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Andrés Sanchez e Juvenal se unem contra Marin e Del Nero

O futebol brasileiro vive uma guerra velada por poder.
Andrés Sanchez nega em público o interesse de ser presidente da CBF, mas nos bastidores faz campanha para assumir a função nas próximas eleições da entidade em 2014.
O opositor dele e candidato da situação é Marco Polo Del Nero, primeiro mandatário da Federação Paulista e dirigente brasileiro mais forte na Confederação Sul-Americana de Futebol, chamada de Conmebol.
José Maria Marin, desde quando assumiu a principal cartola de nosso futebol, prepara a candidatura de Marco Polo Del Nero à presidência da CBF.
Muitos dirigentes de clubes falam que o Del Nero, hoje, já manda muito mais que Marin.
Juvenal Juvêncio, desafeto de Marco Polo Del Nero e responsável pela inédita punição do dirigente, depois de ele cogitar a possibilidade de o São Paulo ter benefícios da arbitragem em troca de ingressos para o show da Madonna, situação que nunca aconteceu, está ao lado de Andrés.
Ou, talvez, simplesmente contra Del Nero, tal qual pessoas próximas de Juvenal garantem.
Ele afirmou para elas que jamais apoiará a candidatura de Andrés.
Mesmo assim, quando o ex-presidente do Corinthians pediu ajuda de Juvenal para impedir que Marin substituísse Nicolas Leóz na Conmebol e Del Nero fosse colocado no lugar aonde Ricardo Teixeira ficou de 1989 até o ano passado, obteve o auxílio.
O são-paulino e o corintiano trabalham juntos, na mesma direção, mas por razões óbvias e recentes sempre desconfiam um do outro.
Outros cartolas dizem, nos bastidores, que Juvenal poderia, em troca do apoio, ser o próximo presidente da Federação Paulista de Futebol caso a parceria com Andrés vença a guerra ou não acabe antes.
A dúvida é se Juvenal, com mais de 80 anos, realmente deseja ser presidente da Federação Paulista.
Como já tomou outros dribles de Andrés Sanchez, precisa tomar cuidado, pois a CBF pode, de uma hora para outra, enfraquecer qualquer federação estadual e torná praticamente inútil.
Os torneios promovidos por tais entidades perdem interesse ano após ano.
O único pilar das federações estaduais é o poder do voto.
Os 27 presidentes delas e os 20 dos clubes da primeira divisão são os únicos que votam na eleição da CBF.
Andrés, se assumir o mais alto posto ‘cartolístico’ nacional, terá meios de sobra para agradar várias federações estaduais, isolar as que deseja e ainda assim continuar com o apoio necessário.
Marco Polo Del Nero e Marin não são ingênuos ou iniciantes no jogo político:
Alguns presidentes de clubes, como Alexandre Kalil, Luís Álvaro de Oliveira Ribeiro e Paulo Nobre, neste momento estão com eles.
O atleticano, por exemplo, foi com a dupla de donos do futebol brasileiro no jatinho particular da CBF à Assunção, na sede da Conmebol, quando Marin pretendia substituir Nicolas Leóz.
Naquele dia, conseguiu de Marin apoio para a escalação de árbitros estrangeiros nas oitavas-de-final da Libertadores contra o São Paulo.
E coincidentemente, seu time, que mostra o melhor futebol do país e noutras oportunidades levou azar no sopro e foi prejudicado, dessa vez não enfrentou problemas.
Tudo isso é que se chama do tal ‘jogo de bastidores’, personagem típico do futebol.
Desce criança ouço comentarem sobre o dito cujo.
Durante muito tempo desconfiei que era uma lenda do futebol, mas depois de Carlos Eugênio Simon, atualmente comentarista da Fox Sports no Brasil, falar bastante dele, parei de achar que se tratava de folclore.
Se um ex-árbitro que trabalhou em vários jogos da Libertadores e apitou Copa do Mundo comenta sobre “bastidor fraco” e ” bastidor fraco” quando são definidos, por exemplo, os sopradores dos jogos, não sou eu quem irá contrariá-lo.
Temos um exemplo bem conhecido dentro do Brasil.
Você conhece algum confronto antigo, com vários jogos ao longo da história, entre time grande e pequeno, no qual a agremiação menor foi mais beneficiada que prejudicada pela arbitragem?
Dirigentes de times brasileiros dizem, por exemplo, que Boca Juniors e River Plate são fortes nos bastidores da Conmebol.
Eu realmente não me lembro de arbitragens muito ruins contra eles em jogos da Libertadores neste século. Por outro lado, em alguns jogos tiveram bastante sorte no apito.
Se tudo isso não passar de uma grande coincidência e de lendas futebolísticas, eu lamento, pois o lobby, a política e os interesses econômicos não estão previstos nas regras do esporte e tampouco são capazes de beneficiá-lo.

[Blog do Vitor Birner/UOL>
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