FIÉLZÃO: MAIS UM ETRAVE - MAIS UM CAPÍTULO DA NOVELA
"Moradores do bairro de Itaquera protestam contra desapropriações em seminário sobre a Copa; já ministro do Esporte ameaça a cidade de São Paulo"
A falta de garantias bancárias para o financiamento de R$ 400 milhões junto ao BNDES não é mais o único impedimento para a construção do Fielzão. Nesta sexta, durante seminário sobre a importância da Copa do Mundo para São Paulo, na Assembleia Legislativa, líderes do bairro de Itaquera pressionaram deputados, o ministro Orlando Silva e até o presidente corintiano Andrés Sanchez.
A preocupação dos moradores do bairro na Zona Leste diz respeito às desapropriações em massa que ocorrerão para as obras previstas - a Prefeitura e o governo já prometeram R$ 478 milhões para obras de infraestrutura no entorno do estádio.
"Muitos vão sorrir, mas alguns vão chorar. É o preço do desenvolvimento", alertou Andrés, ciente de que vários terrenos invadidos na região serão retomados pela Prefeitura para a execução das obras. Diante dos protestos de pessoas na plateia, Andrés chegou a cogitar abrir mão de fazer do Fielzão o estádio da Copa do Mundo. "Se vocês me mostrarem que a maioria da população de Itaquera é contra, eu acabo com essa história de Copa e construo o estádio do Corinthians para 48 mil pessoas, como no projeto original", acrescentou.
Orlando Silva, ministro do Esporte, garantiu que as pessoas com casas desapropriadas ganharão um novo lar. Ainda assim, houve princípio de vaia quando ele decidiu deixar o encontro antes de os líderes da comunidade falarem. "Tenho de ir. Meu voo está marcado."
Ameaça/ Para não perder o hábito, Orlando Silva voltou a criticar as autoridades paulistas por conta dos atrasos nas obras do Fielzão. "Que os próximos dias do prefeito e do governador sejam dias próximos, mesmo, porque há muita promessa e pouco resultado ultimamente", argumentou.
O ministro ainda defendeu que a cidade de São Paulo seja excluída da Copa das Confederações, em 2013, caso o Fielzão não fique pronto, como já admite o Corinthians. "Não seria justo com outras cidades que seguiram o cronograma de obras da Fifa", justificou.
