O lugar onde os raios nunca param

Entre 260 e 300 noites por ano, os céus sobre o rio Catatumbo, na Venezuela, são iluminados por um interminável festival de raios. Em média, cada tempestade noturna dura cerca de 10 horas, e os céus são rasgados por milhares de raios a cada noite. O fenômeno é provavelmente uma combinação única de topografia da área e mistura de correntes de ar.
Com o flagrante desrespeito ao mito de longa data que conta que um raio nunca cai no mesmo lugar duas vezes, essas tempestades de raios tem sido travadas sobre a única área na Venezuela quase toda noite por centenas de anos. Há tantos raios que os residentes nas proximidades da área tomam medidas para escurecer o interior de suas casas, a fim de dormir um pouco.
Em um ano, há cerca de 1,2 milhões de relâmpagos no céu na região. Trovões acompanham cada um, mas as tempestades são geralmente altas o suficiente na atmosfera para que aqueles que estejam no chão não ouçam.
Não surpreendentemente, a tempestade de raios tem uma posição de destaque na história da região. Agindo como um farol natural, a tempestade tem sido usada como um marco para os marinheiros ao longo da história náutica do país. Guiando navios amigáveis , também permitiu que tropas terrestres detectassem potenciais navios inimigos quando eles ainda estavam a quilômetros e quilômetros de distância.
Sir Francis Drake foi um dos pretensos atacantes que teve a sua missão frustrada pelos raios. As tempestades também foram cruciais para batalhas navais que levaram à independência da Venezuela da Espanha, pela mesma razão.
A causa desta enorme tempestade de relâmpagos tem sido assunto de muitos debates. A teoria atual é que a cordilheira única, em forma de V e que circunda a área, apresenta as condições ideais para a captura de ventos quentes saindo do Caribe.
Quando o ar frio descendo da Cordilheira dos Andes cai, as trovoadas se formam ao longo da mudança de temperatura. Curiosamente, em 1906, a tempestade desapareceu por 3 semanas após um grande terremoto e tsunami resultante. Em 2010, uma seca causada pelo El Niño também levou à suspensão temporária das trovoadas.

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