A tradição começou no templo de Hipócrates, na ilha grega de Cos, onde os doentes recebiam tratamento por volta dos séculos V e VI antes de Cristo. Era hábito de médicos, auxiliares e pacientes usarem branco para que não fossem feitas distinções entre eles. Além disso, a região era muito quente, bom motivo para usar trajes brancos, bem mais confortáveis e refrescantes que roupas escuras. Além disso, há outra explicação prática. No final do século XIX, a higiene começou a ser mais valorizada. Como o branco é associado à limpeza, voltou a ser adotado. "Qualquer sinal de sujeira fica visível, forçando o médico a trocar-se rapidamente", diz o estudioso da história da medicina Décio Altimari, da Santa Casa de São Paulo. Nem sempre, porém, usou-se branco. Em meados do século XIX, era mais comum o uniforme escuro, sinal de classe social elevada. Foi nessa época também que foram feitas as primeiras cirurgias. As manchas de sangue apareciam menos em tecidos escuros.
Hoje em dia, nos centros cirúrgicos dos hospitais, o branco também foi abandonado, substituído por roupas coloridas, segundo dizem, com o objetivo de diminuir a depressão causada nos pacientes pelo excesso de branco dos hospitais. Como os médicos são obrigados a se trocar antes da cirurgia, vestindo roupas esterilizadas, não há mais a preocupação de usar branco para garantir a limpeza.
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