Sem constrangimento algum, Juvenal Juvêncio se colocou como o treinador que o São Paulo precisa.

Ele assumiu essa postura diante dos jornalistas na coletiva em que explicou a saída de Leão.

Juvenal foi bem irônico.

Porque quem conhece os bastidores do clube tem a certeza que ele já mostrou seus dotes como treinador.

Desde a saída de Muricy Ramalho, o presidente escolheu técnico como quem era possível dialogar.

E se posicionar em relação a jogadores e até a melhor estratégia a utilizar.

Desde que Muricy saiu, o clube só acumula fracassos e treinadores sem resultados.

Foram Ricardo Gomes, Sérgio Baresi, Adilson Batista, Paulo César Carpegiani e Leão.

Somando o trabalho dos cinco não deu sequer a chegada à uma decisão de campeonato.

Desde 2008, o clube não consegue um título.

O São Paulo se tornou uma propriedade do presidente em 2006.

São seis anos de controle absoluto do clube.

Ele gosta de mandar.

Embora tenha sido aconselhado pelo seu vice Leco a demitir Muricy, o treinador não o agradava.

Ele não admitia palpites sobre jogadores ou maneira de atuar.

Com os cinco técnicos que o sucederam Juvenal pôde discutir o que desejasse.

Só não escalava o time.

Mas deixava claro quem gostaria que jogasse e, principalmente, quem não gostaria que colocasse a camisa do São Paulo.

Juvenal foi um auxiliar técnico discreto de Ricardo Gomes, Sérgio Baresi, Adilson Batista, Carpegiani e Leão.

O técnico demitido hoje passou pela grande vergonha de ter um titular seu afastado do time pelo presidente.

Paulo Miranda teve de deixar a concentração por ordem de Juvenal.

Poucos treinadores passariam por esta vergonha pública e não tomariam providência.

Mas Leão não pediu demissão.

Juvenal não precisa ir todos os dias para o CT para medir a temperatura do time.

Tem todas as informações com Milton Cruz.

Não foi por acaso que ele o nomeu como auxiliar técnico fixo do clube.

Pode chegar qualquer treinador, Milton ficará com ele, representando o São Paulo, mais precisamente Juvenal.

Depois das negativas de Villas Boas e Abel Braga, suas principais apostas, o presidente não sabe que rumo tomar.

Ele deveria bater no peito e assumir de vez o cargo.

Parar de dar palpites e não usar interlocutor.

Se nomear técnico do clube.

Já age como se fosse o dono do São Paulo.

Utilizou uma leitura toda sua para conseguir um terceiro mandato.

E sem contestação, já que todos o temem como um coronel nos anos 40.

A oposição não existe no Morumbi.

Todos são a favor de Juvenal.

Tome a atitude que tomar.

O time está precisando de um bom técnico.

Exatamente como ele se considera.

Juvenal já enfrentou a tudo e a todos no São Paulo.

Até o estatuto do clube.

Afinal, não foi por uma briga sua que o Morumbi está fora da Copa do Mundo?

E ninguém abriu a boca para reclamar.

Que sente de vez no banco e comande a equipe.

É só isso que falta para uma das administrações menos democráticas da história do São Paulo.

O poder nunca esteve tão centralizado, controlado por um só homem.

Que faz o que quer com o clube e não dá satisfação a ninguém.

Juvenal que acabe de vez com intermediários e vista o agasalho.

Não teleguiados.

É só isso que falta para cair de vez a máscara de clube mais moderno do Brasil.

Com Juvenal, o São Paulo se tornou um dos mais atrasados...
cosme rímoli