Nenê se queimou com a diretoria e deve deixar o São Paulo, afirma jornalista.
O filme de Nenê está queimado no São Paulo, e a diretoria pretende facilitar ao máximo a sua saída se aparecer um clube interessado em levá-lo. Mais do que sua queda de rendimento dentro de campo no segundo turno do Campeonato Brasileiro (o que, é justo que se diga, aconteceu com vários outros jogadores), o que mais pesa contra ele é o comportamento decepcionante que teve fora das quatro linhas.
Ricardo Rocha o chamou de “mimado” numa entrevista esta semana e na reta final da temporada Lugano disse que o “pacote Nenê” incluía o “biquinho” que ele fazia quando não jogava. Mas internamente as palavras usadas por dirigentes e conselheiros ao falar do meia de 37 anos são bem mais fortes. “Desleal”, “traíra” e “desagregador” são algumas delas.
Nenê, que tem mais um ano de contrato e salário de 250 mil reais, deveria ser um líder no elenco na opinião da diretoria. Mas a maneira como se portou na segunda metade da temporada, especialmente quando deixou de ser titular, esteve muito longe disso.
A avaliação é de que ele tentou jogar a torcida contra o técnico Diego Aguirre e teve algumas atitudes egoístas que conturbaram ainda mais um ambiente que se deteriorava a cada resultado ruim. Ao invés de servir de exemplo para os mais novos, ele só pensou em si e tornou mais difícil a tarefa da comissão técnica de tentar reerguer o grupo.
O modo como ele agiu com Aguirre foi considerado uma traição ao técnico que o firmou como titular (com Dorival Júnior não foram poucas as vezes em que ficou no banco, e houve partidas em que sequer foi um dos três jogadores a entrar). A diretoria, que bancou sua contração (não estava na lista de Dorival) e lhe deu um contrato de dois anos, também se sentiu atingida pelo comportamento de Nenê.
Como se não bastasse estar queimado no clube, Nenê também perdeu prestígio com a torcida. Visto com desconfiança quando chegou, ele subiu de cotação com as atuações que teve na fase em que o time liderou o Brasileiro. Mas caiu em desgraça na reta final por ter jogado mal e também pelo comportamento de “estrela”. O pênalti perdido contra o Sport no Morumbi – num jogo em que a vitória teria colocado o São Paulo à frente do Grêmio na luta pela última vaga na fase de grupos da Libertadores – fez a torcida perder a paciência de vez, e os comentários nas redes sociais deixam claro que a imensa maioria o quer longe do Morumbi em 2019. A organizada Independente, por exemplo, o incluiu na lista de jogadores que quer ver fora do clube e o chamou de “patife”.
A diretoria sabe que a insatisfação de Nenê se não for titular será um problema para André Jardine administrar, e quer evitar isso para que o treinador tenha tranquilidade para reformular o time. Por isso, a intenção é negociar o meia ou até mesmo rescindir de comum acordo o seu contrato para que ele possa se acertar com outro clube.
