato Paulista.
O ano seguinte aliás, trará novos desafios à Joanderson. A volta à seleção passará pela adaptação a uma nova categoria no São Paulo, com um novo treinador, e novos concorrentes. A princípio, brigará pela vaga de titular com jogadores um ano mais velhos e já adaptados ao juvenil, como o sul-africano Tyroanne.
Trabalhando para melhorar os defeitos, como a finalização com a perna direita e sem pular etapas, Joanderson sonha em subir para os profissionais em 2013. Para isso, terá novamente que vencer a disputa contra atletas mais velhos. E já mostrou que, para ele, isso não será obstáculo.
